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domingo, 31 de janeiro de 2016

O segredo que faz da Alemanha a economia mais sólida do mundo

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Marcelo Justo - BBC Mundo

(Foto: Reuters)Image copyrightReuters
Image captionParticularidades da indústria alemã ajudam a explicar sucesso de sua economia

Milagre do pós-guerra, a "economia social de mercado" alemã parece ser inabalável: superou as explosões nos preços do petróleo nos anos 1970 e 1980, o impacto da reunificação nos 1990, a recessão mundial de 2008-2009 e está passando firme pela atual crise que atinge a zona do euro.
Hoje, o país é um dos três maiores exportadores globais, tem o crescimento per capita mais alto do mundo desenvolvido e um índice de desemprego de 6,9%, bem inferior à média da eurozona, de 11,7%.
Segundo o professor Reint Gropp, presidente do Instituto Hall para a Investigação Econômica (IWH), da Alemanha, o modelo germânico se diferencia de forma muito clara do anglo-saxão dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Mas o que faz dele algo tão particular? Quais são os segredos de seu êxito?
"É um sistema baseado na cooperação e no consenso mais do que na competência, e que cobre toda a teia socioeconômica, desde o setor financeiro ao industrial e ao Estado", explicou Gropp à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC.

Cooperação e capitalismo

A chamada "economia social de mercado" teve sua origem na Alemanha Ocidental do pós-guerra, que estava sob o governo democrata-cristão do chanceler Konrad Adenauer, e se manteve, desde então, como uma espécie de política de Estado.
Sebastian Dullien, economista do Conselho Europeu de Relações Exteriores, concorda que o consenso e cooperação estão presentes em todos as camadas da economia.
"No centro estão os sindicatos e os patrões, que coordenam salário e produtividade com o objetivo obter um aumento real dos rendimentos dos funcionários, além de manter os postos de trabalho. A integração é tal que, por lei, os sindicatos estão representados no conselho de administração, participam das decisões estratégicas nas empresas", afirmou.

(Foto: Getty)Image copyrightGetty
Image captionTaxa de desemprego da Alemanha é bem menor que a média registrada na zona do euro

No sistema financeiro, as cooperativas e os poderosos bancos públicos se encarregam de fazer com que o crédito alcance a todos, não importa o tamanho da empresa ou o quão distante ela fica de um centro econômico.
Essa filosofia permite superar uma das limitações do sistema anglo-saxão, no qual as pequenas e médias empresas, diferentemente das multinacionais, não têm acesso ao mercado de capitais e muitas vezes enfrentam dificuldades para se financiar.
"Os bancos públicos têm regras claras. Por exemplo: para favorecer o desenvolvimento local, podem emprestar para empresas de sua área, mas não para as de outras regiões. O governo tem representantes nestes bancos, e eles são fundamentais na tomada de decisões. Um princípio que rege sua política de crédito é a manutenção do emprego", afirma Gropp.

'Mittelstand'

Esse modelo está enraizado na história germânica.
A unificação nacional de 1871, sob Bismark, reuniu 27 territórios governados em sua maioria pela realeza e que haviam crescido rapidamente e de forma autônoma durante a Revolução Industrial.
Dessa semente histórica surgem as Mittelstand (pequenas e médias empresas), que, segundo os especialistas, formam 95% da economia alemã.

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Image captionPaís tem se mantido firme mesmo em meio à recessão em vizinhos

Diferentemente do modelo anglo-saxão, centrado na maximização da rentabilidade para os acionistas (objetivo de curto prazo), as Mittelstand são estruturas familiares com planos a longo prazo, forte investimento na capacitação do pessoal, alto sentimento de responsabilidade social e forte regionalismo.
"A Alemanha é especialmente forte em empresas que têm umas 100 ou 200 pessoas. Com uma característica adicional: apesar de seu tamanho, muitas dessas firmas competem no mercado internacional e são exportadoras", explica Dullien.

