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domingo, 22 de fevereiro de 2015

10 MOTIVOS QUE PODEM DERRUBAR DILMA, SEGUNDO O FINANCIAL TIMES

PETROBRAS, ÁGUA E INFLAÇÃO ESTÃO NA LISTA

Dilma Rousseff (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)
O blog Beyond Brics, do jornal Financial Times, publicou nesta quarta-feira (25/02) uma lista com 10 motivos que podem motivar a saída da presidente Dilma Rousseff do cargo. Nas redes sociais, foram criados vários eventos que pedem o impeachment de Dilma, mas por enquanto não há nada concreto sobre essa possibilidade. 
"Há tanta coisa dando errado no Brasil que é difícil acompanhar. Por anos, críticos acusaram o governo de incompetência. Agora, suas ações parecem catastróficas — tanto que há boas razões para acreditar que a presidente Dilma Rousseff, que iniciou seu segundo mandato em 1º de janeiro, pode não durar muito", diz o texto do FT. Confira as 10 razões que ele apresenta como ameaças para o seu mandato:
1. Política
A falta de apoio no Congresso é apontada como decisiva para um possível impeachment. Nas últimas eleições, a coalizão do governo ficou mais pulverizada e difícil de controlar. Além disso, grupos do próprio Partido dos Trabalhadores não estão contentes com Dilma. O jornal também aponta que a presidente apareceu poucas vezes publicamente desde que venceu as eleições.
2. Petrobras
O desdobramento mais recente dos problemas que a estatal brasileira vem enfrentando após as denúncias de corrupção é a perda de seu grau de investimento, segundo classificação da agência Moody's. A Petrobras ainda não divulgou o balanço auditado do terceiro trimestre do ano passado, o que complica a situação da empresa para os avaliadores. Caso haja algum movimento político em direção ao impeachment, diz o FT, a Petrobras seria apontada como o pecado de Dilma, já que ela é a presidente no poder no momento da Operação Lava Jato.
3. Confiança do consumidor
índice divulgado pela FGV atingiu o menor patamar desde 2005.
4. Inflação
O jornal fala que boa parte da população brasileira viveu a época da hiperinflação e que algumas pessoas temem que o governo abandone a meta da inflação, de 4,5%. Esta semana o IPCA-15 mostrou que a inflação nos últimos doze meses acumula 7,36%.
5. Desemprego
Segundo o FT, os brasileiros até estariam dispostos a tolerar uma inflação mais alta e crescimento mais baixo se sentissem que seus empregos estivessem seguros. Mas o texto fala que há sinais de alta do desemprego, o que é um grande desafio para a popularidade da presidente.
6. Confiança dos investidores
O blog cita uma matéria do jornal Valor Econômico sobre a venda de títulos de curto prazo do governo como exemplo de que os investidores estão preocupados com a capacidade do país de atingir suas metas em relação ao Orçamento. 
7. Orçamento
O déficit primário do ano passado não foi um bom sinal. "No ano passado, o Brasil entregou seu primeiro déficit primário em mais de uma década, levando o país de volta aos dias obscuros que antecederam a implementação da disciplina fiscal".
8. Economia
Apesar da nomeação de Joaquim Levy para a Fazenda ter sido positiva, para alguns está difícil acreditar que ele conseguirá cumprir a tarefa que tem pela frente de reverter a fraca economia, segundo o FT. Um dos motivos apontados é o fato de Levy parecer uma figura solitária no governo.
9. Água
"A sensação do apocalipse chegando ao Brasil é sublinhada pela falta de água atingindo a cidade de São Paulo", diz o texto, explicando a situação que os paulistanos estão vivendo por conta da queda do nível do sistema Cantareira. "Mas a causa não é só a falta de chuva. Estima-se que um terço da água da Sabesp seja perdida com vazamentos. Má gestão e dificuldade de investir também são culpados". Apesar de o Financial Times não citar, vale lembrar que a Sabesp é um órgão do estado de São Paulo. 
10. Eletricidade
O FT lembra que Fernando Henrique Cardoso perdeu muita popularidade após o apagão no início da década passada. Apesar de não estar em vigor o racionamento de energia no Brasil, o nível dos reservatórios das hidrelétricas está baixo

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Dólar a R$ 2,90? Inflação? Desemprego? O que esperar da economia em 2015


Sophia Camargo
2015 deve ser um ano difícil para os brasileiros: baixo crescimento econômico, juros, dólar, inflação, desemprego, aumento de impostos e de preços controlados, como luz, água, gasolina e transportes. 
Essa é a previsão de cinco especialistas consultados pelo UOL. Há analistas que esperam dólar até a R$ 2,90. "O cenário para 2015 não é nada promissor", diz o professor de Finanças do Insper Otto Nogami.

