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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

IPCA-15 surpreende ao subir 0,75% em dezembro e encerra ano a 5,85%


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013 12:18 BRST
 
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Por Camila Moreira
SÃO PAULO, 19 Dez (Reuters) - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, surpreendeu ao acelerar a alta mensal a 0,75 por cento em dezembro, fechando o ano em 5,85 por cento e levantando a possibilidade de que o IPCA pode não encerrar 2013 abaixo do que foi visto no ano passado.
Os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a pressão vista em preços de passagens aéreas e gasolina deve perdurar em dezembro, impondo viés de alta às projeções para o IPCA fechado.
Os resultados de agora ficaram acima até mesmo das projeções mais altas em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam inflação mensal de 0,65 por cento e de 5,74 por cento no ano. As maiores estimativas para o mês eram de 0,71 e 5,80 por cento, respectivamente.
Segundo o IBGE, o principal destaque para o IPCA-15 de dezembro foi o grupo Transportes, com alta de 1,17 por cento, ante 0,39 por cento no mês anterior. Os preços das passagens aéreas registraram o maior impacto individual no indicador (0,11 ponto percentual), com aumento de 20,15 por cento.
"Foi um movimento sazonal que tem a ver com as férias", disse a economista da Tendências Adriana Molinari. "Essa divulgação (do IPCA-15) impõe viés de alta para o IPCA de dezembro e consequentemente sobre a projeção do acumulado no ano", completou ela, que por enquanto prevê alta de 0,72 por cento em dezembro.
O preço da gasolina veio em seguida, com alta de 2,15 por cento e impacto de 0,08 ponto percentual. Juntos, os dois itens responderam por um quarto do índice do mês.
No início do mês entrou em vigor reajuste da gasolina e do diesel nas refinarias de 4 e 8 por cento, respectivamente, definido pela Petrobras.
Ainda segundo o IBGE, o grupo que registrou a maior alta em dezembro foi Despesas Pessoais, com 1,18 por cento em dezembro após taxa de 0,68 por cento no mês anterior. Este também foi o grupo que encerrou o ano com maior alta acumulada, de 9,19 por cento.
INTENSIDADE
O resultado do IPCA-15 mostra que a inflação oficial medida pelo IPCA caminha para cumprir a meta do governo, porém mais perto do teto, mesmo após ciclo de aperto monetário que elevou a Selic para os atuais 10 por cento, num empenho do Banco Central para trazer a inflação para baixo. A meta é de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais.
"O IPCA deverá ter uma variação mais intensa que no ano passado na variação mensal em dezembro e muito provavelmente aquele desejo do Banco Central de ter inflação inferior à do ano passado (não vai acontecer), ou vai ficar muito perto ou ficará acima", avaliou o economista da Rosenberg & Associados Fernando Parmagnani.
Segundo ele, sua projeção para o IPCA de dezembro deve passar de 0,79 por cento para algo em torno de 0,85 por cento, número que, se confirmado, fará a inflação acumulada em 12 meses chegar a 5,84 por cento, igualando a marca vista no ano passado.
No último Relatório de Inflação, o BC projetou a inflação neste ano em 5,8 por cento pelo IPCA. Um novo relatório será divulgado na sexta-feira.
Em níveis persistentemente altos, a inflação dificulta os esforços do governo para fomentar o crescimento da economia, e a expectativa é de mais altas na taxa básica de juros --hoje a 10 por cento ao ano-- segundo especialistas e mercado.

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