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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Sete aspectos da vida no Brasil que mudaram com o Real do Presidente FHC


Atualizado em  30 de junho, 2014 - 08:50 (Brasília) 11:50 GMT
Reais (BBC)
Após cinco planos fracassados, Real entrou em circulação no dia 1º de julho de 1994
Houve um tempo em que os brasileiros recebiam seus salários e corriam para fazer a compra do mês, porque no dia seguinte os preços poderiam estar mais altos.
Nos supermercados, era comum ver os clientes se apressando para pegar as mercadorias antes que os temidos remarcadores passassem mudando as etiquetas.
Despensas e freezers eram itens essenciais para muitas famílias e se uma alta da gasolina era anunciada, em minutos os postos de combustível se tornavam o ponto final de uma peregrinação de carros a perder de vista.
Há exatos 20 anos, o real colocou um ponto final nessa luta diária dos brasileiros para garantir o poder de compra do seu dinheiro.
Lançado em 1º de julho de 1994, a atual moeda brasileira marcou o fim de um longo período em que o país teve de conviver, primeiro, com o descontrole de preços. Foram três décadas de inflação alta, que culminaram em taxas anuais de mais de 2.000% na primeira metade dos anos 90.
Segundo, com uma sucessão de planos econômicos, mudanças de moeda e medidas anti-inflacionárias hoje inimagináveis, como o confisco do Plano Collor.
Em uma tentativa de colocar essa trajetória em perspectiva, a BBC Brasil fez, com a ajuda de economistas, um levantamento dos sete aspectos da vida dos brasileiros que mudaram com o real e a estabilização da economia.
A lista inclui desde mudanças no dia a dia das famílias até aquelas que contribuíram para transformar o quadro econômico e social do país.

Confira aqui o resultado:

Thinkstock
Com a redução da inflação, o brasileiro trocou as compras mensais por semanais
Em seu auge, nos anos 90, a inflação chegou a 80% ao mês. Ou seja, em trinta dias, o poder de compra dos salários caía quase pela metade.
Isso explica por que muitos brasileiros corriam para os supermercados ao receber seu pagamento. Era como se todo início do mês fosse véspera de Natal, com filas intermináveis e carrinhos abarrotados.
"Para os supermercados, era um desafio logístico: imagine só ter de fazer a maior parte das vendas do mês em um ou dois dias", diz Clemens Nunes, professor de economia da FGV.
"Cheguei a ouvir de um fazendeiro de São Carlos que seus funcionários lhe pediam que os pagasse em dias aleatórios e sem aviso prévio, porque se o comércio local ficasse sabendo quando recebiam, subia os preços na véspera", lembra o economista Edmar Bacha, um dos arquitetos do Plano Real.
Com a estabilidade da moeda, as famílias brasileiras puderam parar de estocar alimentos e as compras semanais se tornaram mais comuns.
Despensas e freezers deixaram de ser essenciais – e muitos brasileiros se livraram dos últimos na crise energética de 2001 e 2002, quando o governo estabeleceu punições para quem não economizasse energia.
*Colaborou Katy Watson



Fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/06/140619_plano_real_vida_ru.shtml

sábado, 28 de junho de 2014

Ilha espanhola será a primeira do mundo autônoma em energia limpa






MADRI, 27 Jun 2014 (AFP) - A ilha espanhola El Hierro, no arquipélago das Canárias, inaugurou nesta sexta-feira uma usina hidroeólica que lhe permitirá, nos próximos meses, se tornar a primeira ilha do mundo 100% autônoma em eletricidade, graças às energias renováveis.

"A determinação dos 'herrenhos', suas aspirações em conter a dependência energética do exterior e a busca por uma gestão mais sustentável na produção de água potável têm sido essenciais para cumprir este sonho", declarou o presidente do Cabildo (autoridade municipal) da ilha, Alpidio Armas, em um comunicado.

Graças a uma configuração única no mundo, a usina Gorona del Viento associa cinco rotores eólicos a uma central hidrelétrica com dois depósitos de água, um a 700 metros sobre o nível do mar e outro, 650 metros mais abaixo.

O parque eólico, com potência de 11,5 Megawatts, cobrirá amplamente a demanda das fábricas de dessalinização de água marinha e dos 10.000 habitantes desta pequena ilha de origem vulcânica, com 278 quilômetros quadrados.

O excedente de eletricidade servirá para bombear a água marinha dessalgada do depósito inferior ao superior.

Quando o vento não sopra, a energia hidráulica tomará o lugar, liberando a água da parte alta para gerar uma potência de 11,3 Megawatts.

