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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Brasil leva pito das maiores entidades do mundo


ter, 21/01/14
por Thais Herédia

Na última semana, o Brasil foi citado em pelo menos cinco relatórios das maiores entidades internacionais do planeta. O Fundo Monetário Internacional, a Organização das Nações Unidas, a Organização Internacional do Trabalho, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e o Banco Mundial falaram sobre a economia brasileira e tiveram em comum uma análise mais negativa sobre o país, com alertas sobre a condução da política econômica em diferentes aspectos.
Uma similaridade entre algumas das análises foi a revisão – para baixo – da previsão para do crescimento do PIB brasileiro para este ano. O relatório do FMI, divulgado nesta terça-feira (21), ainda faz um contraponto desconfortável para o Brasil. O fundo elevou sua estimativa para o PIB mundial de 2014 – para uma expansão de 3,7% e baixou a do Brasil para 2,3% – antes era de 2,5%.
Para a ONU, a diferença entre o que previam seus economistas e o que esperam agora é a maior de todas as avaliações feitas nos países analisados pela entidade. Eles estavam na ponta dos mais otimistas com economia brasileira em 2014, até então. A revisão foi de 4,5% para 3% para nosso PIB.
Ainda sobre o crescimento econômico, o Banco Mundial também fazia parte da turma mais otimista, acreditando que teríamos um PIB de 4,1% este ano. Em seu último relatório, divulgado esta semana, a instituição baixou suas esperanças para 3%. E segue na fila dos mais otimistas.
Aqui no Brasil, temos a posição oficial do Banco Central com um cálculo um pouco esquisito para os não-economistas. O BC prevê alta de 2,3% do PIB até setembro deste ano. Para analistas e consultores do mercado financeiro ouvidos pelo BC, segundo última pesquisa Focus, vamos fechar o ano todo com crescimento de 1,99%.
As justificativas para as revisões sobre o Brasil coincidem: consumo mais fraco, contas externas negativas, gasto público desequilibrado e ineficiente e inflação acima da meta. A boa nova é que os analistas dessas instituições internacionais contam com uma recuperação maior da economia mundial, o que beneficiaria as exportações brasileiras.
Faltou citar dois relatórios publicados esta semana. A OIT apontou para a baixa produtividade da trabalhador brasileiro como um fator de risco para a competitividade e ganhos de crescimento no longo prazo. A OCDE imprimiu o nome do Brasil no segundo lugar entre as maiores cargas tributárias da América Latina e alertou: “a questão não é arrecadar mais, é ser mais eficiente nos gastos”.
Concordando ou não com os números, questionando ou não as metodologias aplicadas para fazer previsões sobre o Brasil, essas cinco instituições tem um peso importante na tomada de decisões e escolhas do melhor destino para os investimentos. São questões estruturais da economia, que dependem das escolhas feitas pelos governantes brasileiros. O pito das organizações é só para o Brasil. Não adianta mais culpar o estrangeiro sentado ao lado. Ele já passou da “segunda época” e segue na recuperação.

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