TRABALHO DA NOVA EQUIPE ECONÔMICA
Pedro Ladeira/Folhapress
Alexandre Tombini (BC), Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda)

"O caminho para acertar as contas públicas passa pelo aumento de impostos que foram retirados e pela contenção nos gastos do governo", afirma Juan Jensen, diretor-executivo da Tendências Consultoria. "A correção de rumo torna 2015 um ano difícil, mas abre a perspectiva de uma trajetória mais positiva para os próximos anos."
Para o professor da Escola de Economia de São Paulo (FGV/EESP), Clemens Nunes, 2014 marcou a exaustão das estratégias de crescimento que incentivavam o aumento do consumo por meio de diminuição de impostos e incentivo ao crédito.

JUROS NOS EUA 
Brendan McDermid/Reuters

O especialista em contas públicas Raul Velloso afirma que Joaquim Levy (Fazenda) deve ter a autonomia necessária. "É uma questão de sobrevivência política da presidente Dilma."
"Se ele (Levy) inspirar a confiança que eu imagino que tem condições de inspirar, 2015 pode ter um desempenho mais positivo do que se pensa, com crescimento de 1% a 2% do PIB."
Para Walter Maciel Neto, diretor-executivo da Quest Investimentos, os EUA ainda vão demorar um pouco para aumentar as taxas de juros. "Isso deve fazer com que o Brasil tenha mais tempo de atrair investimentos externos por conta da sua elevada taxa de juros."
Otto Nogami, do Insper, resume o sentimento geral: "A esperança reacendeu. Agora ficamos na expectativa se vai manter a chama."

DESEMPREGO 
Rafael Hupsel/Folha Imagem

Para Juan Jensen, o enfraquecimento da economia irá empurrar mais jovens para a busca de emprego, o que vai elevar o nível de desemprego para 5,4% da PEA (População Economicamente Ativa). Maciel Neto, da Quest, e Otto Nogami, do Insper, apostam em 6% e 6,5%.

DÓLAR 
Shutterstock

O dólar deve se valorizar, mas não dá para saber quanto. As apostas vão de R$ 2,65 a R$ 2,90 até o final de 2015. Alguns analistas esperam manutenção dos juros nos EUA, o que reduziria a alta da moeda. Outros preveem necessidade de o Brasil incentivar exportações e diminuir importações, o que elevaria o dólar.

INFLAÇÃO 
Reuters

Mesmo com juros mais altos, os analistas consultados acreditam que a inflação deva permanecer elevada, perto do limite máximo da meta de 6,5% (de 6% a 6,4% ao ano).

JUROS 
Shutterstock

A necessidade de conter a inflação e atrair investimentos estrangeiros deve manter os juros altos. Os especialistas apostam em 12% a 13% ao ano.

PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO) 
Thinkstock

As previsões sobre o PIB (soma das riquezas produzidas no país) variam de 0,5% a 2%, conforme o sucesso das medidas da nova equipe econômica.


Fonte http://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2015/01/05/dolar-caro-inflacao-alta-desemprego-o-que-esperar-da-economia-em-2015.htm

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

AIE: preço do petróleo subirá rápido, mas sem retornar ao nível anterior


AFP10/02/201508h00

Paris, 10 Fev 2015 (AFP) - Os preços do barril de petróleo subirão rapidamente, mas sem recuperar o nível anterior à recente queda das cotações, em consequência de uma demanda moderada, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE).

"O processo de reequilíbrio do mercado começará de maneira relativamente rápida, mas o alcance será relativamente limitado, com preços inferiores aos picos dos três últimos anos", afirma a AIE em um relatório sobre o mercado a médio prazo.

A agência se baseia na evolução dos preços de futuros no mercado petroleiro, com 55 dólares o barril em 2015 e 73 dólares em 2020.

Desde junho, o barril de petróleo caiu de quase 110 dólares a menos de 50. Nos últimos dias superou a barreira dos US$ 50.

A queda de 60% desde junho foi motivada por uma demanda frágil e um excesso de oferta, alimentada em grande parte pela produção de petróleo de xisto na América do Norte.

