Bloomberg Robert Tuttle
17/09/201511h43
(Bloomberg) - O excesso de petróleo bruto poderia manter os preços em baixa durante os próximos 15 anos, de acordo com o Goldman Sachs Group Inc.
Há uma chance de menos de 50 por cento de que os preços caiam para US$ 20 o barril, mais provavelmente quando as refinarias fecharem em outubro ou março para a manutenção, disse Jeffrey Currie, diretor de pesquisa sobre commodities no banco, em uma entrevista, de Lake Louise, Alberta, no Canadá. A projeção de longo prazo do Goldman é que o barril de petróleo bruto custará US$ 50, disse ele.
O Goldman reduziu suas projeções para o petróleo bruto no início deste mês, dizendo que o excedente mundial de petróleo é maior do que se pensava e que, caso a produção não seja reduzida com a rapidez necessária, talvez os preços precisem cair para US$ 20 o barril a fim de acabar com o excesso. Os preços poderiam chegar a esse patamar quando os estoques estiverem completamente cheios, o que obrigará os produtores de algumas regiões a reduzirem a produção, disse Currie na quarta-feira.
"Quando nós pensamos no preço do petróleo no longo prazo, é verdade que estipulamos US$ 50 o barril", disse ele. "No entanto, os riscos tendem à deterioração, dado o que está acontecendo nos outros mercados de commodities e nos macromercados de forma mais ampla".
Os preços mais baixos para o minério de ferro, o cobre e o aço, assim como a desvalorização das moedas dos países produtores de commodities, reduziram os custos das empresas petrolíferas, de acordo com Currie. O mundo está passando de uma "fase de investimento" de um ciclo de 30 anos de commodities para uma "fase de exploração", em que os campos de xisto são uma fonte importante de produção, disse ele.
Os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate, referência dos EUA, estavam 1,3 por cento em baixa, a US$ 46,52 o barril, na New York Mercantile Exchange às 11h24, horário de Londres. Os preços registram uma queda de cerca de 13 por cento neste ano e já despencaram mais de 50 por cento nos últimos 12 meses.
Taxas do Fed
O Federal Reserve (Fed) dos EUA poderia "deixar muita incerteza negativa nos mercados emergentes", afetando potencialmente a demanda de petróleo, se não elevar as taxas de juros em sua reunião desta semana, disse Currie.
A Comissão Federal de Mercado Aberto vai divulgar seu comunicado sobre política econômica, junto com as projeções econômicas trimestrais, nesta quinta-feira em Washington. Ela vai ponderar o impacto provocado pela desaceleração do crescimento no exterior e pela queda dos preços das ações sobre a perspectiva para os EUA, em um momento em que os membros do comitê estão definindo se vão acabar com quase sete anos de taxas de juros quase zeradas. Os economistas estão quase uniformemente divididos em relação ao resultado, pois 59 dos 113 consultados pela Bloomberg preveem que o Fed não modificará sua posição.
Um "aumento conciliatório" das taxas de juros poderia diminuir as incertezas nos mercados emergentes, mas qualquer ajuste seria "algo relativamente irrelevante" para o petróleo bruto, disse Currie.
Título em inglês: 'Goldman Sees 15 Years of Weak Crude as $20 Oil Looms on Glut (1)'
Para entrar em contato com o repórter: Robert Tuttle, em Calgary, rtuttle@bloomberg.net
Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2015/09/17/goldman-preve-15-anos-de-petroleo-fraco-e-excedente-pode-levar-barril-a-us-20.htm
17/09/201511h43
(Bloomberg) - O excesso de petróleo bruto poderia manter os preços em baixa durante os próximos 15 anos, de acordo com o Goldman Sachs Group Inc.
Há uma chance de menos de 50 por cento de que os preços caiam para US$ 20 o barril, mais provavelmente quando as refinarias fecharem em outubro ou março para a manutenção, disse Jeffrey Currie, diretor de pesquisa sobre commodities no banco, em uma entrevista, de Lake Louise, Alberta, no Canadá. A projeção de longo prazo do Goldman é que o barril de petróleo bruto custará US$ 50, disse ele.
O Goldman reduziu suas projeções para o petróleo bruto no início deste mês, dizendo que o excedente mundial de petróleo é maior do que se pensava e que, caso a produção não seja reduzida com a rapidez necessária, talvez os preços precisem cair para US$ 20 o barril a fim de acabar com o excesso. Os preços poderiam chegar a esse patamar quando os estoques estiverem completamente cheios, o que obrigará os produtores de algumas regiões a reduzirem a produção, disse Currie na quarta-feira.
"Quando nós pensamos no preço do petróleo no longo prazo, é verdade que estipulamos US$ 50 o barril", disse ele. "No entanto, os riscos tendem à deterioração, dado o que está acontecendo nos outros mercados de commodities e nos macromercados de forma mais ampla".
Os preços mais baixos para o minério de ferro, o cobre e o aço, assim como a desvalorização das moedas dos países produtores de commodities, reduziram os custos das empresas petrolíferas, de acordo com Currie. O mundo está passando de uma "fase de investimento" de um ciclo de 30 anos de commodities para uma "fase de exploração", em que os campos de xisto são uma fonte importante de produção, disse ele.
Os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate, referência dos EUA, estavam 1,3 por cento em baixa, a US$ 46,52 o barril, na New York Mercantile Exchange às 11h24, horário de Londres. Os preços registram uma queda de cerca de 13 por cento neste ano e já despencaram mais de 50 por cento nos últimos 12 meses.
Taxas do Fed
O Federal Reserve (Fed) dos EUA poderia "deixar muita incerteza negativa nos mercados emergentes", afetando potencialmente a demanda de petróleo, se não elevar as taxas de juros em sua reunião desta semana, disse Currie.
A Comissão Federal de Mercado Aberto vai divulgar seu comunicado sobre política econômica, junto com as projeções econômicas trimestrais, nesta quinta-feira em Washington. Ela vai ponderar o impacto provocado pela desaceleração do crescimento no exterior e pela queda dos preços das ações sobre a perspectiva para os EUA, em um momento em que os membros do comitê estão definindo se vão acabar com quase sete anos de taxas de juros quase zeradas. Os economistas estão quase uniformemente divididos em relação ao resultado, pois 59 dos 113 consultados pela Bloomberg preveem que o Fed não modificará sua posição.
Um "aumento conciliatório" das taxas de juros poderia diminuir as incertezas nos mercados emergentes, mas qualquer ajuste seria "algo relativamente irrelevante" para o petróleo bruto, disse Currie.
Título em inglês: 'Goldman Sees 15 Years of Weak Crude as $20 Oil Looms on Glut (1)'
Para entrar em contato com o repórter: Robert Tuttle, em Calgary, rtuttle@bloomberg.net
Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2015/09/17/goldman-preve-15-anos-de-petroleo-fraco-e-excedente-pode-levar-barril-a-us-20.htm
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