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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Dez brasileiros que foram notícia no mundo em 2013

Atualizado em  31 de dezembro, 2013 - 14:38 (Brasília) 16:38 GMT

Quem foram os brasileiros que mais se destacaram no noticiário internacional? A BBC Brasil elaborou uma lista com dez desses personagens que fizeram história em 2013 e que puseram o Brasil nos holofotes do mundo com suas conquistas, tragédias e polêmicas.
A elaboração de uma lista do tipo não é uma tarefa fácil. Cada vez mais, o que acontece no Brasil tem virado notícia no exterior e não há como não usar critérios subjetivos para escolher apenas dez entre o grande número de brasileiros que têm frequentado páginas de publicações em várias línguas. A seleção se baseou não apenas na frequência de menções como no grau de influência das publicações revistas.
Outro critério adotado buscou destacar personagens que não eram amplamente conhecidos do público estrangeiro - portanto, ficaram fora da lista autoridades como a presidente Dilma Rousseff, apesar das milhares de citações que recebeu em questões polêmicas, como a reação do Brasil às denúncias de espionagem pelos Estados Unidos.
Outros brasileiros, como a funkeira Anitta, chegaram a estampar páginas de veículos como a Forbes, mas não foram incluídos pelo alcance limitado das reportagens. "Será que a última sensação musical, Anitta, pode ser a próxima popstar global?", pergunta o site da revista. Se for, certamente, estará na lista do ano que vem. Outro brasileiro que é forte candidato à próxima lista é o surfista Carlos Burle, que apareceu em emissoras de várias partes do mundo em sua dupla missão heroica. Salvou a colega Maya Gabeira e enfrentou com sua prancha o que pode ser confirmada em 2014 como a maior onda já surfada.
Confira a lista deste ano:

Eike Batista

Eike Batista
'A dramática queda de Eike Batista' foi manchete no exterior
O empresário estampou a capa da revistaBusiness Week em outubro sob o título "Como perder uma fortuna de US$ 34,5 bilhões em um ano" – detalhando a derrocada do império X, que culminou com o pedido de recuperação judicial da petroleira OGX e da empresa de construção naval OSX.
"A dramática queda do brasileiro Eike Batista" foi o título, em outubro, da revista Forbes – a mesma que, não muito tempo atrás, trazia o empresário como o 7º mais rico do mundo. O rápido processo de decadência do brasileiro foi seguido pela imprensa internacional como uma novela em que o personagem principal era o homem que, "com implantes de cabelo, carisma e gravatas cor-de-rosa, era a cara do boom brasileiro", segundo o Wall Street Journal.
E, ainda que as perdas de Eike Batista, não tenham contaminado a economia brasileira, os pedidos de recuperação judicial levaram jornais como o Financial Times a perguntarem: "será que o naufrágio do império X arrastará outros títulos da região?"

David Miranda

David Miranda (esq) e Glenn Greenwald
David Miranda foi detido durante 9 horas no aeroporto de Heathrow
Após revelar os documentos de espionagem vazados pelo ex-funcionário da CIA Edward Snowden, o jornal britânico The Guardiannoticiou, em agosto, a detenção do brasileiro David Miranda no aeroporto de Heathrow.
Miranda é companheiro do autor das reportagens, Glenn Greenwald. Por isso, a detenção de Miranda – que teve seus equipamentos eletrônicos apreendidos e foi mantido incomunicável por 9 horas – ganhou repercussão internacional. No mesmo dia, o Itamaraty manifestou "grave preocupação" com o incidente. Em entrevista à rede americana CNN, Miranda disse que foi interrogado sobre sua relação com Greenwald, "mas não me perguntaram nada sobre terrorismo".
Guardian, em seguida, publicou editorial criticando o abuso de poder resultante das leis antiterror. "O caso Miranda", diz o jornal, "não envolve terrorismo em nenhuma instância e sugere que o Estado nos toma por idiotas". A legalidade da detenção está sendo questionada em uma ação na Justiça britânica.

Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa
Barbosa desperta 'admiração e considerável resistência', diz o 'NYT'
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) foi incluído entre as 100 pessoas mais influentes do mundo em 2013 pela revista americana Time (lista que também incluiu o chef Alex Atala). A justificativa foi de que, ao ser o primeiro presidente negro do STF e em meio ao julgamento do mensalão, "em um país que importou mais escravos que qualquer outro das Américas e onde quase metade da população se identifica como negra ou mestiça, ele simboliza a promessa de um novo Brasil, comprometido com o multiculturalismo e a igualdade".
Barbosa também foi tema de um perfil no New York Times, que cita algumas das frases fortes do ministro – em uma delas, ele diz que a "mentalidade dos juízes brasileiros é mais conservadora, pró-status quo, pró-impunidade". "A trajetória de Barbosa e seus modos abruptos despertam tanto ampla admiração quanto uma considerável resistência", diz o NYT.

Roberto Azevêdo

Roberto Azevêdo
Azevêdo é o primeiro brasileiro a comandar a OMC
O diplomata Roberto Azevêdo virou notícia no mundo inteiro ao se tornar, em maio, o diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC). No início deste mês, voltou a ganhar as manchetes quando a organização concluiu, em Bali, seu primeiro acordo global. Apesar de seus efeitos limitados, o acordo histórico deu novo fôlego à OMC que, nas palavras doEconomic Times, da Índia, "lutava para sobreviver".
Azevêdo foi descrito pela agência chinesa Xinhua como alguém que "conquistou a reputação de sempre buscar o consenso, uma habilidade necessária na OMC, onde a opinião dos 159 membros tem de ser levada em consideração". A agência listou o acordo de Bali como um dos principais acontecimentos internacionais de 2013.

Amarildo

Grupo faz ato para lembrar desaparecimento de Amarildo
Caso Amarildo chamou atenção 'à violência nos bairros pobres'
Os protestos no Brasil em 2013 inseriram o País na cobertura da mídia internacional sob uma nova ótica. Diversos personagens foram retratados nos mais diferentes meios de comunicação ávidos por entender as razões do descontentamento em um país onde, por um olhar distante, só havia motivo para se comemorar. O desaparecimento de Amarildo e os desdobramentos do caso ganharam destaque na BBC, no New York Times, na CNN, entre outros veículos internacionais.
Para o Le Monde, o caso chamou atenção para a "violência sofrida pelos moradores de bairros pobres". Já a influente revista alemã Der Spiegelresumiu o caso em um título: "Quando a polícia é pior do que os bandidos".

Fernanda Lima

Fernanda Lima no sorteio da Copa
Trajes de Fernanda Lima no sorteio da Copa foram censurados no Irã
A escolha de Fernanda Lima e seu marido Rodrigo Hilbert para apresentar o sorteio da Fifa acabou levando para manchetes em várias partes do mundo a polêmica sobre o suposto racismo da escolha de um casal de pele clara em um país em que brancos são minoria. O furor no Twitter gerado pelo caso foi retratado pela BBC. A polêmica, no entanto, não parou por aí. A escolha pela Fifa de uma modelo sem histórico no esporte para apresentar o sorteio foi classificada de "machismo" em reportagem do britânico Telegraph.
Uma apresentadora da BBC defendeu que a jogadora de futebol Marta, "possivelmente a melhor do mundo", estivesse no lugar de Fernanda. Os trajes da modelo também não agradaram a TV estatal iraniana, que pixelava a tela toda vez que a jovem e seu decote apareciam no ar. A "censura" gerou nova onda de discussões nas mídias sociais. Já o argentino Clarín não seguiu o tom crítico e chamou Fernanda de "deusa".

Marina Silva

Marina Silva
Marina Silva se aliou a Eduardo Campos
Marina Silva já era conhecida pela mídia estrangeira, mas sua tentativa frustrada de lançar um partido e sua posterior aliança com o PSB de Eduardo Campos criaram um fato novo na política brasileira que não passou despercebido entre algumas das publicações mais influentes do mundo.
Ainda em abril, quando buscava assinaturas para lançar a Rede Sustentabilidade, a Forbesquestionava se a ex-ministra do Meio Ambiente conseguiria renovar a política brasileira, mencionando que ela tem a seu favor a percepção de que é desconectada dos tradicionais donos do poder no país.
Em outubro, a revista britânica Economist publicou reportagem dizendo que a aliança de Marina Silva ao PSB "transformou a corrida presidencial" e, em novembro, o Financial Times destacou que a aliança dos dois ameaça a hegemonia da presidente Dilma Rousseff em 2014 e traz a vantagem de os candidatos "serem novos sem serem muito novos".

