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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Quer entender o que acontece na Petrobras? Veja este resumo


Do UOL, em São Paulo03/12/201518h56 > Atualizada 03/12/201518h56

A Petrobras passa por uma fase turbulenta, com investigação sobre corrupção, dança das cadeiras no comando, processos na Justiça, sobe e desce de ações e queda do preço do petróleo no mercado internacional. O UOL preparou este resumo para ajudar a entender melhor a situação da estatal.



1- Entenda o que é a operação Lava Jato

Antonio Lacerda/Efe

A operação Lava Jato, conduzida pela Polícia Federal (PF), começou em março de 2014 para investigar grupos criminosos que usavam uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar dinheiro ilícito. A operação foi muito além, identificou desvio e lavagem de dinheiro envolvendo diretores da Petrobras, as principais empreiteiras do país e políticos brasileiros.

2-  Pagamentos indevidos podem atingir R$ 42 bilhões 

Shutterstock

Ainda não se sabe ao certo o total desviado da estatal. Um laudo da Polícia Federal aponta que os pagamentos indevidos feitos pela petroleira entre 2004 e 2014 para 27 empresas podem atingir R$ 42 bilhões.
Ao divulgar seu balanço do terceiro e do quarto trimestre de 2014, a Petrobrascalculou em R$ 6,194 bilhões as perdas com pagamentos indevidos descobertos pelas investigações da Lava Jato.
A estatal também reduziu o valor de seus bens em R$ 44,3 bilhões, após ter reavaliado uma série de projetos que podem ter sido superfaturados, principalmente a refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Até o momento, a empresa diz que não pretende rever esses cálculos de perdas.

3- Petrobras é processada no Brasil e nos EUA

Getty Images

A Petrobras sofre processos movidos por investidores no Brasil e nos Estados Unidos, que reclamam terem perdido dinheiro ao comprar ações e títulos da empresa.
Nos EUA, o juiz da Corte de Nova York onde tramitam os processos contra a estatal decidiu agrupar a ação coletiva e 19 ações individuais em um único julgamento, que deve acontecer em setembro de 2016.

4- Dança das cadeiras no comando da petroleira

Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

Em fevereiro de 2015, Graça Foster renunciou ao cargo de presidente, junto com cinco diretores da estatal, em meio ao escândalo de corrupção. Ela havia sido a primeira mulher a ocupar o posto, em fevereiro de 2012, substituindo José Sergio Gabrielli.
O então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, foi indicado por Dilma Rousseff para assumir o comando da petroleira. 
A Petrobras também decidiu criar uma diretoria de Governança, Risco e Conformidade, para prevenir o risco de fraudes e corrupção nos negócios.

5- Lava Jato tem mais de 20 fases

Divulgação/Polícia Federal
A Operação Lava Jato, da Polícia Federal, já teve mais de 20 fases. Em cada uma delas, a PF cumpre mandados de prisões, de buscas e de apreensões.

6- Ex-executivos da Petrobras condenados 

Arte/UOL
Da esquerda para a direita: Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Renato Duque e Pedro Barusco
Paulo Roberto Costa: ex-diretor de Abastecimento da Petrobras (2004-2012). Ele fechou o primeiro acordo de delação premiada da operação Lava Jato, em agosto de 2014, e foi o principal delator do esquema de corrupção na estatal. Entregou quem pagava propina, quem fazia os acertos do cartel que agia na estatal e devolveu US$ 25,8 milhões que recebera de propina na Suíça e nas ilhas Cayman, além de cerca de R$ 10 milhões em dinheiro e bens que comprara com recursos de suborno. Foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro
Nestor Cerveró: ex-diretor da área Internacional da Petrobras (2003-2008) e diretor financeiro da BR Distribuidora (2008-2014). Foi condenado em duas ações na operação Lava Jato, por lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio, e pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Renato Duque: ex-diretor de Serviços da Petrobras (2003 a 20012). Duque está preso desde fevereiro, pego pela Operação 'Que País é Esse?' --frase que ele usou ao celular com seu advogado. Ele é acusado de ter recebido valores ilícitos quando atuava na estatal. Foi condenado em uma primeira ação criminal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Pedro Barusco: ex-gerente-executivo de Engenharia da Petrobras (2003 a 2011). É um dos principais delatores do esquema investigado pela operação Lava Jato. O executivo afirmou que começou a receber propina entre 1997 e 1998 por "iniciativa pessoal". Ele foi condenado pela Justiça Federal. 

7- CPI da Petrobras "acaba em pizza"

Divulgação

Para apurar o escândalo de corrupção na petroleira estatal, foi instalada a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras em fevereiro de 2015, que chegou ao fim oito meses depois, em outubro do mesmo ano.
Criada para investigar as mesmas suspeitas de corrupção apuradas pela Lava Jato, o relatório final votado pela CPI não acrescentou fatos relevantes aos já conhecidos e pediu o indiciamento de apenas um político, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, já condenado na Justiça por envolvimento no esquema.

8- Petróleo e dólar também afetam contas da empresa

Tony Gentile/Reuters

A dificuldade em definir como calcular as perdas com corrupção levou a estatal a adiar por duas vezes a publicação de seu balanço do terceiro e do quarto trimestre de 2014. Incluindo essas contas, a empresa fechou aquele ano com prejuízo de R$ 21,587 bilhões, em comparação com lucro de R$ 23,57 bilhões obtido em 2013
No primeiro semestre de 2015, a estatal teve lucro bruto de R$ 5,8 bilhões, uma queda de 43% em relação aos R$ 10,3 bilhões dos seis primeiros meses de 2014.
Outros fatores que afetaram a companhia foram a queda do preço do petróleo no mundo, a alta do dólar que encarece sua dívida e o pagamento de dívidas com a Receita Federal.

9- A exploração do pré-sal pode ser afetada?

Shutterstock

O esquema de corrupção e a situação financeira da Petrobras podem afetar os investimentos no pré-sal, de acordo com o consultor Leandro Martins. Isso porque, com os desvios, a petroleira --que está altamente endividada-- precisaria tomar emprestado ainda mais dinheiro para conseguir manter a exploração.
Além disso, o pré-sal enfrenta o atual preço baixo do petróleo no mercado internacional. Com isso, pode acontecer de o investimento para produzir petróleo no pré-sal seja muito alto e a produção em si não consiga pagar essa conta, tornando o projeto financeiramente inviável.

10- Petróleo barato é bom ou ruim para a Petrobras?

O valor do barril do petróleo vem sofrendo fortes quedas no mercado internacional. Segundo o consultor Leandro Martins, isso pode ser um bom negócio para a Petrobras por um lado, mas, por outro, poderia até inviabilizar a exploração do pré-sal.
No ano passado, a estatal chegou a ter prejuízos, pois comprava petróleo e derivados do exterior e revendia-os no Brasil por um valor mais baixo. Isso porque o preço do combustível é controlado pelo governo, na tentativa de segurar a inflação. Por isso, a queda do preço do barril no exterior pode ser boa no curto prazo, pois reduziria os gastos com importação.
No longo prazo, no entanto, a queda poderia prejudicar a estatal. "O petróleo é o produto principal da empresa; se o preço cai, o ganho da Petrobras vai junto", diz Martins. 
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Operação Lava Jato da PF228 fotos

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