Exportações

Como consequência, a Alemanha tem figurado entre os três principais exportadores mundiais nas últimas décadas, uma prova da eficácia desse sistema para competir mundialmente com produtos tecnologicamente complexos, feitos por uma força de trabalho altamente qualificada e bem paga.
Enquanto o comércio mundial dominado por multinacionais que representam cerca de 60% de toda a movimentação global, na Alemanha as Mittelstand são responsáveis por 68% das exportações.
O setor automotivo, de maquinário, de eletrônicos e medicamentos estão entre seus pontos fortes.
Mas isso não se deve somente às Mittelstand.
Das 2.000 empresas com maior rendimento em todo o mundo, 53 são alemãs, entre elas marcas de grande tradição, como Bayer, Volkswagen e Siemens.

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Image captionPequenas e médias empresas são muito importantes para a economia da potência europeia

A recuperação do doente

Sob o peso da reunificação, a Alemanha ganhou nos anos 1990 o apelido nada simpático de "doente da Europa".
Era consenso que um sistema com altos salários e forte participação sindical não poderia sobreviver em um mundo governado por um conceito novo, a "deslocalização".
Aproveitando-se de um mundo mais liberal e do fato de que as novas tecnologias das grandes empresas poderiam mudar de um país para outro em busca de maior rentabilidade, obtida com custos salariais menores, as empresas alemãs começaram a migrar pra outros pontos do mundo.
No entanto, no início deste século um governo social-democrata implementou uma série de reformas, classificadas por seus concorrentes de "neoliberais", para reativar a economia nacional.
O remédio funcionou – a economia voltou a crescer. Mas teve um preço: aumento da pobreza, do subemprego e do "miniemprego".
"O lado positivo é que o sistema mostrou um alto grau de adaptabilidade. Porém, as reformas da seguridade social e do mercado de trabalho aumentaram a pobreza e a desigualdade", avalia Sebastian Dullien.

(Foto: EPA)Image copyrightepa
Image captionPopulação alemã desfruta de uma alta qualidade de vida

Futuro

Os desafios se acumulam. No curto prazo, os problemas na China afetam as exportações. No médio, a taxa de natalidade alemã não é suficiente para manter seu mercado de trabalho.
Mas não se trata unicamente de uma ameaça externa ou de uma bomba-relógio demográfica.
Um estudo do Instituto Hall mostra que, mesmo em uma economia social de mercado, a interdependência de bancos, empresas e governo pode possibilitar situações de interferência política.
De acordo com a pesquisa, os bancos do Estado emprestam consideravelmente mais durante os anos eleitorais.

(Foto: EPA)Image copyrightEPA
Image captionPaís liderado por Angela Merkel precisa rever algumas regras, afirma especialista

"Isso requer um modelo de governo melhor, que impeça a interferência política. Acredito que o sistema precisa de mais liberalização, não é possível que um banco estatal de Frankfurt não possa emprestar para outra região", afirma Gropp, presidente do instituto.
"Estamos no meio de uma grande revolução tecnológica e a economia alemã não está respondendo como deveria porque tem uma estrutura rígida demais. O modelo foi excelente, mas é possível que seja anacrônico."
No entanto, pode ser que mais uma vez o sistema alemão lance mão de sua extraordinária flexibilidade para sustentar um modelo que procura aliar capitalismo, altos salários e plena participação da força de trabalho.

Fonte http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160131_segredo_alemanha_economia_ab

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Mulher que perdeu marido com Parkinson desenvolve capacidade de ‘cheirar’ a doença

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
Elizabeth Quigley - BBC Escócia
BBC
Image captionPesquisadores fizeram testes com Joy Milne para ver se ela conseguia detectar Parkinson pelo cheiro
O marido de Joy Milne, Les, morreu em junho, aos 65 anos. Ele trabalhava como anestesista antes de ser diagnosticado com Parkinson, aos 45 anos.
Mas bem antes do diagnóstico, Joy notou que algo havia mudado com seu marido - seis anos antes, para ser mais preciso.
"O cheiro dele mudou. Não foi de repente, foi muito sutil - ele ficou com um cheiro almiscarado", disse ela à BBC.
BBC
Image captionJoy detectou o odor pela primeira vez em seu marido, Les, diagnosticado com Parkinson aos 45 anos
Joy só relacionou este odor à doença após passar a frequentar a instituição de caridade Parkinson's UK e conhecer pessoas com o mesmo cheiro característico.
Por um acaso total, ela mencionou isso enquanto conversava com pesquisadores. Eles ficaram intrigados - até hoje, não existe um exame preciso para diagnosticar Parkinson.
A Universidade de Edimburgo decidiu testá-la - e ela foi muito precisa.
Tilo Kunath, pesquisador associado da Parkinson's UK na escola de ciências biológicas da universidade, foi um dos primeiros a conversar com Joy.