General Carlos Alberto dos Santos Cruz

General Santos Cruz
General Santos Cruz comanda capacetes azuis na República Democrática do Congo
Após liderar as tropas da ONU no Haiti, o general brasileiro começou a comandar em junho os capacetes azuis na República Democrática do Congo, país altamente instável mesmo após um acordo de paz em 2013.
Cruz é o chefe de uma força de quase 20 mil soldados, cuja missão é conter grupos rebeldes que se estabeleceram no leste do Congo – entre eles o LRA (sigla em inglês do Exército de Resistência do Senhor) comandado por Joseph Kony.
A chegada de Cruz foi descrita pela revista The Africa Report como um "ingrediente-chave" na tentativa de pacificação ou como um "passo agressivo" após anos de inércia e falta de proteção a civis, segundo o sul-africano The Sunday Independent. Mas os desafios de Cruz são imensos. No último dia 18, redes como a Al Jazeera noticiaram o massacre de 21 pessoas em uma área remota do país. À BBC, Santos Cruz disse que a solução para o conflito não pode ser apenas militar.

Marco Feliciano

Marco Feliciano
Declarações do pastor também foram notícia no exterior
A eleição do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados não despertou polêmica só no Brasil.
O site americano Huffington Post publicou texto citando "pérolas de sabedoria" de Feliciano – autor de declarações de conteúdo considerado racista e homofóbico – e criticando seu papel na comissão.
"O comportamento de Feliciano é o exemplo perfeito das dificuldades e perigos que surgem quando o zelo religioso não é tratado de maneira apropriada no governo", diz o site.
O jornal britânico Financial Times usou a eleição de Feliciano para ilustrar as dificuldades da presidente Dilma Rousseff "em lidar com um Congresso que é refem de diversos grupos de interesse que podem mudar de alianças a qualquer momento".
E o blog gay Towleroad noticiou quando o pastor pediu a prisão, em setembro, de duas garotas que se beijaram durante um evento evangélico em São Sebastião (SP).

Dom Odilo Scherer

Odilo Scherer (centro)
Odilo Scherer (centro) era um dos mais cotados para assumir o papado
Após a renúncia de Bento 16, no período de Carnaval, começaram as especulações sobre quem seria o novo papa – e o nome do arcebispo de São Paulo Odilo Scherer foi um dos mais cotados. "Odilo Scherer é o favorito", noticiou a americana Fox News. A imprensa internacional veiculou diversas análises sobre como seria seu papado, sobre seu uso constante do Twitter e sobre o que representaria para a Igreja escolher um papa da América Latina.
O espanhol El País o descreveu como "conservador de modos suaves" e o italiano Corriere Della Sera disse que o brasileiro é "atento aos pobres, mas crítico à teologia da libertação na política". Confirmando a má fama de previsões do tipo, Jorge Bergoglio, que nem sequer aparecia em muitas das listas com favoritos, foi escolhido e Scherer perdeu espaço nas manchetes.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Economistas elevam ligeiramente projeção para inflação em 2013 e 2014


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013 10:12 BRST
 
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SÃO PAULO, 30 Dez (Reuters) - Economistas de instituições financeiras elevaram ligeiramente a perspectiva para a inflação neste ano e no próximo, mantendo ao mesmo tempo a projeção para a Selic em 2014 em 10,5 por cento, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.
Os economistas pioraram a projeção para o IPCA neste ano e em 2014 em 0,01 ponto percentual, a 5,73 por cento e 5,98 por cento, respectivamente.
A perspectiva para a inflação nos próximos 12 meses, por sua vez, foi reduzida a 6,03 por cento, ante 6,05 por cento na pesquisa anterior.
Neste final de ano, a inflação tem surpreendido ao não mostrar sinais de arrefecimento, o que pode pressionar ainda mais a atual política monetária. Em dezembro, por exemplo, o IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, surpreendeu ao acelerar a alta mensal a 0,75 por cento, fechando o ano em 5,85 por cento.
O Focus mostrou ainda manutenção do cenário para a taxa básica de juros. Para os economistas consultados pelo BC, a Selic ficará em 10,50 por cento no fim do ano que vem, mesma taxa há cinco semanas.
Para a reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom), ficou inalterada a projeção de aumento de 0,25 ponto percentual na Selic, atualmente em 10 por cento.
Entretanto, no Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, a expectativa continua sendo de maior aperto em 2014. A mediana das estimativas aponta perspectiva de que o juro básico encerrará 2014 a 11 por cento, também a mesma da pesquisa anterior.
Em relação ao crescimento da economia, não houve alterações nas projeções para desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), com expansão projetada de 2,30 por cento em 2013 e 2 por cento em 2014.
(Por Camila Moreira)

