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sábado, 12 de dezembro de 2015

Previsões para A. Latina serão rebaixadas em 2016 puxadas por Brasil, diz FMI

EFE12/12/201512h48
Alfonso Fernández

Washington, 12 dez (EFE).- As previsões da economia latino-americana para 2016 serão "muito provavelmente revisadas em baixa", arrastadas pela "intensificação" da "crise política" no Brasil, segundo antecipou à Agência Efe o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner.

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A crise brasileira pode "adiar" o crescimento regional após a contração estimada de 0,3% para 2015, garantiu Werner em entrevista à Efe na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.

"Nossas últimas projeções para a região, apresentadas na assembleia anual de Lima em outubro, mostravam um crescimento negativo em 2015 e que haveria certa recuperação em 2016", disse o responsável da instituição financeira.

No encontro de Lima, que supôs o retorno da Assembleia do Fundo Monetário Internacional à América Latina em mais de meio século, as estimativas do organismo apontaram para um crescimento negativo de 0,3% em 2015 e uma leve recuperação de 0,8% para 2016.

Este panorama era "produto", disse Werner, de "quatro países em contração ou crescimentos muito baixos", entre os que citou Venezuela (-10%), Brasil (-3%) e Argentina e Equador com uma expansão "ao redor de zero".

"Hoje, na segunda semana de dezembro, a informação que recebemos desde Lima foi geralmente negativa, a crise política no Brasil se intensificou e postergou a expectativa de recuperação", indicou.

Por isso, acrescentou Werner, "muito provavelmente as previsões para 2016 na região que apresentaremos no final de janeiro tenham uma revisão em baixa".

No Brasil, o "freio" ao plano econômico lançado pelo governo no início de ano pela "crise política e os escândalos de corrupção elevou a incerteza e gerou um círculo vicioso para uma economia mais frágil", afirmou.

"É uma situação muito complexa", reconheceu Werner sobre a maior economia da região.

Já a Argentina enfrenta "desequilíbrios macroeconômicos grandes" que deverão ser encarados pelo novo governo do presidente Mauricio Macri.

"Registra uma inflação elevada, cresceu pouco, existe escassez de divisas e conta com controles de capital importantes que geram distorções no emprego e o crescimento", sustentou Werner com relação à economia argentina, para a qual o Fundo prevê um crescimento negativo de 0,7% em 2016.

Além disso, o FMI recalcou que a recuperação de outras economias que haviam se desacelerado, como Peru, Paraguai, Uruguai Colômbia ou Chile, será "em muitos casos, mas frágil do que o antecipado".

Em outubro, o FMI projetou um crescimento de 2,8% para a Colômbia, de 2,5% para o Chile, de 3,3% para o Peru, de 2,2% para o Uruguai e de 3,8% para o Paraguai em 2016.

Em grande medida, esta freada forte ocorre pela abrupta queda dos preços das matérias-primas e o arrefecimento da economia da China, um dos principais parceiros comerciais da região.

Ao sombrio paisagem se soma a iminente alta das taxas de juros nos Estados Unidos, cuja antecipação elevou a pressão por volta das moedas latino-americanas, em alguns casos em mínimos históricos frente ao dólar, e aumentou a volatilidade nos fluxos de capital que saem dos mercados emergentes de volta a praças mais seguras.

Para Werner, e apesar da volatilidade gerada, a eventual alta de juros na primeira economia mundial seria "uma boa notícia", já que constataria sua subida após a aguda crise financeira global de 2008.

Neste sentido, os países centro-americanos e do Caribe, junto ao México, se enfrentam a ventos mais favoráveis dado o bom momento econômico dos Estados Unidos.

De acordo com os últimos cálculos da instituição que dirige Christine Lagarde, América Central crescerá a uma média de 4,2% e México, a segunda maior economia regional, fará 2,5% no próximo ano. EFE

Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/efe/2015/12/12/previsoes-para-a-latina-serao-rebaixadas-em-2016-puxadas-por-brasil-diz-fmi.htm
afs/ff

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