O desenvolvimento deste sistema levou "três décadas", explicou o comunicado, destacando que seu "objetivo é de transformar a ilha canária na primeira capaz de se autoabastecer de eletricidade com recursos próprios".

A energia produzida pela usina será introduzida pouco a pouco na rede, com o objetivo de cobrir 100% da demanda elétrica antes do fim do ano.

Isso evitará que a ilha, reserva da biosfera da Unesco, emita a cada ano 18.700 toneladas de CO2 e consuma 40.000 barris de petróleo.

"É um projeto considerado em nível mundial como um dos projetos pioneiros e mais importantes na produção de energias renováveis", assegurou recentemente Armas à AFP.

Por seu tamanho e pequena população, "El Hierro pode ser uma espécie de laboratório", considera, e um exemplo para as ilhas de todo o mundo, onde vivem 600 milhões de pessoas.

Já se interessaram no projeto Havaí, Samso (Dinamarca), Oki (Japão), Aruba (Holanda) e Indonésia.

Com um orçamento de 80 milhões de euros, a usina pertence em 60% ao Cabildo, em 30% à elétrica Endesa (Enel) e em 10% ao Instituto Tecnológico de Canárias.



Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/afp/2014/06/27/ilha-espanhola-sera-a-primeira-do-mundo-autonoma-em-energia-limpa.htm

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Para turistas estrangeiros na Copa, o povo é o que há de melhor no Brasil


Atualizado em  27 de junho, 2014 - 07:12 (Brasília) 10:12 GMT
A Copa do Mundo começou há exatos 16 dias com algumas dúvidas sobre a capacidade do Brasil para sediar um evento esportivo desse porte. Na mídia nacional e internacional, ainda se questionava se 'o Brasil estaria pronto' para receber os 600 mil turistas estrangeiros esperados e realizar a chamada "Copa das Copas" prometida pelos governantes.
Os atrasos na entrega dos estádios e dos projetos de infraestrutura - muitos que ainda não ficaram prontos -, os problemas dos aeroportos e a ameaça de greves e protestos acabaram fazendo com que o Brasil ficasse em evidência mundo afora às vésperas do Mundial e chegaram até a 'assustar' alguns visitantes que estavam prestes a embarcar para o país.
Mas, passados os primeiros dias de euforia, o que os turistas de fora - popularmente chamados de 'gringos' - estão achando do Brasil? A BBC Brasil passou as duas últimas semanas ouvindo dezenas de estrangeiros que passaram pelas cidades-sede da Copa para saber quais eram as impressões deles sobre a organização do país para receber o Mundial, a infraestrutura, a hospitalidade dos brasileiros e tudo o que foge dos estereótipos conhecidos de "país do futebol, samba e carnaval".
Nas duas primeiras semanas de Copa, ao menos as previsões mais pessimistas não se confirmaram. Não houve caos aéreo - apesar de alguns aeroportos terem apresentado problemas de atraso, como é comum em períodos de muita demanda -, não houve grandes greves, os protestos foram contidos - alguns com certa violência, que acabou em confronto entre policiais e manifestantes - e a organização dos jogos também foi considerada satisfatória.
"Falaram tanto que o Brasil era violento, que seríamos assaltados, que os estádios não estavam prontos e tudo mais, mas não tivemos nenhum problema, está tudo muito tranquilo até aqui", relatou Neftalí Barría, um chileno que chegou ao Brasil no dia 10 de junho e passou por Cuiabá, Curitiba e São Paulo.
Mas nem tudo foram "flores" para os turistas que desembarcaram no Brasil neste mês de junho. Para outro chileno, por exemplo, a experiência no país já havia tido algumas intempéries, como um assalto a 25 companheiros em um albergue nos arredores da capital mato-grossense. O canadense Steven quase passou pela mesma experiência, mas foi mais esperto que os “ladrões” da Vila Madalena, bairro boêmio da zona oeste de São Paulo.
“Eles pegaram minha carteira, mas era minha carteira falsa”, explicou. Carteira falsa? “É, eu tenho essa carteira aqui com cartões de crédito vencidos e até carteira de motorista antiga para enganar os ladrões. Quando eles se deram conta, largaram na rua de novo. Sou mais esperto que eles”, festejou.
Um outro holandês relatou a falta de infraestrutura de algumas cidades e as obras que atrasaram e ainda estão em curso durante o Mundial.
Chilenos tiveram colegas roubados em Cuiabá, mas dizem que estão gostando do Brasil
"Fiquei impressionado com as obras que não ficaram prontas, muita coisa por fazer. Acho que a Fifa tinha que ter pressionado mais para as coisas saírem", contou à BBC Siegfried Mulder.
“Os estádios não estão prontos. Estão funcionando, mas não estão prontos”, disse o sul-coreano Sangnin, que passou por Cuiabá, Porto Alegre e São Paulo indo aos jogos da Coreia.
Em 100% das respostas, o principal elogio era sempre o mesmo: "As pessoas são incríveis aqui." A hospitalidade do povo brasileiro foi o que sobressaiu aos olhos de todos os estrangeiros que conversaram com a reportagem. Holandeses, croatas, chineses, uruguaios, ingleses, chilenos, mexicanos, alemães, coreanos, belgas, canadenses, americanos, todos, sem exceção, citaram “as pessoas” como o melhor do Brasil até agora.
"Os estádios são muito bonitos, mas acho que o mais especial é o povo. As pessoas são muito alegres, fantásticas, isso colore a Copa do Mundo", disse o colombiano Elkin.
Entre as críticas, a mais recorrente foi com relação à língua, pelo fato de, principalmente os turistas que não falam português - ou pelo menos espanhol -, terem um pouco de dificuldade para se comunicarem no país.