Os cinco desafios de Obama para 2014

Pablo Uchoa

Atualizado em  30 de dezembro, 2013 - 09:21 (Brasília) 11:21 GMT
Barack Obama. Getty
Tensão entre Japão e China pode ser novo desafio externo para Obama
Após um ano difícil em 2013, o presidente Barack Obama entra em 2014 com uma agenda ainda incompleta do legado que pretende deixar ao fim de dois mandatos.
Por um lado, a sua lei da saúde – até agora a principal "marca" de Obama em cinco anos de governo – enfrenta dificuldades, adiamentos e atrasos na implementação. A legislação, assinada em 2010, foi planejada para entrar em vigor totalmente em 1º de janeiro de 2014.
Já a reforma das leis de imigração, que Obama tinha a intenção de sancionar em 2013 como outro forte legado, estancou na Câmara dos Deputados, apesar da aprovação de um projeto abrangente aprovado no Senado.
O ano de 2014 também cobrará de Obama respostas às denúncias de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês) feitas pelo ex-colaborador da agência, Edward Snowden.
A Casa Branca está sob pressão tanto de uma opinião pública preocupada com questões de privacidade quanto de países aliados irritados com o alcance do monitoramento de seus líderes.
Por outro lado, o presidente governará em um ambiente de palpável melhoria econômica – com desemprego em queda, um crescimento estimado pelo FMI em 2,6% (do FMI para 2014) e o Banco Central americano iniciando a retirada dos estímulos monetários da economia.
Um dos fatores de instabilidade na equação econômica foi afastado por um acordo no Congresso: a possibilidade de um novo fechamento parcial do governo no ano que vem.
Durante a paralisação federal de outubro, ocasionada por falta de acordo entre os partidos Democrata e Republicano acerca do orçamento do país, políticos de todos os lados, entre eles Obama, viram despencar seus índices de popularidade.
Com eleições legislativas marcadas para novembro, nenhum dos dois partidos quer se expor a uma renovada insatisfação popular.
Se as eleições proporcionam um alívio temporário para Obama trabalhar no seu legado, também marcarão a metade do seu segundo mandato – mais perto do ponto em que os analistas começarão a questionar o valor histórico da marca que ele imprimiu, ou deixou de imprimir, no governo.
Veja a seguir algumas das áreas em que Obama deve concentrar seus esforços em 2014.
Economia dos EUA. Reuters
Economia se recupera, mas situação ainda é complexa; Obama busca autossificiência energética
Esta será possivelmente uma das áreas que Obama mais reforçará. O líder que assumiu em janeiro de 2009, no auge da crise financeira, deixa um país em situação melhor.
O desemprego, que superou os 10% durante a crise, está situado em 7%. O crescimento projetado para 2014 é de 2,6%. Indicadores apontam para a recuperação do mercado imobiliário e o varejo. Ao mesmo tempo, o déficit americano caiu para 4% do PIB, metade em relação a 2009.
Os críticos alegam que os números ainda são ruins e que a concepção democrata de intervir na economia cria obstáculos à prosperidade americana. A inflação, por exemplo, ainda bastante abaixo da meta, indica debilidade na atividade econômica.
Porém, o Federal Reserve (Fed), a autoridade monetária do país, outorgou prestígio à ideia de recuperação econômica, anunciando que em janeiro de 2014 começará a retirar os estímulos monetários que vêm proporcionando uma enxurrada de dólares na economia.
Para evitar uma saída abrupta que prejudique a economia, o Fed anunciou que manterá os juros básicos zerados até "bem depois" de o desemprego baixar de 6,5%. A próxima presidente da autoridade monetária, Janet Yellen, que assume em janeiro, é considerada uma defensora do programa de suporte à recuperação econômica da instituição, e portanto o mercado não espera sobressaltos no campo monetário.
No longo prazo, o governo Obama tem investido forte na autossuficiência energética americana, sobretudo com investimentos em gás de xisto. Em outubro, o governo anunciou que as compras de petróleo – em queda por causa da "revolução energética" no país – ficaram abaixo das exportações. A Casa Branca considerou a notícia como um "marco histórico".

