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terça-feira, 22 de outubro de 2019

Nova técnica de edição de DNA poderá curar até '89% das doenças genéticas' no futuro


Altering DNADireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA tecnologia foi desenvolvido pela equipe do Instituto Broad, ligado à Universidade de Harvard e ao MIT
Uma nova forma de editar o código genético humano pode corrigir até 89% de erros no DNA que causam doenças, dizem cientistas americanos.
A tecnologia, conhecida como "prime editing" ("edição de qualidade", em tradução livre), foi descrita como uma espécie de "editor de texto genético" capaz de reescrever o DNA com precisão.
Em teste de laboratórios, a nova tecnologia foi usada para corrigir mutações que causam doenças. Uma das mutações que a técnica conseguiu corrigir foi a da anemia falciforme.
O método foi desenvolvido pela equipe do Instituto Broad, ligado à universidade de Harvard e ao MIT (Massachusetts Institute of Technology) nos Estados Unidos. A equipe de cientistas afirma que a tecnologia é "muito versátil e precisa", mas destaca que a pesquisa está apenas começando.

Já podemos editar DNA?

O DNA é o "manual de instruções" para a construção e o desenvolvimento de cada corpo humano. Ele está presente em quase todas as nossas células.
A capacidade de alterar o DNA através da edição de genes promete revolucionar a medicina — mas traz também novos questionamentos morais e éticos, como a polêmica criação de bebês geneticamente modificados para terem proteção contra o HIV.

O "prime editing" é o mais novo avanço no campo da engenharia genética, que está se desenvolvendo em ritmo acelerado.
Uma das técnicas mais revolucionárias nesse campo — e que chamou grande atenção — foi a Crispr-Cas9, desenvolvida há sete anos.
Ela escaneia o DNA em busca do lugar certo para cortá-lo e permitir sua edição, ou seja, que um gene seja deletado ou inserido. O problema é que as edições nem sempre são perfeitas e os cortes no DNA podem ser feitos no lugar errado.
Isso limita o uso dessa tecnologia na medicina.
O avanço trazido pelo "prime editing" é justamente a precisão.

Como o 'prime editing' funciona?

Uma pesquisa publicada nesta semana na revista científica Nature mostra como os cientistas usaram o método para inserir ou deletar seções de DNA. O "prime editing" também é capaz de corrigir seções menores, como uma única "letra" das três bilhões que formam o código genético humano.
"Você pode imaginar os 'prime editors' como processadores de palavras, capazes de procurar por um alvo entre as sequências de DNA e substituí-lo com precisão", afirma o bioquímico David Liu, um dos pesquisadores.
"Os 'prime editors' oferecem mais flexibilidade para encontrar um alvo e maior precisão na edição."
O método pode ser ilustrado comparando-o com a edição de texto no computador: é algo como pressionar Ctrl-F para encontrar uma parte do texto que você quer mudar e depois pressionar Crtl-V para colar o texto novo que você quer inserir.
A tecnologia usa uma sequência de código genético feita em laboratório. Essa sequência tem duas funções: uma, é encontrar a parte do DNA que você quer editar, e a outra, é introduzir as mudanças que você quer fazer.
Essa sequência é combinada com uma enzima chamada transcriptase reversam, que "copia" as edições para o DNA.

Como o método pode curar doenças?

O DNA tem quatro componentes básicos, as bases nitrogenadas: adenina, citosina, guanina e tiamina. Elas são conhecidas por suas letras A, C, G e T.
Três bilhões dessas letras formam o nosso DNA, ou seja, o "manual completo" para desenvolvimento e funcionamento do corpo. Mas erros minúsculos causam doenças e transtornos.
A forma mais comum de anemia falciforme (doença hereditária causada pela alteração anatômica dos glóbulos vermelhos), por exemplo, é causada por uma mutação que torna um A específico em um T.
DNADireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNosso código genético é representado pelas letras A, C, G e T
A doença de Tay-Sachs, que afeta os nervos e é fatal, com frequência é causada por uma mutação que adiciona quatro letras extras de código no DNA.
O "prime editing" foi usado com sucesso para corrigir esses dois erros genéticos em experimentos feitos em células humanas no laboratório.
Existem cerca de 75 mil mutações que causam doenças nos seres humanos. David Liu estima que o "prime editing" tem o potencial para corrigir 89% delas.
Os outros 11% incluem situações em que a pessoa tem cópias demasiadas de um gene (uma seção de DNA responsável por uma instrução específica) ou quando um gene inteiro está faltando.
"O 'prime editing' é o começo, em vez do fim da longa aspiração das ciências que lidam com vida molecular por serem capazes de fazer qualquer mudança no DNA em qualquer posição em uma célula viva ou um organismo, incluindo, em potencial, pacientes humanos com doenças genéticas", diz Liu.

Quanto tempo até a tecnologia estar disponível?