Unanimidade

Seja em São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Manaus ou Cuiabá, em todas as regiões do país pelas quais os gringos passaram, não houve um que não destacasse o povo brasileiro com o a principal atração de cada lugar. A acolhida dos nativos foi o que chamou bastante a atenção, principalmente dos europeus, que se disseram "não acostumados" com tamanha simpatia.
"Os brasileiros são extremamente prestativos, sempre querendo ajudar. É incrível", disse a irlandesa Enya. "Passei por Foz do Iguaçu, Curitiba, agora São Paulo. Em São Paulo, assim que desci do metrô e abri o mapa para procurar o hostel, já veio uma pessoa para me ajudar a achar, me explicar o que tinha que fazer. Fiquei impressionada, porque na Irlanda não é assim."
"Nós ficamos muito surpresos, todos os brasileiros estão sendo incríveis com a gente, muito solidários, qualquer lugar que vamos eles perguntam 'vocês precisam de ajuda?', por enquanto não houve nenhum problema', sentenciaram os amigos britânicos Sam e Adam.
Holandeses elogiam clima de "festa do futebol" e dizem que Brasil está se saindo bem na organização
A solicitude dos brasileiros é tanta que, segundo os torcedores de fora, falar português já nem se torna tão essencial.
"As pessoas aqui são muito simpáticas. A língua é um problema pequeno, um inglês bem simples é o suficiente, porque as pessoas fazem de tudo para ajudar", contou o chinês Rocky.

Organização e protestos

Por causa da onde enorme de protestos durante a Copa das Confederações no ano passado, a expectativa por mais demonstrações grandes contra a Copa do Mundo cresceu para o período do Mundial
Nessas duas semanas de Copa, porém, ainda não aconteceu nenhum protesto na escala daqueles de 2013, o que minimizou o "medo" por parte dos torcedores de fora quanto a elas. Ainda assim, alguns deles disseram que foram capazes de “entender os motivos das insatisfações” após alguns dias no Brasil.
"Estamos conseguindo entender melhor por que as pessoas estavam reclamando dessa Copa, por que dos protestos e tudo mais”, pontuou o alemão Jan Menke, que veio para o Brasil com quatro amigos para curtir a Copa, mas sem ir aos estádios - "os ingressos estão muito caros", explica ele.
"Conversando com as pessoas em todos os lugares, a gente começa a ter uma noção melhor sobre o que acontece no país. Porque nós somos apenas visitantes, estamos aqui de passagem, está tudo certo, mas as pessoas que vivem aqui têm inúmeros problemas", prosseguiu. Ele e os amigos passaram por Curitiba, São Paulo e Rio.
A organização e infraestrutura das cidades-sede para essa Copa foram pontos bastantes questionados durante toda a conturbada preparação do Brasil para o Mundial por causa, princpalmente, dos atrasos. E alguns torcedores contaram à BBC que sentiram esses problemas na pele durante o torneio.
"O que eu criticaria um pouco seria a infraestrutura. Os estádios estão bons, mas as estradas estão ruins. Em Cuiabá, a única coisa que está pronta é o estádio. Há muitos desvios, muita coisa para fazer", reclamou o chileno Raúl Castro, que está na caravana de mais de mil carros que veio de Santiago ao Brasil para acompanhar o Chile no Mundial. Viajando de carro de lá até aqui e passando por Cuiabá, Rio de Janeiro e São Paulo, ele relata problemas nas estradas e falta de sinalização.
Já o holandês Siegfried se disse impressionado principalmente com o Rio de Janeiro. Mas ao contrário da maioria dos turistas ouvidos pela BBC, que se mostraram encantados com a beleza da Cidade Maravilhosa, este separou algumas críticas para a futura sede da Olimpíada em 2016.