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Juiz dos EUA diz que monitoramento de telefonemas da NSA está dentro da lei


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013 18:19 BRST
 
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Por Jonathan Stempel
NOVA YORK, 27 Dez (Reuters) - Um juiz dos Estados Unidos concluiu que a coleta em grande escala de dados de telefonemas por parte da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) está dentro da lei e não viola o direito de privacidade dos cidadãos do país.
O juiz distrital William Pauley rejeitou uma contestação apresentada pela União Americana pelas Liberdades Civis ao programa da NSA, cuja existência foi revelada pela primeira vez pelo ex-prestador de serviços da agência Edward Snowden.
Pauley determinou nesta sexta-feira, em Manhattan, que não há provas de que o governo tenha usado os chamados "metadados" de telefonemas para qualquer outra razão que não seja investigar e impedir ataques terroristas.
Pauley destacou que o programa "absorve informações sobre praticamente todas as ligações para, desde ou dentro dos Estados Unidos", mas disse que a sua legalidade, segundo a Quarta Emenda à Constituição dos EUA, "em última análise é uma questão de razoabilidade".
O juiz rejeitou uma moção da União Americana pelas Liberdades Civis pedindo uma liminar e acatou o pedido do governo para abandonar o caso. A entidade disse ter ficado "extremamente desapontada" e vai recorrer.
A Casa Branca informou que não falaria sobre o assunto e um porta-voz do Departamento de Justiça disse que o órgão está satisfeito com a decisão do juiz, escrita em 54 páginas.
A decisão de Pauley diverge da adotada em 16 de dezembro pelo juiz distrital Richard Leon, em Washington, que afirmou que o programa provavelmente era inconstitucional. Leon ordenou que o governo parasse de recolher dados sobre as duas pessoas que haviam entrado com uma ação na Justiça nesse caso.
O programa da NSA também é alvo de uma ação judicial da Electronic Frontier Foundation, um grupo privado de coleta de dados. Quaisquer divergências entre juízes federais sobre a constitucionalidade da atividade da NSA poderá em último caso ter de ser resolvida pela Suprema Corte.
"Essa ferramenta direta só funciona porque recolhe tudo", escreveu Pauley. "A tecnologia permitiu que a Al Qaeda operasse de modo descentralizado e planejasse remotamente ataques terroristas internacionais. O grosso da coleta de "metadata" de telefonemas feita pelo programa representa um contra-ataque do governo."
Ao negar a moção da União Americana pelas Liberdades Civis, Pauley afirmou que o interesse público se inclina "firmemente" na direção do governo, cujo desejo de combater o terrorismo é "um objetivo urgente da mais elevada ordem".
O presidente dos EUA, Barack Obama, tem defendido o programa de vigilância, mas indicou ter intenção de considerar a possibilidade de restrições, incluindo avaliar se deve ser dado a companhias telefônicas ou outras partes o controle sobre metadados. Autoridades do setor de inteligência dizem que isso poderia se tornar algo caro, além de retardar as investigações.
ARMA VITAL?
O vazamento de informações por parte de Snowden expôs em detalhes a extensão da vigilância eletrônica dos EUA e desencadeou um debate sobre qual a margem de manobra que o governo poderia ser autorizado a ter na proteção dos norte-americanos contra o terrorismo.
Snowden está agora na Rússia, sob asilo temporário.
Larry Klayman, um ativista conservador que atua no âmbito legal e levou o caso ao juiz Leon, qualificou a sentença de Pauley como "uma decisão ultrajante que ignora os legítimos receios do povo americano e na prática dá sua chancela a um estado policial".
Pauley foi indicado para o cargo pelo ex-presidente Bill Clinton. Leon foi nomeado pelo ex-presidente George W. Bush.
(Reportagem adicional de Mark Hosenball, Ros Krasny e Nate Raymond)