O mercado aposta agora em uma redução da produção a médio prazo, depois que as empresas petroleiras cortaram os investimentos para enfrentar a queda dos preços, o que limita a rentabilidade de muitos projetos.

A demanda crescerá em média 1,1 milhão de barris por dia (mbd), segundo as previsões da AIE, e alcançará 99,1 mbd em 2020, contra 92,4 mbd em 2014.

Para 2015, a previsão de demanda da AIE é de um leve aumento a 93,4 mbd.

Ao mesmo tempo, a produção deve registrar uma desaceleração: a oferta deve aumentar a cada ano em 860.000 barris por dia, resultado muito menor que o registrado em 2014 (1,8 mbd).


Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/afp/2015/02/10/aie-preco-do-petroleo-subira-rapido-mas-sem-retornar-ao-nivel-anterior.htm

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Seis desafios do novo presidente da Petrobras

Ruth Costas
Da BBC Brasil em São Paulo
Bendine (Reuters)
Bendine fez carreira no Banco do Brasil, onde entrou como estagiário
A nomeação do ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine para a presidência da Petrobras foi apresentada pelo governo como reconhecimento pelo seu trabalho à frente de uma das maiores instituições financeiras brasileiras. Mas também pode ser vista como uma espécie de presente de grego.
Bendine assume a estatal no que é, provavelmente, o ponto mais baixo da sua história e não será fácil conduzi-la em meio à crise desatada pelas repercussões da Operação Lava Jato. Para piorar, seu nome foi mal recebido por alguns analistas do setor e pelos mercados - as ações da estatal na bolsa caíram mais de 7% nesta sexta-feira, após sua indicação "vazar" para a imprensa.
"A nomeação de Bendine é frustrante porque ele é um funcionário de carreira do Banco do Brasil próximo ao governo - ou seja 'mais do mesmo'", opina Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
"Provavelmente a presidente não conseguiu que alguém do mercado topasse o desafio de tirar a empresa desse imbróglio. Mas Bendine não terá a autonomia necessária para tomar decisões que priorizem a saúde financeira da Petrobras em vez de interesses do governo."
Em Belo Horizonte, onde participou de um evento em comemoração aos 35 anos do PT, o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, minimizou a importância da má recepção do nome do ex-presidente do Banco do Brasil pelo mercado. "Às vezes, (o mercado) faz avaliações que depois não se confirmam", disse.
Abaixo, confira quais serão os principais desafios a serem superados pelo novo presidente da Petrobras:

'Choque' de credibilidade

Desde setembro, a estatal perdeu dois terços de seu valor na bolsa de São Paulo em função da crise em que está mergulhada.
Bendine precisará restaurar a confiança de parceiros e investidores - o que não será tarefa fácil, a julgar pela queda no valor das ações da empresa provocada pelo anúncio de sua nomeação, nesta sexta-feira.
Essa reconstrução da credibilidade passa, em parte, por evitar que a empresa perca o grau de investimento, o que dificultaria a captação de recursos para grandes projetos.
Analistas dizem que o novo presidente precisará ter uma postura firme de colaboração com a investigação da Lava Jato, mas também deve ser rápido em sinalizar que o escândalo não continuará a 'paralisar' as atividades da empresa.
Também há certa apreensão sobre como ele responderá às pressões políticas. Para alguns analistas, as finanças da Petrobras sofreram nos últimos anos em função de a companhia ter subordinado sua política de preços ao interesse do governo de segurar a inflação.
O fato de Bendine ter afirmado em algumas ocasiões, quando era presidente do Banco do Brasil, que o papel do banco público "não é dar lucro", alimenta algumas dúvidas sobre se ele priorizará a saúde financeira da Petrobras em suas decisões, como ressalta Pires.

Restaurar a moral dos funcionários

Por muito tempo, trabalhar para a Petrobras foi motivo de orgulho. Hoje, há funcionários que escondem símbolos da empresa ao sair de sua sede, no centro do Rio, para evitar comentários desagradáveis.
Há um desânimo entre técnicos que, aos olhos da sociedade, deixaram de ser parte de uma das empresas mais eficientes do país para serem funcionários de uma "máquina de desviar recursos".
O novo presidente precisará reverter esse pessimismo para conseguir os melhores resultados dos quadros da estatal.