Para os venezuelanos, o melhor do Brasil são as pessoas: "Fantásticas"
"O Rio vai sediar os Jogos Olímpicos daqui dois anos e ninguém fala inglês – comércio, restaurantes, nada", disse. "Eu achava que, além de São Paulo, o Rio também era uma metrópole. Mas não é. Você já foi ao Cristo Redentor? O que achou? É muito desorganizado!", reclamou. Siegfried passou por Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo.
Mas, apesar de alguns problemas, a percepção da grande maioria dos turistas a respeito a Copa do Mundo no Brasil é de que ela está sendo uma "grande festa”. E, segundo eles, “os brasileiros sabem como fazer uma festa.”
“Tudo está bom para esse tempo de festa do futebol.É muito difícil organizar uma Copa, mas você pode ver que tudo está bem organizado, o estádio é bom, seguro, então o Brasil está provando que está pronto para isso", sentenciou o holandês Oscar.



Fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/06/140626_wc2014_impressoes_estrangeiros_brasil_rm.shtml

Por espaço, Cidade do México aposta nos 'arranha-solos'


Atualizado em  27 de junho, 2014 - 12:59 (Brasília) 15:59 GMT
Prédio subterrâneo no México (BBC)
Um dos prédios subterrâneos projetados para a Praça da Constituição, na Cidade do México
De fora, eles se parecem como três grandes cones de vidro enterrados na terra. Mas são a entrada de luz e ar para um shopping subterrâneo gigante no oeste da Cidade do México.
Este é um dos novos projetos realizados na capital que, segundo seus idealizadores, podem ser uma alternativa para controlar o tamanho de uma das maiores cidades do mundo: a construção de prédios sob a terra.
Além do centro comercial, chamado de Garden Santa Fe, um aquário, do empresário Carlos Slim, considerado o maior da América Latina, também foi construído debaixo da terra.
Existe, ainda, um projeto para construir um complexo de 65 pisos subterrâneos com escritórios e lojas sob a emblemática praça central da cidade, a da Constituição, também conhecida como Zócalo.
Apesar de existirem prédios residenciais e comerciais que utilizam pisos subterrâneos como estacionamentos, as construções abaixo da terra são uma novidade no país.
Mas, para alguns, a questão é polêmica, já que várias regiões da capital mexicana eram um lago e são consideradas vulneráveis a tremores.
Os empreendedores por trás dos complexos subterrâneos, no entanto, garantem que a tecnologia atual permite construções sem riscos em qualquer região da capital mexicana.

Cones de luz e ar

O centro comercial Garden Santa Fe foi construído em um parque quase abandonado e frequentemente usado como estacionamento de veículos, disse à BBC Mundo Francisco Montes de Oca, diretor da Arquitectoma, empresa que desenvolveu o projeto.
Originalmente, o plano era construir um estacionamento, algo necessário na zona oeste da capital, área com mais de 56 edifícios empresariais e onde muitos trabalhadores se deslocam por automóveis.
No Garden Santa Fe, foram utilizadas técnicas de construção desenvolvidos no Reino Unido, nas quais um muro de concreto é construído em torno da escavação para evitar deslizamentos de terra.
Os cones de vidro visíveis a partir da superfície permitem a entrada de ar e luz solar, o que reduz significativamente a iluminação artificial e, portanto, reduz o consumo de energia, dizem os empreendedores.
Além disso, manteve-se um parque com jardins e árvores na superfície. Sob ele, são 65 mil metros quadrados de área construída, em seis níveis: dois para lojas e quatro para estacionamentos.
Nesta área da Cidade do México, o solo é mais resistente do que no centro, disse Montes de Oca, o que reduz o risco de danos por tremores.
Construções subterrâneas podem ser uma alternativa para a Cidade do México, cuja área de 1.495 quilômetros quadrados tem poucas regiões ainda disponíveis para ocupação.
"Acho que é um absurdo crescer horizontalmente. A cidade tem crescido a tais dimensões que as pessoas que tentam chegar a seus trabalhos levam duas ou três horas. É realmente um absurdo", disse Montes de Oca.