O grande desafio agora é conseguir viabilizar que o maquinário molecular capaz de fazer essas edições possa acessar corretamente as partes certas do corpo humano de forma segura.
É provável que as primeiras aplicações sejam feitas em doenças em que seja possível retirar células do corpo, editá-las, garantir que elas são seguras, e colocá-las de volta.
Isso é aplicável no tratamento de doenças do sangue, como anemia falciforme e as talassemias, em que a medula óssea pode ser removida e colocada de volta.
"Nós somos capazes de 'corrigir' mutações humanas associadas com doenças, mas a habilidade de fazer isso no tipo certo de célula e de uma forma que seja aplicável em um tratamento clínico vai demorar algum tempo", diz a bióloga molecular Hilary Sheppard, da Universidade de Auckland.

Qual foi a repercussão dessa pesquisa?

O professor Robin Lovell-Badge, do instituto Francis Crick, em Londres, elogiou o estudo.
"Como a vasta maioria das doenças genéticas humanas são resultado de tipos de mutação que podem ser corrigidos pelo 'prime editing', o método deve ser útil em terapias para esses tipos de doenças."
"Claro que será necessário muito mais trabalho para otimizar o método e encontrar formas de entregar os componentes eficientemente antes de que eles possam ser usados para tratar pacientes. Mas com certeza tem muito potencial."
A geneticista Helen O'Neill, da University College London, diz que os resultados são impressionantes.
"A pesquisa foi feita in vitro em células humanas com exemplos de 175 edições, incluindo algumas das doenças mais difíceis de tratar."

terça-feira, 15 de outubro de 2019

A MÁQUINA - Paulo Guedes 10.10.2019



Paulo Guedes surpreende ao denunciar 'a máquina' e expor impactante mensagem de confiança após medidas radicais de Bolsonaro contra privilégios
Em pronunciamento após a abertura do Brasil Investment Forum, por ocasião de painel conjunto com o ministro das Relações Exteriores, Paulo Guedes, ministro da Economia do Governo Bolsonaro, surpreendeu investidores com uma impactante mensagem de confiança. "A primeira mensagem que eu queria deixar para vocês é de confiança. Quando chegamos, tínhamos uma missão. Transformar a economia brasileira. Tínhamos um diagnóstico: os gastos públicos cresceram excessivamente nos últimos 40 anos. Saímos de 17% do PIB para 40%. O governo não só gasta muito, como gasta muito mal. Ao vermos a composição dos gastos, notamos que muito ia para privilégios. Ameaçava engolir o Brasil. Direcionamos o ataque para isso", asseverou. "Ademais, havia as despesas dos juros da dívida. Você tem que trabalhar o balanço. A União tem ativos, quase R$1 trilhão em imóveis, quase R$1 trilhão na participação em empresas. A ideia foi vender isso, consertar isso para não gastar tanto em juros", complementou. "O terceiro maior foco nós vamos atacar agora: É a máquina. Chamamos de 'a máquina'. É uma máquina perversa de transferência de renda! Com brasileiros desempregados, milhões, os salários continuavam subindo no setor público. Aumentando os preços dos serviços para aumentar os salários no setor público", salientou o ministro. Inscreva-se em nosso canal para acompanhar todas as transmissões de Jair Bolsonaro, assim como os melhores vídeos sobre temas políticos: http://bit.ly/FolhaPoliticaYoutube

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

4 razões que explicam por que a Forever 21, estrela do varejo, quebrou


Mulher passa em frente de loja da Forever 21Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPedido de falência da Forever 21 levará a fechamento de 178 lojas nos Estados Unidos

Logo após sua expansão bem-sucedida em mais de 50 países nos últimos anos, a Forever 21 passa por dias sombrios.
A rede de varejo de roupas apresentou um pedido de proteção contra falência perante a Justiça dos Estados Unidos, o que levará ao fechamento de até 178 lojas no país e a um número semelhante em outros mercados.
Até agora, a empresa fundada em 1984 tem 817 lojas em todo o mundo, sendo um dos maiores expoentes no mercado de moda casual, ao lado da espanhola Zara e da sueca H&M.
Mas em sua rápida expansão nos últimos anos, ela deu vários passos em falso que, segundo vários analistas, levaram a empresa à bancarrota.

Loja fechada da Forever 21Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEntre os credores da Forever 21 estão as empresas imobiliárias Brookfield Properties e Simon Property Group

Entre os credores com os quais a Forever 21 deve negociar estão as empresas imobiliárias Brookfield Properties e Simon Property Group, de acordo com documentos do tribunal de falências.
"Os problemas da Forever 21 são praticamente todos auto-infligidos", diz Mark A. Cohen, diretor de Estudos de Varejo da Columbia University (EUA).
Embora não desapareça completamente dos Estados Unidos e continue operando na região da América Latina, analistas apontaram várias causas da falência da Forever 21.

1 - O auge das compras online

A Forever 21 é mais uma das lojas varejistas afetadas pelas novas maneiras pelas quais os jovens procuram e compram roupas sem entrar em lojas de departamento.
As empresas que oferecem seus catálogos online, como Asos, Fashion Nova e até Amazon, são cada vez mais populares, principalmente entre aqueles que procuram constantemente roupas novas para seus guarda-roupas.