Calcular as perdas

A Petrobrás ainda não conseguiu calcular com exatidão como o esquema de corrupção afetou seu patrimônio. Na quinta-feira, por exemplo, o ex-gerente de serviços da Petrobras, Pedro Barusco, disse em delação premiada que só o PT teria embolsado US$ 200 milhões em propina - o que foi negado pelo partido.
Segundo analistas, a posição de Maria das Graças Foster na presidência da empresa teria ficado insustentável depois que ela apresentou uma estimativa preliminar de que seus ativos estariam superestimados em R$ 88 bilhões.
Essa conta, porém, não distingue quanto desses recursos foram desviados e quanto diz respeito a problemas na execução de projetos ou a mudança no câmbio.
Na ausência de uma estimativa do estrago, a auditoria PricewaterhouseCoopers se recusou a assinar o balanço da empresa. E, sem resultados auditados, fica difícil para a Petrobras captar recursos e atrair investidores. Parte dos seus credores também pode pedir o vencimento antecipado de suas dívidas e a empresa pode perder o grau de investimento.
"Fazer o cálculo do estrago o mais rápido possível é essencial para que a Petrobras deixe esse escândalo de corrupção de lado e se concentre no que sabe fazer melhor: explorar petróleo. A Lava Jato é assunto para a polícia, não pode paralisar as atividades da empresa", diz Wilber Colmerauer, diretor do Emerging Markets Funding, em Londres.

Redefinir investimentos

Além do aumento da dificuldade para captar recursos, a Petrobras também está tendo de lidar com a queda dos preços do petróleo - dois fatores que contribuem para que seja necessária uma redefinição dos atuais planos de investimento da empresa.
A estatal também terá de procurar novos parceiros para concluir seus projetos agora que proibiu a contratação de 23 empresas envolvidas na Lava Jato - lista que inclui boa parte das grandes construtoras brasileiras.
Para Paulo Paiva, da Fundação Dom Cabral, é possível que o marco regulatório do Pré-Sal tenha de ser revisto.
"A Petrobras acabou ficando com uma parcela muito grande dos projetos e, agora que sua situação financeira se complicou, deve precisar de mais parcerias para avançar em seus planos de investimento", diz.

Lidar com investigações nos EUA

O novo presidente terá de conduzir a defesa da Petrobras frente a tribunais e instituições reguladoras americanas.
A estatal está sendo processada por acionistas minoritários e detentores de seus títulos no Tribunal Distrital de Nova York e investigada pela Securities Exchange Comission (SEC) - a Comissão de Valores Mobiliários americana - e pelo Departamento de Justiça dos EUA.
Para evitar multas e a responsabilização de seus executivos, a empresa terá de provar que foi "vítima" do esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato - e não conivente com ele.
Nos últimos anos, companhias estrangeiras como a alemã Siemens, a francesa Total e a japonesa JGC Corporation, receberam multas milionárias nos Estados Unidos após serem acusadas de corrupção.

Aprimorar a governança corporativa

O escândalo da Lava Jato lançou uma nuvem de incertezas sobre os mecanismos de governança corporativa da Petrobras ao sugerir que seus controles não são suficientes para evitar fraudes e abusos.
O novo presidente terá de fazer uma apuração para entender como um esquema de corrupção dessa escala conseguiu se instalar na empresa - e o que deve ser feito para que isso não volte a acontecer no futuro.
"O pior é que essas suspeitas sobre a governança corporativa da Petrobras prejudicam também outras empresas brasileiras listadas em bolsa", diz Michael Viriato, professor do Insper.
"Se nem os controles da estatal funcionaram, por que os investidores vão acreditar que os de outras empresas brasileiras funcionam?"


Fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150203_novo_presidente_ru

Além da Petrobras, petroleiras latino-americanas vivem mau momento

Luis Fajardo

BBC Mundo

Protesto de trabalhadores terceirizados na Petrobras na última quarta-feira (Getty)


Denúncias de corrupção e baixa no preço do petróleo podem colocar em xeque investimentos no pré-sal

Não faz muito tempo que a Petrobras era vista como uma das empresas de futuro mais promissor entre as gigantes de energia das economias emergentes, principalmente graças às vastas reservas do pré-sal.
Hoje, a estatal parece enfrentar seu 'inferno astral'; nesta semana, teve o seu comando trocado, em meio a novas denúncias de corrupção e desvios milionários deflagrados pela nona fase da Operação Lava Jato, realizada pela Polícia Federal.
Na quarta-feira, o anúncio de que Graça Foster deixaria a presidência da estatal agradou o mercado ─ e as ações subiram.
Mas a expectativa com os novos rumos da empresa durou pouco.
A nomeação de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, para chefiar a Petrobras foi mal recebida por investidores, reforçando a percepção de que será longo e espinhoso o caminho para recuperar a imagem da companhia e desenvolver plenamente as reservas de petróleo que poderiam devolver ao Brasil uma superpotência energética.
A Petrobras, no entanto, não é a única petroleira em 'maus lençóis'. Veja abaixo outras gigantes do setor que também enfrentam sérias dificuldades.