Peixes sob a terra

Aquário subterrâneo na Cidade do México (BBC)
Aquário subterrâneo na Cidade do México é o maior da América Latina
A razão principal pela qual o Aquário Inbursa foi construído sob a terra é que o seu proprietário, o Grupo Carso, de Slim, não queria que nada atrapalhasse a vista do Museu Soumaya, onde é exibida a coleção particular do empresário, que inclui obras de Rodin, Salvador Dalí e Tintoretto, entre outras.
Mas também foi uma decisão prática: o terreno disponível para construí-lo não teria espaço para abrigar 1,7 milhões de litros de água do mar, 230 espécies diferentes, 500 exemplares e todas as instalações necessárias para mantê-los, disse à BBC Mundo Edgar Delgado, um dos projetistas do aquário.
Assim, o complexo localizado no noroeste da Cidade do México foi desenvolvido em quatro níveis a 25 metros abaixo da terra.
O passeio dos visitantes inicia-se no terceiro subsolo, onde estão as espécies que vivem à maior profundidade no mar.
A construção é cercada por um muro para evitar deslizes e movimentos do terreno - a alguns metros dali, há uma área de circulação de trens cargueiros.

Rasgando a terra

Um dos projetos mais polêmicos se chama Rascasuelos, e consiste em construir uma pirâmide invertida de 65 pisos subterrâneos para abrigar escritórios e lojas sob a principal praça do país, a Zócalo, na capital mexicana.
A pirâmide teria um vazio no espaço central para permitir a circulação de ar e a entrada de luz natural, apesar de toda a estrutura planejada ser de concreto para conter a pressão da terra.
A obra tem custo estimado de US$ 769 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão) e foi projetada pelo grupo Bunker Arquitectura.
O prédio está na fase de projeto, mas sua apresentação pública causou polêmica, pois a área onde planeja-se sua construção foi o coração de Tenochtitlán, a capital do povo asteca, que foi construída dentro de um lago.
Sob a Zócalo, existem vestígios da cultura pré-hispânica. À margem da praça, estão alguns dos edifícios mais antigos e emblemáticos do México. É, também, uma zona muito vulnerável a tremores.
Os responsáveis pelo Rascasuelos, no entanto, afirmam que o projeto não afetará a região e que a técnica de construção prevê o risco dos movimentos de terra.
No centro da Cidade do México, existem normas para restringir o tamanho de arranha-céus. Mas os limites são diferentes para aqueles sob a terra.



Fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/06/140627_edificios_debaixo_terra_mexico_hb.shtml

Brasil lidera racha polêmico sobre novos objetivos do milênio da ONU


Atualizado em  27 de junho, 2014 - 09:21 (Brasília) 12:21 GMT
Dilma fala na ONU - Getty Images
Brasil está liderando a oposição contra um objetivo relacionado à governança, justiça e paz
A Organização das Nações Unidas (ONU) está realizando um extenso debate para definir quais serão as novas metas que substituirão os Objetivos do Milênio – e o Brasil está no centro de uma das principais controvérsias desse processo.
Os oito CliqueObjetivos de Desenvolvimento do Milênio foram firmados em 2000 com a finalidade principal de reduzir a pobreza mundial. Eles vão desde a eliminação da fome à universalização da educação primária, e se desdobram em metas concretas, como reduzir em dois terços a mortalidade de crianças menores de cinco anos.
O prazo para o cumprimento das metas é 2015 e, por isso, os países já vêm debatendo quais serão os novos objetivos que irão substituí-los.
Dentro desse processo, o Brasil lidera a oposição a um objetivo relacionado à governança, justiça e paz - e conta com o apoio de boa parte dos países em desenvolvimento. Recentemente, a Rússia também se manifestou duramente contra.
Do outro lado, defendendo a inclusão deste objetivo, há um bloco formado, principalmente, por países ricos como as nações da Europa Ocidental, Estados Unidos, Japão e Austrália.
Um oficial da ONU que acompanha de perto o debate disse à BBC Brasil que essa está sendo a discussão mais difícil dentro das negociações para estabelecer os chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Carocolândia, em São Paulo - Reuters
Brasil defende que foco do novos objetivos deve estar no combate a pobreza