Consultoria prevê Brasil como 5ª maior economia do mundo até 2023

Atualizado em  27 de dezembro, 2013 - 09:09 (Brasília) 11:09 GMT

Dilma Rousseff, presidente do Brasil | Crédito: Reuters
Economia brasileira será beneficiada por crescimento da população e do comércio de agricultura.
O Brasil deve se tornar a quinta maior economia do mundo até 2023, atrás apenas de Estados Unidos, China, Japão e Índia, segundo projeções do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês).
Naquele ano, de acordo com estimativas da consultoria britânica, a economia brasileira superará a da Grã-Bretanha e da Alemanha.
Atualmente, o Brasil ocupa o sétimo lugar no levantamento do CEBR, que lista os 30 maiores países do mundo pelo tamanho de seu PIB nominal.
Segundo a consultoria, a economia brasileira vai se beneficiar do crescimento da população e do comércio de agricultura, este último impulsionado pelo acordo da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) e pelos alimentos transgênicos.
O estudo destaca que, em 2011, o Brasil já havia superado a Grã-Bretanha, tornando-se a sexta maior economia do mundo, mas perdeu o posto no ano seguinte devido à desvalorização cambial, ao menor crescimento econômico e à elevação das tensões políticas.
Na edição deste ano, diz a consultoria, houve poucas mudanças no ranking.
Recuperada da recessão, a Rússia tirou o oitavo lugar da Itália. Já o Canadá passou a ocupar a décima posição, que até então pertencia à Índia, devido à desvalorização da rúpia.
Na outra ponta da lista, o Irã caiu do 21º para o 30º lugar por causa das sanções econômicas em reação ao programa de enriquecimento nuclear do país. E a África do Sul, que até o ano passado ocupava a 28ª posição, saiu da lista, prejudicada pelo baixo crescimento de sua economia e da desvalorização da moeda local, o rand.

2028

Neste ano, pela primeira vez, a consultoria fez previsões para o comportamento das maiores economias do globo para um período de cinco, dez e quinze anos. Até 2012, o levantamento só dispunha de estimativas para um período de dez anos.
Segundo a CEBR, a China se tornará a maior economia do mundo em 2028, à frente dos Estados Unidos. No mesmo ano, a Índia superará o Japão e se tornará o terceiro país mais rico do globo.
O estudo destaca ainda que, embora a Grã-Bretanha seja ultrapassada pelo Brasil e pela Índia, posicionando-se na sétima posição no levantamento, a economia britânica será, em 2028, apenas 3% menor do que a da Alemanha e deve superá-la para se tornar a maior economia da Europa em 2030.
Com o reposicionamento, a China passaria a liderar o ranking em 2028, seguida por Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Alemanha, Grã-Bretanha, Rússia, México e Canadá.

Passagens e chips de celular ainda são problema para estrangeiros no Brasil

Camilla Costa

Atualizado em  27 de dezembro, 2013 - 13:40 (Brasília) 15:40 GMT
Aeroporto de Guarulhos | Foto: AFP
Compra de passagens aéreas online ainda pode ser 'pesadelo' para turistas
Apesar de melhoras nos sistemas das empresas nacionais, a compra de chips de celular e de passagens aéreas e terrestres ainda são um problema para estrangeiros que vêm ao Brasil, pouco menos de seis meses antes da Copa do Mundo.
Simulações de compra feitas pela BBC Brasil nas maiores empresas aéreas do país mostraram que nos últimos seis meses, todas elas tomaram medidas para facilitar o acesso de estrangeiros a suas páginas, como a não exigência do CPF para comprar passagens.
Os turistas de outros países, no entanto, Cliquecontinuam a encontrar dificuldades ao tentar pagar com cartões de crédito internacionais e enfrentam problemas como falhas de tradução e falta de atendimendo online em inglês. As companhias afirmam que oferecem opções de atendimento e de pagamento aos estrangeiros e que trabalham em melhorias em seus sites.
No caso das passagens terrestres, tentativas nos sites de cinco grandes empresas de ônibus interestaduais mostraram que, sem um CPF, é impossível para um estrangeiro comprar passagens online.
Atendentes de todas as empresas analisadas afirmam que turistas estrangeiros podem comprar as passagens com passaporte e cartões internacionais pessoalmente, nos guichês das companhias. Quanto a compras online, uma delas diz que a exigência de CPF se dá por motivos de segurança.
As quatro maiores empresas de celular dizem permitir - segundo determinação da Anatel e do Ministério das Comunicações - que turistas estrangeiros comprem chips pré-pagos usando somente o passaporte como identificação.
Em simulações de compra pontuais, no entanto, a reportagem da BBC Brasil foi informada que em duas delas, Vivo e Claro, isto não era possível. Ambas as empresas disseram que seus funcionários estão orientados a cumprir a determinação do governo.

