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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Veja a repercussão da decisão do Copom de subir os juros para 10,5%


Economistas concordam com alta e entidades da sociedade civil criticam.
Banco Central elevou a taxa Selic pela sétima vez seguida, em 0,5 ponto.

Simone CunhaDo G1, em São Paulo
2 comentários
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de subir os juros pela sétima vez seguida, para 10,5%, na reunião desta quarta-feira (15), foi bem vista pelos economistas, mas criticada pelas entidades da sociedade civil. A alta foi de 0,5 ponto percentual.
O aumento da taxa básica de juros começou em abril por conta da alta dos preços.
Os economistas apontam que altas continuam sendo necessárias porque a inflação ainda está em alta. Já as entidades da sociedade civil defendem que a subida de juros penaliza os negócios e os cidadãos e são necessárias outras medidas para evitar o aumento de preços.
Veja a repercussão:
Marcelo Allain, professor da Fipe e diretor da Deux Consultores
O fluxo mais recente de notícias mostra que a inflação não cedeu, surpresa pontual com o índice mais alto do IPCA de 2013, em relação a 2012. A gente verifica que vários preços estão sendo represados de maneira artificial pelo governo. Foi uma decisão correta porque o Copom está olhando que há inflação ainda por se materializar e a gente não nota arrefecimento nos preços de serviços, que estão rondando por volta de 8% ao ano. Um aumento um pouco mais forte de juros ainda se mostra necessário.
Flavio Combat, economista da Concórdia
O BC deve ter alguns argumentos na cabeça (para subir a Selic), entre eles estão o câmbio, que traz maior dificuldade de controlar a pressão inflacionária no país; os combustíveis, que também ajudaram a puxar o índice; e a correção do salário mínimo, que também é um dos motores de alimento à inflação. A gente sabe que aperto mais forte é necessário, mas esperava gradualismo por conta dos sinais do BC e porque em ano eleitoral há preferência de evitar medidas que possam ter custo político.
Rodrigo Zeidan, professor de economia e finanças da Fundação Dom Cabral
É um sinal forte de que o BC está comprometido com a redução da inflação, indica fortalecimento no combate à inflação. Dada a conjuntura da economia, é uma decisão acertada. Não deveria ser necessária, no entanto, se o governo tivesse feito esforço fiscal maior. O BC está agindo para remediar (a alta da inflação). Como o governo não fez política fiscal (reduzindo os gastos), o BC faz a monetária, melhor que não fazer com nenhuma.
Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
O sucessivo aumento da Selic é um sinal de que o governo não quer fazer seu dever de casa. O combate à inflação deve ser realizado a partir de uma política de corte dos gastos do governo. Sem essa contenção, o simples aumento da Selic não será suficiente para resolver o problema. Exemplo disso é que mesmo após seis altas consecutivas, a inflação encerrou 2013 ainda muito acima do centro da meta oficial.
Paulo Skaf, presidente da FIESP e do CIESP
Com este novo aumento da taxa Selic, 2014 começa mal, indicando que a esperada retomada da indústria ficará para depois. Precisamos nos libertar da política exclusiva de aumento de juros e ter como novo foco o crescimento econômico. A inflação precisa ser contida, mas é necessário buscar alternativas para combatê-la que não penalizem tanto a atividade econômica e a vida das empresas e das pessoas.
Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)
Para 2014, as expectativas indicam um resultado ainda menor para o PIB e uma inflação mais elevada. Esse cenário não deixa dúvidas a respeito da necessidade de alterações na política econômica em curso. A solução não passa por mais juros e menos superávit primário. Por isso, o Sistema Firjan insiste na importância da adoção de uma política fiscal norteada pela redução dos gastos correntes e que efetivamente reduza a pressão exercida pelo consumo do governo sobre a inflação.
Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
Este sétimo aumento consecutivo da Selic é totalmente injustificável. O Copom perdeu uma boa oportunidade para estancar a alta dos juros que só atende ao apetite insaciável do mercado financeiro.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
A política monetária precisa ser subordinada ao projeto de desenvolvimento do país, e não o contrário. Os resultados da indústria em 2013 foram decepcionantes, a produção industrial andou de lado, e nem ao menos recuperou a queda de 2012 (-2,7%). A elevação da Taxa Selic agrava ainda mais o cenário, já pessimista, para 2014.

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