Argumentos brasileiros

No início deste mês, chegou-se a um esboço inicial em que foram estabelecidos 17 objetivos, mas a intenção é diminuir esse número, para facilitar a divulgação.
Os temas de governança, justiça e paz compõem, por hora, o 16º. Ele inclui metas como a redução dos homicídios e do tráfico de armas; garantia de acesso à justiça e liberdade de expressão; e ampliação da transparência governamental.
Em nota enviada para a reportagem, o Itamaraty explicou que a adoção de "objetivos independentes sobre governança poderia tirar o foco dos esforços centrais que os ODS devem promover - em particular, a erradicação da pobreza".
Outro argumento reiterado pelo país é que houve um acordo dentro da ONU de que a base para a definição dos novos objetivos seria o documento final da Rio+20, conferência realizada em 2012 no Rio de Janeiro.
O texto foi aprovado por consenso pelos 190 países presentes, resultado atribuído à liderança do diplomata brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, atual Ministro das Relações Exteriores.
A relevância desse documento acaba valorizando o papel do Brasil nas atuais negociações. A importância da boa governança e da paz para o desenvolvimento sustentável é citada no texto, mas isso não é previsto como um objetivo específico.
"O Brasil e os países em desenvolvimento, em particular, têm defendido que os ODS devem ser voltados aos grandes desafios para o desenvolvimento sustentável, nos campos econômico, social e ambiental. Isso significa que se deveria dar prioridade aos temas já acordados em 2012 na Rio+20", acrescenta a nota do Itamaraty enviada à BBC Brasil.

Reação

Diversas organizações da sociedade civil têm se mobilizado em reação à posição do Brasil. Elas contestam que essa seja uma “agenda” dos países ricos e lembram que mesmo em nações como Estados Unidos e Reino Unido há problemas, como o acesso limitado dos mais pobres à justiça.
Países pobres marcados por intensos conflitos também têm defendido a importância desses temas. Em um documento conjunto, os 54 países africanos defenderam que paz e segurança deve ser um dos seis pilares das negociações, mas não está claro se o continente ficaria contra a posição do Brasil caso ela predomine entre as nações em desenvolvimento.
Getty Images
Altos índices de violência do Brasil tornam o tema da segurança delicado para o país, avalia instituto
A Article 19, organização baseada em Londres que promove a liberdade de expressão e a transparência governamental, está liderando uma campanha internacional para defender que os temas de governança sejam confirmados como ODS.
Já a Open Society Foundations, do multimilionário George Soros, convidou o ministro do Supremo Tribunal Federal Roberto Barroso para um debate sobre o assunto dentro da ONU. Na ocasião, Barroso afirmou que é "difícil conceber a ideia de desenvolvimento sustentável, em qualquer de suas três dimensões – econômico, social e ambiental –, sem incorporar a justiça como um elemento essencial”.
Para Betsy Apple, da Open Society Foundations, o Brasil está defendendo uma visão limitada do que é desenvolvimento. A avaliação é a mesma do Instituto Igarapé, organização brasileira que trabalha para integrar as agendas de segurança e desenvolvimento.
"Uma coisa não existe sem a outra. É uma visão estreita separá-las", afirma Eduarda Hamann, uma das coordenadoras do instituto.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

17 propostas que ainda estão em negociação:

1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas em todos os lugares.

2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e nutrição adequada para todos, e promover a agricultura sustentável.

3. Alcançar saúde para todos em todas as idades.

4. Fornecer educação equitativa, inclusiva e de qualidade e oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

5. Atingir a igualdade de gênero e a autonomia para mulheres e meninas em todos os lugares.

6. Garantir água limpa e saneamento para todos.

7. Garantir serviços de energia modernos, confiáveis, sustentáveis e a preços acessíveis para todos.

8. Promover o crescimento econômico forte, sustentável e inclusivo e trabalho digno para todos.

9. Promover a industrialização sustentável.

10. Reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.

11. Construir cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros e sustentáveis.

12. Promover padrões de produção e consumo sustentáveis.

13. Promover ações em todos os níveis para combater as mudanças climáticas.

14. Alcançar a conservação e o uso sustentável dos recursos marinhos.

15. Proteger e restaurar os ecossistemas terrestres e interromper toda a perda de biodiversidade.

16. Alcançar sociedades pacíficas e inclusivas, o Estado de direito, e instituições eficazes e capazes.

17. Fortalecer e melhorar os meios de implementação [desses objetivos] e a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
A BBC Brasil apurou, porém que existe dentro da ONU certa compreensão em relação ao posicionamento do Brasil de que assuntos de segurança poderiam ser uma "distração", devido a sua complexidade. O país argumenta que não seria possível falar de paz sem discutir, por exemplo, o conflito Israel-Palestina ou a política externa americana.

