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segunda-feira, 21 de maio de 2018

A lei da física que controla discretamente sua vida - e pode ajudar a melhorá-la

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Cânion nos EUADireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCom sua teoria Constructal, Bejan diz poder explicar 'a evolução de tudo'
Por que um cacto tem a forma ideal para viver em um habitat sem água? Por que muitos rios formam curvas ao avançar rumo à sua foz?
Há uma teoria da física que explica isso. Na verdade, não só isso, mas também o comportamento de qualquer coisa em movimento, seja inanimada ou animada.
Trata-se de uma lei da física bem recente e ainda pouco conhecida pelo público em geral: chama-se Lei Constructal e foi formulada em 1996 por Adrian Bejan, professor de Engenharia Mecânica da Universidade Duke, nos Estados Unidos.
Bejan quis torná-la o mais acessível possível para as massas em seu livro A Física da Vida: A evolução de tudo, publicado em 2016. Mas como ela pode explicar praticamente tudo?

Tudo flui sob o mesmo princípio

A essência da teoria é que todo processo em movimento, seja de um ser vivo, como uma planta, ou algo mais intangível ou inanimado, como uma rota migratória ou a comunicação entre computadores, avança rumo a uma maior eficácia.
Esse avanço gera mudanças morfológicas e ajustes que respondem ao mesmo princípio de otimização, da evolução rumo a algo melhor. E isso, segundo escreveu Bejan em seu livro, se aplica a fluxos tão díspares como o "trânsito de uma cidade, o transporte de oxigênio dos pulmões e a fluidez dos pensamentos na arquitetura do cérebro".
Ilustração de matéria em movimentoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionBejan diz que toda a natureza é formada por sistemas de fluxo que mudam e evoluem com o tempo para fuir melhor
Bejan diz que toda a natureza é formada por sistemas de fluxo que mudam e evoluem com o tempo para se tornarem melhores. Assim, segundo a Lei Constructal, a tendência é sempre a uma fluidez mais fácil e, com o tempo, os fluxos se tornam maiores. E, quanto maiores o fluxos, mais inerentemente eficazes eles se tornam.

Lei ou teoria?

Na física, há muitas teorias, tantas quantas a mente puder imaginar, mas poucas leis. Uma lei deve explicar ou resumir um fenômeno universal, como as leis da dinâmica de Newton. Além disso, segundo o engenheiro, uma lei deveria ser "obedecida" por qualquer sistema imaginável: corpos, rios, máquinas.
Por sua vez, as teorias são previsões sobre como algo deve se dar e estão baseadas em uma lei. Para Bejan, a Lei Constructal explica o funcionamento de qualquer sistema dinâmico e é o motor de campos tão distintos como a evolução, a engenharia e o design.
O engenheiro se inspirou para concebê-la enquanto desenhava um sistema de refrigeração de computadores portáteis: ele se deu conta que as canalizações se ramificavam como se fossem árvores e, a partir daí, nasceu o conceito de sua lei.
Agora, sua proposta está ganhando grande aceitação nos círculos científicos e, segundo disse Bejan em entrevistas, até o momento não foi refutada por publicações especializadas.
Mulher correndoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA inação interromperia o fluxo e deteria o processo de otimização natural
Ele acaba de receber a prestigiosa medalha Benjamin Franklin, em parte por sua "teoria constructal, que prevê o design natural e sua evolução nos sistemas engenharia, científicos e sociais". Segundo o engenheiro, entender melhor essa lei pode nos ajudar a antecipar mudanças, por exemplo, em dinâmicas sociais, nos governos ou na economia.

E como pode melhorar sua vida?

Se uma dinâmica se torna mais eficaz quanto mais fluida e livre for, então, a moral para nossas vidas bem que poderia ser "não pare".
Bejan, que nasceu e cresceu na Romênia sob um governo comunista, diz que sua Lei Constructal, se aplicada de maneira prática ao nosso dia a dia e ao nosso trabalho, sugere que quanto mais livres, flexíveis e dinâmicos nos tornamos, mais eficazes somos. Da mesma forma, a inação interromperia esse fluxo e deteria o processo de optimização natural.
Segundo disse Bejan há alguns anos à revista Forbes, sua teoria tem incontáveis aplicações, "porque coloca o design biológico e a evolução dentro do campo da física, junto a tudo mais até agora existia sob o guarda-chuva da 'ciência dura': a economia, as dinâmicas sociais, os negócios e o governo".
Uma das frases que ele mais gosta de repetir em conversas e entrevistas, também recorrente em seus livros, é que "a liberdade é boa para o design". Assim, a mensagem que ele passa é que devemos fluir mais e melhor para nos tornarmos melhores.