Precisão

"A primeira vez em que testamos Joy, usamos seis pessoas com Parkinson e seis sem. Todas usaram camisetas brancas por um dia, que depois foram dobradas e empacotadas. A tarefa dela era dizer quem tinha Parkinson e quem não tinha", conta.
"Ela acertou 11 de 12. Ficamos muito impressionados."
Image captionOs pesquisadores pediram que pessoas com e sem Parkinson usassem roupas brancas e, depois, testaram se Joy conseguia identificar quem tinha a doença
Segundo ele, Joy acertou todos os com Parkinson, mas insistiu que uma das pessoas do grupo de controle também tinha a doença.
"Mas era o grupo de controle, então ele não tinha Parkinson. Segundo ele - e também segundo a gente - ele não tinha Parkinson", diz.
Mas os pesquisadores foram surpreendidos meses depois.
"Oito meses depois, ele informou que havia sido diagnosticado com Parkinson. Então Joy não estava certa apenas em 11, ela acertou os 12."
"Isso nos impressionou muito e fomos investigar o fenômeno."

Exame

Pesquisadores acreditam que mudanças na pele de pessoas com Parkinson produzem um odor específico.
Eles esperam encontrar a "assinatura molecular" responsável pelo cheiro e então desenvolver um teste simples para coletar amostras passando um cotonete na testa da pessoa.
BBC
Image captionTilo Kunath ficou impressionado com os resultados de Joy
Agora, a ONG Parkinson's UK está financiado pesquisadores em Manchester, Edimburgo e Londres para estudar cerca de 200 pessoas com e sem Parkinson.
Um teste simples para Parkinson poderia ter um grande impacto, segundo Katherine Crawford, diretora na Escócia do Parkinson's UK.
"Esse estudo tem o potencial de transformar a vida de pessoas que têm Parkinson", disse.
"É uma doença incrivelmente difícil de diagnosticar. Na prática, ainda a diagnosticamos da mesma forma que o doutor James Parkinson fazia em 1817, ou seja, observando as pessoas e os sintomas."
"Um teste de diagnóstico poderia agilizar isso, permitindo que as pessoas fossem ao médico, fazer um exame e sair com um diagnóstico de Parkinson."
Segundo ela, isso seria "absolutamente incrível e mudaria a vida deles imediatamente."
"Eles e os profissionais poderiam discutir e combinar um programa de tratamento, conseguir monitorar o progresso da doença e tratá-la de forma apropriada. Também poderia dar mais oportunidades para que pessoas vivendo com Parkinson se envolvessem na pesquisa."

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151022_parkinson_cheiro_lab

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Contas do governo têm rombo recorde de R$ 114,9 bilhões em 2015

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

28/01/2016 10h33 - Atualizado em 28/01/2016 12h13
Alexandro Martello - Do G1, em Brasília

imagem da internet

Com recessão, receita sobe menos, mas despesa bate recorde.
Em 2015, governo quitou 'pedaladas fiscais' e isso impactou contas.