Manequins em loja da Forever 21Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionUm dos fatores que levaram à queda da Forever 21 é o crescimento das vendas online

Outras empresas que vendem roupas de segunda mão, como a ThredUp, também tiveram um grande crescimento.
E as vendas online claramente não são a principal força da Forever 21, que gerou apenas 16% de suas vendas pelos meios digitais, de acordo com o jornal The New York Times.
"Obviamente, o setor de varejo está mudando. O tráfego nos shopping centers está baixo e as vendas estão cada vez mais se movendo para a internet", disse Linda Chang, vice-presidente executiva da rede, ao The New York Times.

Fachada da SearsDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionDesde o início de 2017, mais de 20 varejistas dos EUA, incluindo a Sears e Toys 'R' Us

Desde o início de 2017, mais de 20 varejistas dos EUA, incluindo a Sears e Toys 'R' Us, declararam falência, à medida que mais clientes passaram a comprar online, informou a Reuters.
Até agora, em 2019, os varejistas americanos de capital aberto anunciaram que fecharão 8.558 lojas, um número que excede os 5.844 no ano anterior, segundo a Coresight Research.
"É claro que a migração de clientes de lojas físicas para a internet não tem ajudado", diz Cohen.

2 - Lojas desnecessariamente grandes

A Forever 21 apostou nos últimos anos em ocupar grandes lojas em shopping centers nos Estados Unidos, uma decisão que alguns analistas descreveram como arriscada.
"Lojas demais, em tantos shoppings em declínio, foram expandidas além do que a Forever 21 pode gerenciar de forma produtiva", diz Cohen.

Fachada de Loja da Forever 21Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEm seu site, a Forever 21 enfatiza que suas lojas têm uma média de 3,5 mil metros quadrados

Para preenchê-las, uma estratégia da empresa foi expandir seu catálogo além de roupas e acessórios de moda, o que era arriscado, segundo o especialista.
A empresa enfatiza em seu site que suas lojas têm uma média de 3.500 metros quadrados de espaço, enquanto a primeira inaugurada na década de 1980 tinha apenas 84 m².
"Imóveis baratos e grandes os levaram a entrar em categorias de mercadorias onde eles tinham pouca ou nenhuma experiência, como eletrônicos", diz Cohen.
Jane Hali, da empresa de pesquisas Jane Hali & Associates, concorda e considera a péssima estratégia de distribuição de lojas em comparação com outras redes semelhantes, como a Zara, que possui apenas 85 lojas nos EUA.

3 - A rejeição à 'moda rápida'

Outro fator que afetou a Forever 21 foi a rejeição de alguns jovens pela "moda rápida", as roupas que são oferecidas a um preço relativamente baixo e que são usadas apenas algumas vezes antes de serem descartadas.

Mulheres fazendo compras na Forever 21Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionModelo de venda de roupas quase descartáveis também é visto como um fator negativo para a Forever 21

Essa "moda rápida" contribui significativamente para a emissão de gases de efeito estufa devido à poluição da água e do ar, além de empregar trabalhadores em más condições em diversos países.
"Os clientes ficaram mais conscientes de onde são gastos seus dólares. Eles querem sustentabilidade, querem se sentir representados e não acho que a Forever 21 faça isso", disse à Reuters Gabriella Santaniello, da empresa de pesquisa de mercado A-Line Partners.
A Forever 21 não tem se caracterizado por responder ativamente às preocupações dos consumidores, como outras empresas.
"A marca tem perdido grande parte da empolgação e vigor essenciais para manter o ritmo e as vendas, e se tornou um negócio que passa despercebido com muita facilidade", diz Neil Saunders, diretor da consultoria GlobalData Retail.

4 - Escândalos

Além dos problemas de estratégia e queda de receita, a Forever 21 também esteve envolvida nos últimos meses em vários escândalos que atingiram sua imagem.
O mais recente é um processo movido pela cantora Ariana Grande, que acusa a empresa de ter usado uma modelo que se parece muito com ela nos anúncios da loja.

Roupas em loja da Forever 21Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA Forever 21 se envolveu em polêmicas, como enviar barra dietética junto com roupas e ser acusada de plagiar modelos de roupas

Em julho, as pessoas que fizeram compras online receberam barras dietéticas gratuitas junto com suas roupas, o que foi visto como uma campanha que estigmatiza a obesidade.
"O que a Forever 21 está tentando me dizer, que sou gorda, que preciso perder peso?", perguntou uma cliente no Twitter. A empresa disse que foi um "descuido" e que era apenas um presente que dava a todos os seus clientes "de vez em quando".
E há outras polêmicas envolvendo a Forever 21.
Vários estilistas e grifes, incluindo Anna Sui, Gucci, Diane Von Furstenberg e Anthropologie, processaram a rede por violar direitos autorais e marcas registradas.
Os designers da Forever 21 também foram criticados na internet por supostamente copiarem artes de designers independentes.

Fonte https://www.bbc.com/portuguese/internacional-49887136