Políticas e receio

O Brasil não nega a importância da paz e da governança para o desenvolvimento sustentável e tem proposto que algumas metas relacionadas e essas questões sejam incluídas dentro de outros objetivos, como os que tratam de redução da desigualdade e promoção da educação.
Os críticos dessa proposta dizem que diluir as questões de governança, justiça e paz em outros objetivos não daria a devida visibilidade aos temas.
Historicamente, o Brasil muitas vezes defendeu que as duas coisas – segurança e desenvolvimento - são inseparáveis. Para Hamann, a posição da delegação brasileira na ONU hoje parece reflexo da circunstância política atual.
Por um lado, o país quer fortalecer o documento da Rio + 20, que é considerado "um filho" do Brasil. Por outro lado, quer valorizar mais os tópicos em que tem mais poder de influência – o que aumenta seu papel de liderança nos processos de implementação dos ODS.
"O país é uma referência na questão social e ambiental, mas não na questão de segurança", destaca Hamann.
Haveria ainda um receio do Brasil de que a adoção de um ODS específico para questões relacionadas à paz daria um papel central ao Conselho de Segurança da ONU dentro do processo de implementação dos objetivos – e este órgão, que reúne as grandes potências militares, não é considerado democrático por muitos por não refletir a geopolítica atual em sua representação.
Outra preocupação explicitada pelo país nas negociações é que ações internacionais de redução à pobreza fiquem condicionadas a questões de segurança.
Na avaliação do Instituto Igarapé, a posição do Brasil também pode refletir um temor de intervenções externas em assuntos delicados internamente, como os altos índices de violência.
Em declaração neste mês na ONU, a Rússia disse que se o 16º objetivo proposto for é aprovada "uma porta se abrirá para a interferência nos assuntos internos dos Estados".

'Risco alto'

As negociações seguem em andamento em grupos de trabalho formados por alguns países. Em setembro, uma proposta será apresentada na Assembleia Geral da ONU.
As discussões sobre quais serão os ODS e como sua implementação será feita e financiada devem estar concluídas um ano depois, para a assembleia de 2015.
Betsy Apple, da Open Society Foundations, vê um risco alto de que o objetivo de governança, paz e justiça seja eliminado. "O Brasil é muito influente nesse processo e por isso muitos países o acompanham".
"Se o Brasil não apoiar esse objetivo por causa de uma agenda política de curto prazo, pode acabar eliminando-o, pois outros países importantes são de fato contra [esses princípios], como Rússia, China e Índia. Isso coloca Brasil em uma posição muito poderosa", afirma o consultor jurídico da Article 19, Dave Banisar.



Fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/06/140627_objetivos_onu_ms.shtml

terça-feira, 24 de junho de 2014

Jornalista da BBC Brasil ganha prêmio internacional de rádio


Atualizado em  24 de junho, 2014 - 18:44 (Brasília) 21:44 GMT
Monica Vasconcelos | Crédito: www.monicavasconcelos.com
Monica Vasconcelos apresentou em inglês o documentário "The Secret History of Bossa Nova"
A jornalista da BBC Brasil Monica Vasconcelos ganhou o prêmio máximo na categoria Cultura e Artes no Festival Internacional de Nova York de melhores programas de rádio do mundo.
Monica, de 47 anos, apresentou em inglês o documentário The Secret History of Bossa Nova (A História Secreta da Bossa Nova), veiculado na BBC Radio 4 em setembro do ano passado.
A série tem produção do britânico Simon Hollis e foi comissionada pela BBC à produtora Brook Lapping, reconhecida por documentários sobre política internacional.
A cerimônia de premiação ocorreu em Manhattan, em Nova York, na última segunda-feira, 23.
Radicada há mais de duas décadas em Londres, onde trabalha no serviço brasileiro da BBC, Monica considerou o prêmio uma vitória "como cantora, musicista, brasileira e jornalista".
"Foi, sem dúvida alguma, um dos pontos altos da minha carreira", afirmou.
Na avaliação de Monica, o grande diferencial do documentário foi "contar a história da bossa nova segundo um ponto de vista brasileiro, mas em inglês".
"Inúmeros documentários já foram feitos sobre a bossa nova, mas sempre pelo prisma da cultura britânica. Resolvemos inverter essa norma. Além disso, situamos esse estilo musical no contexto político, cultural e social em que ele surgiu", disse.
"Fiquei com lágrimas nos olhos quando vi o documentário finalizado", acrescentou.

Jornalismo e música

Apaixonada por bossa nova, Monica vive uma "vida dupla", como gosta de dizer, dividindo-se entre o jornalismo e a música.
Ela conta que foi convidada pela BBC Radio 4 para apresentar o documentário inicialmente por sua trajetória como cantora.
"Mas é claro que durante boa parte do documentário, não fui apenas a Monica cantora, mas também a Monica jornalista. Nesse sentido, esse trabalho me permitiu juntar essas duas personas", definiu.
Coincidentemente, foi com a bossa nova que Monica deu seus primeiros passos rumo a uma carreira musical prolífica.
Paulistana, ela começou a cantar o estilo musical aos 17 anos em um bar em Moema, na zona sul de São Paulo. Em 1992 ela se mudou para Londres, onde acabou se estabelecendo como uma respeitada cantora no circuito de jazz, com sete álbuns nas costas.
O documentário tem a participação de artistas de peso do cenário musical brasileiro, como os cantores e compositores Marcos Valle e Joyce, além do escritor e biógrafo Ruy Castro.
Durante 30 minutos, Monica conta em primeira pessoa a história da bossa nova até o final da década de 60, considerado o "período de ouro" desse movimento musical.
"O documentário é pontuado por intervenções de outros artistas, como quando Joyce explica a diferença entre um samba tradicional e um samba da bossa nova".