Pemex

Outra grande petroleira da região, a estatal mexicana Pemex também está em alerta e anunciou cortes drásticos justamente no momento em que entra em vigor no país uma reforma energética que, pela primeira vez em décadas, a colocará em competição direta com empresas privadas estrangeiras.

A mexicana Pemex sofreu corte no orçamento e viu sua concorrência aumentar

Nos últimos dias, a Pemex anunciou um corte orçamentário de 62 bilhões de pesos mexicanos, ou US$ 4,2 bilhões (R$ 11,7 bilhões).
"É o primeiro corte em mais de uma década realizado na Pemex", disse à BBC Mundo o consultor mexicano de energia Ramses Pech.
Por meio de um comunicado, o presidente da empresa, Emilio Lozoya, afirmou que a Pemex está "imersa em um profundo processo de transformação para modernizar suas estruturas e processos e em mudança de sua cultura organizacional para ser mais eficiente, (...) algo essencial no novo ambiente de competição que a empresa enfrenta".
Esse "novo ambiente de competição" foi estabelecido pela reforma energética aprovada em 2013, que pôs fim a décadas de monopólio da Pemex.
Sendo assim, a empresa enfrenta, ao mesmo tempo, mais concorrência e seu produto sendo vendido a um preço mais baixo.

Ecopetrol

A colombiana Ecopetrol, por sua vez, que por um breve intervalo, em 2013, chegou a superar até a Petrobras para se tornar a maior empresa da América Latina em valor de mercado, viu o valor de suas ações despencar em 43% ao longo de 2014.
Cerca de 500 mil colombianos que haviam investido nas ações da empresa, quando o governo anterior, de Álvaro Uribe (2002-2010), colocou à venda uma porcentagem minoritária de seu percentual da empresa, sofreram as consequências de um mercado que já não acredita tanto na petroleira.
A Ecopetrol tem sentido os efeitos da queda do preço internacional do petróleo, além de recorrentes problemas por conta de ataques de guerrilheiros à infraestrutura energética do país.

As ações da empresa subiram 10% na última terça-feira, mas o preço delas segue bastante abaixo do que chegou a valer nos tempos de glória, no início de 2013: 5,5 mil pesos colombianos, contra os 2,32 mil atuais.
Como resposta à queda internacional dos preços internacionais do petróleo, a Ecopetrol anunciou, no fim do ano passado, uma redução de 25% em seus investimentos de 2015, o equivalente a mais de US$ 2 bilhões.
Além do cenário externo desfavorável, a empresa enfrenta constantes desafios causados pela persistente violência na Colômbia.
A Associação Colombiana de Petróleo (ACP) calcula que só em 2014 o setor petrolífero do país tenha sofrido mais de 650 atentados, com um impacto de US$ 420 milhões.
As dificuldades da Ecopetrol repercutem em todo o país.
A Associação Nacional de Instituições Financeiras da Colômbia estimou, em dezembro, que a piora no desempenho da Ecopetrol pode contribuir para uma redução de 1% a 2% no PIB do país em 2015 e 2016.

PDVSA

Outra petroleira latino-americana "em apuros" é a venezuelana PDVSA, que, por seu papel especial e amplo na implementação dos objetivos políticos e sociais do governo de Nicolás Maduro, quase poderia ser inserida em uma categoria distinta de atividade empresarial em relação às demais empresas do setor no continente.