Fonte http://www.bbc.com/portuguese/geral-44062700

Tudo sobre o uberAIR: saiba como vai funcionar o táxi voador da Uber

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Serviço está previsto para começar a operar em 2023, mas ainda precisa enfrentar desafios

Por Isabela Giantomaso, para o TechTudo
 

uberAIR é a próxima aposta da Uber para o serviço de transporte. Como um táxi aéreo, o projeto vai permitir que usuários peçam um voo com a mesma simplicidade que se pede um carro atualmente. A ideia é fazer um modelo elétrico e autônomo, e os primeiros testes serão em 2020 – com início das operações previsto para 2023.
Há também projetos voltados para receber e embarcar passageiros, em uma espécie de aeroporto próprio para o serviço: o Skyport. Conheça um pouco mais da novidade que pode surgir nos próximos anos e entenda como vai funcionar o taxi aéreo da Uber.
Serviço de 'carona aérea' poderá entrar em operação em 2023 com aeronaves autônomas (Foto: Divulgação/Uber)Serviço de 'carona aérea' poderá entrar em operação em 2023 com aeronaves autônomas (Foto: Divulgação/Uber)
Serviço de 'carona aérea' poderá entrar em operação em 2023 com aeronaves autônomas (Foto: Divulgação/Uber)

Ficha técnica

  • Previsão de início dos testes: 2020
  • Previsão de início da operação: 2023
  • Controle na aeronave: autônomo
  • Capacidade: quatro passageiros
  • Velocidade prevista: de 240 a 320 km/h
  • Expectativa de duração da bateria por carga: 60 milhas (equivalente a 96,5 km)

Glossário

  • uberAIR: serviço da Uber que vai permitir ao usuário solicitar voos pelo aplicativo
  • eVTOL: veículo elétrico de pouso e decolagem verticais que será usado no uberAIR
  • Skyport: estação planejada para ficar no topo de prédios para que as aeronaves possam decolar e pousar

O que é o UberAir?

Procedimento para pedir uberAIR deverá ser semelhante à solicitação de um carro (Foto: Divulgação/Uber)Procedimento para pedir uberAIR deverá ser semelhante à solicitação de um carro (Foto: Divulgação/Uber)
Procedimento para pedir uberAIR deverá ser semelhante à solicitação de um carro (Foto: Divulgação/Uber)
O uberAIR é o futuro serviço de transporte aéreo da Uber. Iniciado em 2016 a partir da publicação de um artigo técnico sobre mobilidade aérea urbana pela Elevate, o projeto tem como um dos objetivos tornar a rede de veículos aéreos acessível a pessoas comuns que querem evitar o trânsito em distâncias longas.
O projeto propõe que as aeronaves contem com um piloto a bordo. No entanto, ao longo do tempo, a ideia é tornar os eVTOLs – veículos elétricos para voos – autônomos. A capacidade deve ser de quatro passageiros, com espaço para pequenas bagagens. Além disso, deve ter autonomia de bateria para até 60 milhas (equivalente a 96,5 km) e tecnologia avançada para fazer uma recarga completa em até cinco minutos durante horários de pico.
Para utilizar a tecnologia, o usuário precisará apenas reservar o voo pelo aplicativo da Uber e encontrar a aeronave na estação Skyport mais próxima. Ainda não se sabe, porém, qual será o preço do serviço.

Datas e locais de testes

Proposta do uberAIR inclui estações para pousos e decolagens; este é o projeto "Connect" (Foto: Divulgação/Uber)Proposta do uberAIR inclui estações para pousos e decolagens; este é o projeto "Connect" (Foto: Divulgação/Uber)
Proposta do uberAIR inclui estações para pousos e decolagens; este é o projeto "Connect" (Foto: Divulgação/Uber)
De acordo com a Uber, o período de testes do uberAIR está previsto para começar em 2020. Já as operações com o serviço podem ter início em 2023. Três locais serão selecionados para participar da etapa de "cidades lançamento" do projeto. Por enquanto duas já estão definidas: Dallas e Los Angeles, ambas nos Estados Unidos.

Preocupação sustentável

Segundo a companhia do app de caronas, atualmente o deslocamento médio por terra dentro de megacidades do mundo passa de 90 minutos, representando "menos tempo com a família, menos tempo de trabalho para o crescimento das economias e mais dinheiro gasto em combustível". Para resolver a questão, a meta com o uberAIR é aproveitar o espaço aéreo para aliviar os congestionamentos, criar uma forma de transporte menos poluente e ajudar na qualidade de vida dos cidadãos.
Dentro do projeto, os veículos – que não vão utilizar combustíveis como gasolina – devem ter capacidade de propulsão elétrica para voar de forma ultra-sileciosa. Além disso, os níveis de ruído das aeronaves devem ser baixos a ponto de se misturarem com os sons da cidade.