Quebrando estereótipos

Monica destaca ainda que o documentário ajuda a romper com o estereótipo partilhado por muitos estrangeiros de que a bossa nova seria um gênero de easy listening, "pela facilidade com que soa aos ouvidos".
"Desconstruímos essa visão depreciativa. Trata-se de um estilo musical extremamente complexo. É preciso conhecer a fundo música para compor bossa nova".
O prêmio distribuído pelo Festival de Nova York é o segundo conquistado por Monica. Ela foi laureada com o 3º Prêmio ADPERGS de Jornalismo pelo documentário Brazil: Confronting The Past (Brasil: Confrontando o Passado), veiculado no rádio do Serviço Mundial da BBC, sobre a ditadura militar no Brasil.
No último dia 12 de junho, Monica foi uma das atrações do Brazil Day em Londres, um evento da embaixada do Brasil em Londres em parceria com a prefeitura da cidade.
Ela cantou na Trafalgar Square, no centro da capital britânica, em comemoração à abertura da Copa do Mundo.
CliqueAqui você pode conhecer mais sobre a carreira musical de Monica Vasconcelos.



Fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/06/140624_monica_vasconcelos_premiacao_lgb.shtml

Economistas reduzem projeção para 1ª alta da Selic em janeiro de 2015





Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras reduziram a projeção para o tamanho do primeiro aumento da Selic em 2015, ao mesmo tempo em que pioraram novamente a estimativa de crescimento da economia neste ano e passaram a ver contração da indústria.
Os agentes econômicos consultados na pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mantiveram pela terceira semana seguida a expectativa de que a Selic não voltará a subir este ano, mantendo-se no atual patamar de 11,00 por cento.
Mas reduziram a previsão para a primeira alta da taxa básica de juros em janeiro do ano que vem. Agora eles veem aumento de 0,25 ponto percentual, seguido de mais três movimentos na mesma proporção, encerrando o ano a 12,00 por cento. Anteriormente, os economistas projetavam aumento de 0,50 ponto percentual em janeiro.
No mercado de juros futuros, a curva já precifica que a próxima alta da Selic será de 0,25 ponto percentual justamente em janeiro, diante dos sinais de que a inflação está perdendo fôlego no curto prazo, apesar de continuar em patamares elevados.
Contribui para esse cenário nos DIs a preocupação manifestada pelo BC com a fragilidade da economia na última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em que manteve a Selic em 11 por cento. No documento, o BC indicou também inflação mais baixa neste e no próximo ano. [nL1N0OM10G]
O Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, também passou a ver a Selic a 11,00 por cento neste ano, contra 11,25 por cento na semana anterior. E projetam a taxa básica de juros no mesmo nível em 2015, ante 11,63 por cento.
CRESCIMENTO
Sobre o Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa é de expansão de 1,16 por cento este ano, contra 1,24 por cento na pesquisa anterior. É a quarta semana seguida de corte na estimativa do crescimento econômico.Já para a indústria os agentes econômicos passaram a ver uma contração da atividade, de 0,14 por cento, ante expansão de 0,51 por cento anteriormente.
Para 2015, os economistas também reduziram a perspectiva para o PIB, desta vez pela quinta vez seguida, para 1,60 por cento, 0,13 ponto percentual a menos do que na pesquisa anterior. Para a indústria entretanto eles veem melhora, com crescimento de 2,30 por cento ante 2,25 por cento.
Em relação ao IPCA, a perspectiva no Focus foi mantida em 6,46 por cento este ano, bem perto do teto da meta do governo, que é de 4,5 por cento com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Para os próximos 12 meses, a estimativa também permaneceu em 5,91 por cento, mas para 2015 sofreu ligeiro ajuste a 6,10 por cento, 0,02 ponto percentual a mais.Em junho, novo alívio nos preços dos alimentos e de habitação ajudou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) a desacelerar a 0,47 por cento, frente a 0,58 por cento de maio.[nL2N0OZ0GP]


Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2014/06/23/economistas-reduzem-projecao-para-1-alta-da-selic-em-janeiro-de-2015.htm