(Reuters)
PDVSA também sofre escândalos de corrupção

A PDVSA também sentiu o golpe da baixa dos preços internacionais, estabilizados em um nível muito mais baixo do que os de anos anteriores.
Além disso, sofre com os mandos e desmandos do atual governo venezuelano, de inclinação socialista. Cerca de 95% da economia da Venezuela está ligada ao petróleo, aumentando a vulnerabilidade do país às oscilações do valor do óleo no mercado internacional.
A estatal enfrenta, ainda, escândalos de corrupção.
Nesta semana, um diretor da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), José Luis Parada, foi detido por suposto envolvimento em irregularidades administrativas na contratação de empresas para o embarque de combustíveis.
A apenas 0,016 dólar por litro, a gasolina na Venezuela é a mais barata do mundo, o que criou um negócio lucrativo para os contrabandistas de combustível que operam nos mais de 2,2 mil km de fronteira com a Colômbia.
Parada é irmão de Nubia Parada, ex-diretora geral de Mercados Internos do Ministério de Petróleo e Mineração do país, detida no fim de janeiro também por envolvimento em supostas irregularidades.

Fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150203_petroleiras_latinoamericanas_pai

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Dilma escolhe Bendine, do BB, para presidir Petrobras, dizem fontes

Reuters

  • Por Jeferson Ribeiro e Luciana Otoni

Por Jeferson Ribeiro e Luciana Otoni
BRASÍLIA (Reuters)

A presidente Dilma Rousseff escolheu um homem de sua confiança, o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para assumir o comando da Petrobras , disseram três fontes do governo nesta sexta-feira (6), desapontando investidores que torciam por um nome do mercado para recuperar a imagem da petroleira arranhada por um escândalo de corrupção.

Bendine, funcionário de carreira do BB , está à frente do maior banco da América Latina desde 2009. Sob sua chefia, a instituição federal liderou uma ofensiva do governo petista no crédito para atenuar os efeitos da crise financeira global na economia brasileira.

A escolha de Bendine indica as dificuldades que Dilma teve para costurar a sucessão na Petrobras de forma súbita, em 48 horas, com a renúncia repentina da presidente Maria das Graças Foster e de outros cinco diretores da companhia, em um movimento que surpreendeu o Palácio do Planalto.

Além disso, por ser bastante alinhado às políticas do atual governo, a colocação de Bendine na liderança da Petrobras frustra expectativas de investidores e analistas de que o novo líder da petroleira viesse do mercado.

O Conselho de Administração da Petrobras está reunido nesta sexta para eleger um nome indicado pela Presidência da República para ocupar a cadeira de presidente-executivo da petroleira, que está no centro de um escândalo bilionário de corrupção.

Além de Bendine, o Conselho apontará o atual vice-presidente financeiro do BB, Ivan Monteiro, para a diretoria de Finanças da Petrobras, segundo disse à agência de notícias Reuters uma fonte próxima ao banco, que falou sob condição de anonimato.

"O Bendine é uma pessoa muito identificada com a primeira gestão do governo Dilma. O BB foi absolutamente comandado pelo governo na primeira gestão e a Petrobras precisaria de alguém mais independente, que peitasse o governo em determinadas situações e não fizesse loteamento de cargos", disse à Reuters o sócio da Órama Investimentos Álvaro Bandeira, no Rio de Janeiro.

Para Bandeira, nomes que vinham circulando na mídia para a Petrobras, como o de Murilo Ferreira, presidente da Vale , e o de José Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem , seriam opções melhores. "Pesa por não ser alguém do setor, mas pesa mais por ser identificado com a primeira gestão de Dilma", afirmou.

O novo comando da empresa terá entre seus desafios iniciais a regularização da publicação das demonstrações financeiras da estatal. Isso em meio à apuração de um escândalo de corrupção que exigirá que a companhia realize baixas contábeis bilionárias de ativos sobrevalorizados.
Renúncia coletiva

A renúncia de seis altos executivos da Petrobras na quarta-feira surpreendeu autoridades em Brasília, que previam uma mudança na diretoria da estatal apenas no fim do mês.

Na terça-feira, Dilma aceitou o pedido de demissão de Graça Foster, mas tinha acertado a permanência da executiva no cargo por mais algumas semanas. Mas outros cinco diretores da Petrobras não aceitaram ficar por mais tempo, precipitando a saída também de Graça Foster.

Já bastante desgastados, os diretores da Petrobras que estão deixando os postos não quiseram mais ser diretamente associados ao escândalo de corrupção, o maior da história do país, com denúncias de sobrepreço de contratos para beneficiar ex-funcionários, executivos de empreiteiras e políticos.