Passagens aéreas

Os sites das quatro maiores empresas de aviação do Brasil - TAM, Gol, Azul e Avianca - já têm versões em outras línguas, nas quais é possível cadastrar-se com o número do passaporte ou até prescindir de um documento para a compra da passagem.
Todas elas também declaram aceitar cartões internacionais, mas a compra na prática ainda é difícil.
"O problema com estes sites (das companhias aéreas brasileiras) é que eles tem versões internacionais que não são completas. Em algum momento você é redirecionado para algo que está em português e não consegue entender."
Jonathan Richards, turista americano
"O problema com estes sites (das companhias aéreas brasileiras) é que eles têm versões internacionais que não são completas. Em algum momento você é redirecionado para algo que está em português e não consegue entender", disse o executivo de finanças americano Jonathan Richards, de 29 anos, está no Brasil desde a semana passada em uma viagem de férias.
Ao tentar comprar passagens pela Gol, em outubro deste ano, ele diz ter tido o cartão rejeitado e demorado a conseguir um atendimento por telefone - que, quando aconteceu, era em português.
A solução encontrada por Richards é a mesma encontrada por dezenas de turistas - pedir que amigos brasileiros comprem suas passagens, algo que não deverá ser possível para todos os que visitarem o país durante a Copa do Mundo de 2014.
Perguntada pela BBC Brasil sobre a possibilidade de realizar mudanças para melhorar o acesso de clientes estrangeiros, a empresa respondeu por e-mail que "como empresa competitiva, a Gol está sempre atenta a melhorias que agreguem valor aos seus clientes".
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Gol informou também que o sistema de pagamento com cartões internacionais está funcionando e que irá verificar casos pontuais de erros.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse à BBC Brasil por e-mail que não há regulação específica sobre as facilidades que os sites das companhias aéreas oferecem ao consumidor estrangeiro, mas que "é algo que faz parte das recomendações da Anac às empresas aéreas".

O teste dos sites companhias aéreas feito pela BBC Brasil

Gol
Tem versões do site em inglês e em espanhol.
Os preços das passagens aparecem em reais em quaisquer versões.
O cadastro, necessário para comprar as passagens, tem a opção de número de passaporte, para estrangeiros.
Nem todas as informações estão em inglês, mas há opções de atendimento online via chat em inglês e espanhol.
O site diz aceitar os cartões de crédito internacionais American Express, Diners e cartões Visa e Mastercard. O pagamento por PayPal também é possível.
A empresa diz que "está atenta a melhorias" para seus clientes.

TAM
O site possui versões em inglês, espanhol, italiano, alemão e francês.
Os preços são mostrados na moeda do país escolhido ou em dólar.
A informação em inglês sobre formas de pagamento diz que são aceitos somente os cartões American Express, Visa, Diners Club and Mastercard emitidos no Brasil. A empresa, no entanto, garante que cartões internacionais são aceitos, de acordo com cada versão do site.
Não é necessário o preenchimento de número de CPF ou passaporte para comprar a passagem.

Azul
O site possui uma versão em inglês, onde os valores das passagens são mostrados em reais.
Versão em inglês do site é instável - exibe mensagens de erro com frequência.
Não é necessário ter o CPF para comprar uma passagem.
O chat online para tirar dúvidas, no entanto, só está disponível em português e exige o CPF.
São aceitos os cartões American Express, Visa e Mastercard emitidos no exterior.
Procurada, a empresa reconheceu limitações no atendimento online para estrangeiros e disse que irá investigar problemas no site, mas ressalta que têm atendimento em inglês por telefone.

