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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dólar fecha em queda com aumento de estímulos pelo BCE e cena política

Valor03/12/201517h55

O anúncio do aumento dos estímulos monetários na zona do euro e a possibilidade de uma solução para o cenário de crise política no Brasil, com a abertura do processo um impeachment da presidente Dilma Rousseff, levaram o dólar a fechar em queda frente ao real.

O dólar comercial caiu 2,30%, fechando a R$ 3,7483, enquanto o contrato futuro para janeiro de 2016 recuava 2,35% para R$ 3,779. Já o euro subia 0,61% para R$ 4,0935.

O movimento no mercado doméstico acompanhou a desvalorização do dólar frente às principais divisas emergentes no exterior após o anúncio do Banco Central Europeu (BCE) de estender o programa de compra de ativos até o fim de março de 2017 e cortar a taxa de depósito de -0,20% para -0,30%, o que sustentou a recuperação das moedas emergentes no exterior.

Lá fora, o Dollar Index, que acompanha o desempenho da divisa americana frente a uma cesta com as principais divisas, caía 2,16%.

A queda do dólar no mercado local foi acentuada pela reação positiva dos mercado à abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e pela perspectiva de que o Banco Central retome a alta da taxa Selic no ano que vem, reforçada na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que torna as aplicações em renda fixa ainda mais atrativas.

Para o diretor do grupo de pesquisas econômicas para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, o fato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ter acatado o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff protocolado pelos juristas Miguel Reale Junior e Hélio Bicudo remove uma incerteza no cenário político que vinha se arrastando nos últimos meses e paralisava as negociações no Congresso. "O mercado enxerga que esse processo pode levar a algum tipo de resolução, seja o impeachment da presidente ou o fortalecimento do governo", afirma.

Ramos destaca, contudo, que ainda há muita incerteza sobre como esse processo vai ocorrer, e deve travar o avanço da agenda fiscal no curto prazo, trazendo volatilidade aos mercados. "Não se sabe quanto tempo esse processo deve durar, se haverá alguma interferência do Poder Judiciário", afirma.

Para Ramos, um impeachment da presidente Dilma ainda não está totalmente refletido nos preços dos ativos domésticos e a reação do mercado, se isso acontecer, vai depender de como irá se configurar o novo governo. "Será importante ver em que realidade política isso vai acontecer, se o novo governo será inclinado e disposto a avançar no ajuste fiscal, se terá governabilidade para fazer isso", diz.

Do ponto de vista das agências de "rating", um processo de impeachment é visto com cautela. Em novembro, a Moody's afirmou que o impeachment seria "na melhor das hipóteses" neutro para a nota de crédito do Brasil, mas a tendência é que seja negativo. Em outubro, a Fitch avaliou que o impacto de um possível impeachment é sempre negativo para a nota de crédito, mas tudo dependeria do dia seguinte ao afastamento. A Fitch disse ainda na ocasião que o impeachment não estava no cenário básico da agência para o Brasil. Em setembro, a S&P também afirmou que um impeachment não estava em seu cenário-base.

Esse processo, no entanto, ainda depende da aprovação de dois terços do Congresso. Se aprovado na Câmara a presidente se afasta por 180 dias e a votação segue para o Senado, onde depende da aprovação de dois terços também. Se for aprovado a presidente é destituída e o vice-presidente, no caso, o Michel Temer (PMDB-SP), assume o cargo.

O BC manteve as atuações que já estavam programadas no mercado de câmbio e ofertou hoje US$ 500 milhões por meio de leilão de linha com compromisso de recompra.

A autoridade monetária ainda renovou mais 11.260 contratos de swap cambial, cuja operação somou US$ 548,2 milhões.


Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/valor-online/2015/12/03/dolar-fecha-em-queda-com-aumento-de-estimulos-pelo-bce-e-cena-politica.htm

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