Procurada, a Petrobras informou que não comentaria a informação de que Bendine será o novo presidente da estatal e disse que qualquer comunicação oficial será feita por meio da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2015/02/06/bendine-do-bb-sera-novo-presidente-da-petrobras-dizem-fontes.htm

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Saída de Graça Foster era 'inevitável', dizem analistas

Ruth Costas e Jefferson Puff
Da BBC em São Paulo e Rio de Janeiro
Graça Foster | Foto: Reuters
Presidente da Petrobras renunciou, junto com cinco diretores

A confirmação da saída de Maria das Graças Silva Foster da presidência da Petrobras desatou uma onda de especulações sobre quem poderia tomar as rédeas da estatal.


A renúncia de Graça Foster, divulgada pela imprensa na terça-feira, foi confirmada nesta quarta-feira em uma nota da empresa.

Ela ocorre em meio ao escândalo de corrupção na Petrobras desatado pela Operação Lava Jato e às dificuldades da estatal para publicar seus resultados auditados.

Outros cinco diretores também deixarão a cúpula da companhia e deve haver uma reunião do seu conselho de administração no fim da semana para a escolha dos substitutos.

"A Petrobras informa que seu Conselho de Administração se reunirá na próxima sexta-feira para eleger a nova diretoria face à renúncia da presidente e de cinco diretores", diz a nota da empresa.

Na terça-feira, a perspectiva de mudança na cúpula da Petrobras repercutiu positivamente no mercado e as ações da empresa fecharam o pregão com alta de 15%.

Entre os cotados para substituir Foster, estão o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o ex-presidente da OGX Rodolfo Landim e o ex-presidente da Vale Roger Agnelli.

Para analistas ouvidos pela BBC Brasil, a substituição da presidente da Petrobras se tornou quase 'inevitável' em função do aprofundamento da crise na empresa e do desgaste político de Graça Foster.

Mas uma mudança na cúpula da Petrobras está longe de resolver a crise de credibilidade em que a estatal está mergulhada ou reduzir a sua vulnerabilidade a novos esquemas de corrupção, dizem eles.

"Quem mais ganhou foram especuladores que compraram as ações da empresa em baixa e puderam vendê-las com essa valorização", opina Francisco Vignoli, especialista em administração pública da Fundação Getúlio Vargas.

Para Vignolio, o que ampliou o desgaste em torno do nome de Graça Foster foi a divulgação de um cálculo segundo o qual a estatal teria o equivalente a R$ 88,6 bilhões em ativos "superavaliados" — ou seja, registrados na contabilidade da empresa com valores mais altos do que os reais.

O cálculo foi citado em um comunicado que acompanhou o balanço não auditado do terceiro trimestre e ajudou a derrubar as ações da empresa.

Novo presidente

Para Sérgio Lazzarini, professor do Insper que tem estudado o sistema de governança em empresas petrolíferas estatais, o ideal seria que Graça Foster fosse substituída por um nome "forte". "Teria de ser uma figura com certa estabilidade, 'intocável', como o ministro (da Fazenda), Joaquim Levy", opina.

"Mas mesmo que fosse conseguido alguém com esse perfil, a troca de comando não será suficiente para blindar a estatal de ingerências políticas indevidas, impedir o surgimento de novos esquemas de corrupção e fazer com que suas decisões atendam a interesses de Estado, não de governo".

Em seu livro mais recente, Reinventando o Capitalismo de Estado (Portfolio Penguin), escrito em parceria com Aldo Musacchio, da Universidade de Harvard, Lazzarini compara o sistema de governança da Petrobras com o de outras petrolíferas estatais de capital aberto.

O resultado, segundo ele, é que, embora todas essas estatais tenham sistemas de "freios e contrapesos" embutidos nos seus regimes societários para garantir boas práticas de gestão, diferenças nas regras e na implementação desses sistemas de garantias faz com que algumas empresas sejam mais vulneráveis que outras a esquemas de corrupção e interferências políticas indevidas.

Tanto a Petrobras quanto a norueguesa Statoil possuem conselhos administrativos relativamente grandes e com conselheiros de fora da empresa, por exemplo.

No entanto, enquanto na Noruega há uma lei que proíbe a participação de membros do governo nesse conselho, na Petrobras ele está repleto de servidores públicos e membros indicados pelo Planalto.

Como resultado, embora em ambos os casos seja este conselho quem nomeia o presidente da estatal, na prática, no Brasil o processo de nomeação é essencialmente político, o que não ocorre na Noruega ─ onde a nomeação independeria de ciclos eleitorais.