Avianca
O site possui versões em inglês e espanhol. No entanto, há erros nas traduções e, em alguns casos, elas estão incompletas.
Para o cadastro, é possível informar o número do passaporte ou de outro documento.
A versão em inglês é instável. No cadastro, acontecem problemas como o não reconhecimento da data de aniversário.
O contrato para a compra da passagem, com o qual é necessário concordar, está em português.
Aceita cartões internacionais Visa, Mastercard e American Express, mas somente dos seguintes países: Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Itália, Espanha, Bélgica, China, Suécia, Noruega, Holanda e países da América Latina.
O atendimento online só está disponível em português. Por telefone, é possível ser atendido em inglês.
Atendentes oferecem a opção de fazer a reserva dos voos, que podem ser pago diretamente no aeroporto, com cartões internacionais.
Procurada pela BBC Brasil, a empresa não comentou o teste até o fechamento da reportagem


Passagens rodoviárias

Se o cartão impede a compra de passagens aéreas, a falta de um número de CPF é o maior impedimento para a compra de passagens de ônibus online.
A BBC Brasil testou os sites de cinco das maiores empresas do setor no Brasil: Viação 1001, Águia Branca, Itapemirim, Andorinha e Cometa. Apenas duas delas, Viação 1001 e Itapemirim, tinham uma versão da página inicial ou do site inteiro em inglês.
No entanto, nenhuma das empresas permitia a compra de passagens pela internet com o número do passaporte. Estrangeiros devem ir diretamente aos guichês ou pontos de venda de cada companhia.
A BBC Brasil tentou contato com todas as empresas testadas, mas apenas duas responderam. A Viação 1001 disse que a exigência de CPF no site acontece "por questões de segurança" e que "ainda não há um prazo definido para qualquer mudança desse procedimento".
A Viação Cometa afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "estuda medidas para atender ao público estrangeiro durante o Mundial de futebol".
Uma alternativa para os turistas está em sites de terceiros, como o CliqueBrazil by Bus, que centralizam a venda de passagens das principais viações. Criado em 2012 por brasileiros, o site, em inglês, mostra preços em dólares, permite a identificação com o número do passaporte e a compra com cartões internacionais e PayPal.

Chips de celular

Em setembro de 2012, o Ministério das Comunicações e a Anatel determinaram que turistas estrangeiros poderiam comprar e ativar chips de celulares utilizando apenas o passaporte ou a carteira de identidade de cidadãos dos países membros do Mercosul.
Mais de um ano depois, turistas ainda enfrentam uma maratona para conseguirem se comunicar com um número nacional.
O americano Jonathan Richards conta que, além dos problemas para conseguir passagens aéreas, levou duas horas em atendimento até conseguir um chip para seu iPhone.
"Fui a uma loja da Vivo em São Paulo, mas eles não vendiam microchips pré-pagos naquela loja. Eu tive que ir à banca de revistas diante da loja para comprar o chip, depois ir até outra loja para cortá-lo, porque não havia chips pré-pagos que coubessem no iPhone 4. Depois voltei à Vivo para que ativassem o número", explica.
Jonathan Richards | Foto: Arquivo pessoal
Americano teve problemas com a compra de passagens aéreas e de um chip há uma semana
"Primeiro me disseram que eu poderia ativar o chip com meu passaporte, mas quando ligaram para o centro de ativação, foram informados de que não seria possível. Então acabei mandando uma mensagem para meu amigo e usei o CPF dele para terminar o processo."
A BBC Brasil visitou lojas das quatro maiores operadoras do país - Vivo, TIM, Oi e Claro - em São Paulo. Em duas delas, na Vivo e na Claro, a reportagem foi informada de que ainda não é possível para um estrangeiro comprar e ativar um chip pré-pago sem um CPF.
A Vivo, no entanto, afirmou que estrangeiros podem, sim, comprar chips pré-pagos em lojas oficiais ou revendedoras, com o passaporte. "A empresa está reforçando a orientação com os atendentes, em especial nas lojas citadas pela reportagem", disse à BBC Brasil, por e-mail.
A Claro afirmou que "todos os atendentes dos pontos de venda da operadora no País, incluindo lojas próprias e agentes autorizados, estão instruídos a efetivar a venda a estes cidadãos (estrangeiros), mediante apresentação do passaporte".
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) disse à BBC Brasil por e-mail ter detectado que "cerca de 60% das lojas das prestadoras não adaptaram seus procedimentos operacionais a este entendimento – ou seja, continuam exigindo CPF e, em alguns casos, estão recusando o passaporte".
O órgão disse ainda que, na maioria dos caos, o estrangeiro consegue habilitar o chip ligando para o call center da prestadora e fornecendo o número do passaporte. Mas que considera "inaceitável que o procedimento não seja efetivo em lojas físicas". O assunto deverá ser discutido em reunião do órgão com as empresas.