Em um ano marcado pela recessão na economia e pelo pagamento das chamadas "pedaladas fiscais", as contas do governo tiveram forte deterioração e registraram um rombo recorde de R$ 114,98 bilhões, ou 1,94% do Produto Interno Bruto (PIB), informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quinta-feira (28).
Contas do governo
Evolução do resultado nominal, em R$ bilhões
57,6571,43839,43678,77293,52488,26276,993-17,219-114,98Ano 2007Ano 2008Ano 2009Ano 2010Ano 2011Ano 2012Ano 2013Ano 2014Ano 2015-150-100-50050100150


Foi o segundo ano seguido de déficit fiscal primário - que considera apenas receitas e despesas, sem contar juros da dívida. Este foi, de longe, o pior resultado das contas públicas desde o início da série histórica, em 1997, ou seja, em 19 anos. Até então, o pior saldo havia sido registrado em 2014, quando foi contabilizado um déficit primário de R$ 17,21 bilhões, ou 0,3% do PIB. Os números mostram que a piora do resultado, de 2014 para 2015, foi de R$ 97,77 bilhões.

As receitas totais do governo subiram 2,1% em todo ano passado. Já as despesas totais cresceram 11,6% em 2015, ou seja, mais que o cinco vezes a expansão das receitas.



Previdência Social
O resultado das contas do governo engloba a União, o Banco Central e da Previdência Social. Segundo o governo, houve uma forte piora nas contas do Instituto Nacional do Seguro Social no ano passado, quando foi contabilizado um déficit de R$ 85,81 bilhões (diferença entre as receitas e o pagamento de benefícios previdenciários), ou 1,5% do PIB.

Em 2014, o resultado negativo havia sido de R$ 56,69 bilhões - o equivalente a 1% do PIB. A piora foi de R$ 29,12 bilhões de um ano para o outro e rombo subiu em 51%. O déficit do INSS de 2015 foi o maior valor nominal (R$ 85 bilhões), mas, em proporção com o PIB, ficou abaixo do patamar registrado de 2004 a 2007. O governo debate, neste momento, uma reforma da Previdência Social."Houve um crescimento muito forte de uma despesa obrigatória, que é a Previdência Social. Essa foi uma variável bastante importante na compreensão do déficit neste ano. Junto a isso, temos a perda da receita total de mais de R$ 100 bilhões [em relação à previsão inicial] principalmente por conta da atividade econômica e, também, efeito do preço do petróleo. Se retirarmos as despesas discricionárias, que caíram em termos reais, as obrigatórias também subiram", avaliou o secretário interino do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira.


Meta fiscal

Por conta das dificuldades enfrentadas com as contas públicas neste ano, o governo enviou ao Congresso Nacional uma proposta de alteração da meta fiscal no ano passado - que acabou sendo aprovada pelo Legislativo.

O texto, enviado pelo Palácio do Planalto diante das dificuldades para fechar as contas, autorizou o governo federal a encerrar 2015 com um déficit de R$ 51,8 bilhões - sem contar as pedaladas fiscais e as receitas da concessão de hidrelétricas, que acabaram ficando para 2016.
Déficit do INSS
Em R$ bilhões, por ano
-44,881-36,206-42,867-42,89-35,546-40,824-49,856-56,698-85,81Ano 2007Ano 2008Ano 2009Ano 2010Ano 2011Ano 2012Ano 2013Ano 2014Ano 2015-100-80-60-40-200


Com o pagamento das pedaladas fiscais, limitado a R$ 55,6 bilhões, o resultado negativo das contas do governo poderia subir para até R$ 118,7 bilhões. O Executivo dependia da revisão da meta para não descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Com a revisão, a meta fiscal do ano passado acabou sendo cumprida pelo governo.

As chamadas “pedaladas fiscais” consistiram no atraso dos repasses da União para bancos públicos do dinheiro de benefícios sociais e previdenciários. Essa prática fez com que instituições financeiras como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil usassem recursos próprios para honrar esses compromissos.


Receitas X despesas
De acordo com dados do governo federal, as receitas totais subiram 2,1% em todo ano passado, contra 2014, para R$ 1,25 trilhão. O crescimento das receitas foi de R$ 26,14 bilhões no último ano.

Em 2015, o governo subiu tributos sobre combustíveis, automóveis, empréstimos, importados, receitas financeiras de empresas, exportações de produtos manufaturados, cerveja, refrigerantes, cosméticos.