Outra diferença, segundo Lazzarini, diz respeito à força das agências reguladoras do setor. "No Brasil, a Agência Nacional do Petroleo (ANP) é relativamente fraca, enquanto que na Noruega a agência reguladora (NPD) é forte."

"O ideal é que a agência reguladora tenha independência para supervisionar a estatal de sua área e traçar as linhas gerais para a sua política de preços e de investimentos. Só assim é possível garantir que a empresa siga interesses de Estado e não de governo, que haja uma blindagem política", opina Lazzarini.

Diretores
(AFP)
Para analistas, rombo de 88 bilhões não contabilizados em balanço da Petrobras foi gota d'água para saída de Foster


John Forman, ex-diretor da ANP, concorda que a troca da cúpula não é suficiente para contornar a crise da Petrobras, mas também é cético sobre a possibilidade de melhorar a governança da empresa.

"Tudo isso é muito subjetivo. Você pode ter normas e regras, mas é preciso contratar pessoas que as respeitem. As regras já existentes e as sindicâncias realizadas mostraram-se ineficientes", diz.

Forman ressalta que o cenário que levou aos problemas na companhia parece envolver grande parte de sua cadeia administrativa ─ inclusive diretores e gerentes.

"Não é possível fazer nada sem que diferentes partes desta cadeia estejam envolvidas. Como mudar a Petrobras? É evidente que você precisa fazer grandes alterações administrativas. É preciso trocar da cúpula aos diretores e gerentes para termos pessoas comprometidas com o processo de recuperação da companhia", avalia.

"Um novo presidente terá que fazer uma avaliação completa (dos processos da empresa). Terá de analisar toda a estrutura e entender como diferentes elos da cadeia estiveram envolvidos (no esquema de corrupção da Lava Jato)".

Forman opina, porém, que ter um perfil técnico não é garantia de eficiência nessa tarefa.

"Muitos dos envolvidos (no escândalo) inclusive tinham carreiras de mais de 30 anos na Petrobras: o Renato Duque, o Paulo Roberto Costa. Isso não blinda ninguém contra más práticas", diz.

Para Vignoli, da FGV, o desgaste do nome de Graça Foster é "inegável". "Mas também é preciso ressaltar que ao final não ficou comprovado nenhum tipo de envolvimento direto da atual presidente da Petrobras no esquema da Lava Jato", diz ele.

"Há inclusive muitas indicações de que esse é um esquema de longa data. Acho perfeitamente possível que ela não tenha tomado conhecimento dessas irregularidades", opina.

Fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/02/150203_petrobras_ru

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Dilma precisa explicar o que sabia sobre Petrobras, diz FT

Credito: Reuters

Artigo diz que Dilma precisa apoiar investigações


Em artigo publicado neste sábado, o jornal britânico Financial Times afirma que a presidente Dilma Rousseff precisa explicar o que sabia sobre a corrupção na Petrobras e que já passou o tempo de ser indulgente com os diretores da empresa.

"Embora ela não tenha sido acusada diretamente de envolvimento, como conselheira durante grande parte do tempo em questão, ela [Dilma] precisa explicar o que sabia e quando soube", afirma o editorial.

"A Lava-Jato deve pedir a cabeça da presidente e dos diretores. Dilma Rousseff está defendendo eles. O tempo para esta indulgência já passou", completa.

Nesta semana, as ações da empresa despencaram após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014 com dois meses de atraso e sem descontar as perdas causadas por desvios de corrupção. Na sexta-feira, elas atingiram seu menor valor em 11 anos.

O texto do diário britânico também diz que Dilma precisa apoiar a investigação e traça um paralelo entre o escândalo na Petrobras e o mensalão.

O mensalão "levou a condenações de políticos sêniores - algo inédito no Brasil. Com a Petrobras, no entanto, a resposta precisa ser mais rápida e mais firme".

O artigo afirma também que, apesar de o dinheiro, supostamente, não ter sido usado por políticos para enriquecimento pessoal, a escala de desvios aumentou com o PT -e atribui a corrupção ao "desejo de poder" do partido. O dinheiro desviado, segundo as investigações, teria sido usado em campanhas da sigla e de partidos aliados.

O jornal diz que as consequências da desvalorização da Petrobras vão além da empresa. "Tem importância sistêmica para a economia brasileira e ameaça derrubar o governo. A Petrobras é muito grande para fracassar. Mas também é muito corrupta para seguir desta maneira."


Fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/01/150131_petrobras_ft_lab