Parcerias

Aeronaves poderão ter espaço para até quatro passageiros sem pilotos a bordo (Foto: Divulgação/Uber)Aeronaves poderão ter espaço para até quatro passageiros sem pilotos a bordo (Foto: Divulgação/Uber)
Aeronaves poderão ter espaço para até quatro passageiros sem pilotos a bordo (Foto: Divulgação/Uber)
Para auxiliar no projeto, a Uber firmou parcerias com a Nasa (Administração Nacional Aeronáutica e Espacial dos Estados Unidos), e com o Exército do país. No primeiro caso, a coparticipação deve criar simulações do serviço e de voos considerando tráfego, espaço aéreo e riscos de colisões. Com o grupo das Forças Armadas, a proposta é testar as aeronaves para avançar nas pesquisas.
A empresa também estabeleceu acordos com fabricantes de aeronaves de todo o mundo, entre elas a brasileira Embraer, responsável por aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares. O objetivo é ampliar a possibilidade de criação dos eVTOLs como planejados.

Skyports

Outras parcerias no projeto do uberAIR são com empresas de arquitetura e engenharia, pensando nas Skyports, estações de embarque e desembarque. Após a avaliação interna de dezenas de propostas, a Uber selecionou seis modelos com infraestruturas consideradas viáveis para colocar a operação do serviço em prática.
"Uber Hover" se baseia na ideia de colmeias e abelhas para receber pousos e decolagens do uberAIR (Foto: Divulgação/Uber)"Uber Hover" se baseia na ideia de colmeias e abelhas para receber pousos e decolagens do uberAIR (Foto: Divulgação/Uber)
"Uber Hover" se baseia na ideia de colmeias e abelhas para receber pousos e decolagens do uberAIR (Foto: Divulgação/Uber)
Além de precisarem acompanhar as exigências ambientais para não prejudicar o meio ambiente e a comunidade em torno das estações, os projetos devem levar em conta as recargas rápidas dos eVTOLs e tráfego de mais de quatro mil passageiros. Segundo o diretor de Design da Uber, John Badalamenti, o uberAIR está mais perto do que pensamos, apesar de parecer um sonho distante. Para ele, a infraestrutura urbana precisa começar a evoluir desde já para acompanhar a novidade.
Entre os projetos selecionados está o "Connect", um modelo com conceito futurista de Mega Skyport que promete comportar até mil pousos por hora. Além dele, há o "Uber Hover" e o "The Hive", ambos baseados em colmeias e na forma como as abelhas utilizam várias portas de entrada e saída. Outra opção para as estações de pouso e decolagem do uberAIR é a "Sky Tower", um único módulo com capacidade para até 1.800 passageiros em horários de pico e 180 voos por hora.
"Sky Tower" promete capacidade para até 1.800 passageiros em horários de pico (Foto: Divulgação/Uber)"Sky Tower" promete capacidade para até 1.800 passageiros em horários de pico (Foto: Divulgação/Uber)
"Sky Tower" promete capacidade para até 1.800 passageiros em horários de pico (Foto: Divulgação/Uber)

Desafios

Mesmo com as parcerias com a Nasa, Exército dos Estados Unidos, fabricantes de aeronaves e empresas de arquitetura, a Uber aponta alguns obstáculos que precisam ser trabalhados para que o uberAIR entre em operação, sendo o principal a colaboração dos órgãos reguladores. De acordo com a empresa, novos conceitos de aeronaves passam por um processo lento de certificação até cumprirem todas as regras das autoridades de aviação mundiais.
Além disso, as baterias elétricas precisarão ser suficientes para viagens de longo alcance e os veículos deverão ter um bom desempenho em condições climáticas variadas. O controle de tráfego aéreo nas grandes cidades também poderá ser um desafio para o projeto.

Concorrência

Drone autônomo já foi testado em mais de mil voos e pode concorrer com uberAIR (Foto: Divulgação/Ehang)Drone autônomo já foi testado em mais de mil voos e pode concorrer com uberAIR (Foto: Divulgação/Ehang)
Drone autônomo já foi testado em mais de mil voos e pode concorrer com uberAIR (Foto: Divulgação/Ehang)
Apesar de parecer um projeto bastante futurístico e a longo prazo, o uberAIR já conta com um concorrente mundial: o Ehang 184. Apresentado na CES 2016, o "drone táxi" autônomo realizou mais de mil voos de testes com passageiros a bordo. De acordo com a fabricante, a aeronave foi capaz de transportar mais de 230 kg com velocidade máxima de 130 km/h.
A maior distância alcançada foi de 15 km, com experimentos em diferentes condições climáticas – neblinas, altas temperaturas e até um tufão de categoria 7 com ventos fortes. Apesar dos avanços, ainda não há data para o serviço da fabricante chinesa chegar ao mercado.
Fonte https://www.techtudo.com.br/