Na comparação com o PIB, as receitas totais somaram 22% no ano passado, contra 21,5% em 2014. O valor registrado em 2015, porém, não é recorde histórico, uma vez que, entre 2005 e 2013, haviam atingindo um patamar mais alto.

Ao mesmo tempo, as despesas totais cresceram 11,6% em 2015, ou seja, mais que o cinco vezes a expansão das receitas, para R$ 1,15 trilhão. Neste caso, a elevação foi de R$ 119 bilhões no ano passado. Os gastos somente de custeio, por sua vez, avançaram bem mais no ano passado: 19,5%, para R$ 265 bilhões.

Na proporção com o PIB, ainda segundo números da Secretaria do Tesouro Nacional, as despesas totais bateram recorde no ano passado ao somarem 20,2% do PIB. Foi a primeira vez em que as despesas do governo superaram a marca dos 20% do PIB (com PIB revisado). O recorde anterior havia sido registrado em 2014 (18,1% do PIB).

A dívida pública federal teve aumento recorde de 21,7% no ano passado, para R$ 2,79 trilhões. Em valores nominais, o crescimento da dívida pública em 2015 foi de R$ 498 bilhões – impulsionada principalmente pelas despesas com juros, que somaram o valor recorde de R$ 367,67 bilhões.

Investimentos caem fortemente
No caso dos investimentos, os gastos somaram R$ 55,53 bilhões no ano de 2015, valor que representa uma queda de R$ 22 bilhões, ou 28,3%, frente ao patamar registrado em 2014 (R$ 77,5 bilhões). O valor é o mais baixo desde 2011 (R$ 52,6 bilhões). Na proporção com o PIB, os investimentos somaram 1% em 2015. Trata-se do menor valor desde 2008, quando totalizaram 0,9% do PIB.

Dividendos, concessões e subsídios
Segundo o governo, as receitas de concessões e dividendos recuaram no ano passado. De acordo com dados oficiais, as receitas com concessões somaram R$ 5,89 bilhões em 2015, em comparação com R$ 7,92 bilhões no ano anterior. A queda foi de R$ 2 bilhões.

Ao mesmo tempo, o governo também recolheu menos dividendos (parcelas do lucro) das empresas estatais no ano passado. De acordo com o Tesouro Nacional, os dividendos pagos pelas empresas estatais ao Tesouro Nacional somaram R$ 12,07 bilhões em 2015, contra R$ 18,93 bilhões em 2014. O recuo foi de R$ 6,86 bilhões no último ano.

Por outro lado, o governo informou ainda que caíram os pagamentos feitos à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em 2015. Segundo o governo, foram pagos R$ 1,26 bilhão para a CDE em 2015, em comparação com R$ 9,2 bilhões em 2014.

Em todo ano passado, com o pagamento das "pedaladas fiscais", cresceram fortemente o pagamento dos subsídios (entre eles a chamada equalização de taxas de juros com bancos públicos), somando R$ 58,93 bilhões em 2015. No ano anterior, com o represamento (as pedaldas fiscais), haviam somado somente R$ 8,94 bilhões.

Meta fiscal para 2016

Para este ano, o Congresso Nacional aprovou o texto do Orçamento de 2016 estabelecendo uma meta de superávit primário (economia que o governo tem que fazer para pagar os juros da dívida) de 0,5% do PIB, o equivalente a R$ 30,5 bilhões. Esse valor, porém, é para todo o setor público - que inclui a União, estados, municípios e estatais. A parte somente do governo é de R$ 24 bilhões, ou 0,4% do PIB, enquanto R$ 6,5 bilhões são a meta de estados e municípios (0,1% do PIB).

Entre outros pontos, o texto da lei orçamentária prevê arrecadação federal com a criação da nova CPMF - tributo que sofre resistência por parte da sociedade e de parlamentares. Bancos ouvidos pelo Ministério da Fazenda em dezembro, porém, não acreditam que a meta fiscal de 2016 será atingida. A previsão é de um rombo de R$ 68,23 bilhões.




Fonte http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/01/contas-do-governo-tem-rombo-recorde-de-r-1149-bilhoes-em-2015.html