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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O que esperar em 2016: previsões financeiras para o ano que vem

Bloomberg Michael Boyle, Margaret Collins, Pia Gadkari e Yoolim Lee

(Bloomberg Markets) -- Alguns dos maiores especialistas financeiros nos alertaram sobre recessões e crises, enquanto outros deram dicas para encontrar rendimentos. Confira:

Esteja atento a uma recessão mundial

Ruchir Sharma, chefe de ações de mercados emergentes e macro global, Morgan Stanley Investment Management:

"Atualmente estamos a apenas um grande choque de distância de uma recessão global e o mais provável é que o próximo seja originado na China, onde a dívida pesada, o investimento excessivo e o declínio populacional estão se combinando e minando o crescimento, enquanto países com uma dívida relativamente baixa no Leste Europeu e no sul da Ásia parecem mais bem posicionados para suportar a inevitável próxima curva do ciclo".

Setor de renda fixa tem caminho difícil pela frente

Dan Fuss, vice-presidente do conselho da Loomis Sayles Co. e cogerente de portfólio do Loomis Sayles Bond Fund, de US$ 20 bilhões:

Os yields sobre os títulos de referência de 10 anos do Tesouro provavelmente subirão para 2,6 por cento a 2,8 por cento até o fim de 2016, diz Fuss, embora ele alerte que a turbulência geopolítica atual torna as projeções especialmente difíceis. Para os investidores com um portfólio de bonds nesses tempos duros, Fuss recomenda um misto de títulos do Tesouro, corporações com grau de investimento (com vencimentos de cinco a 12 anos) e dívidas de alto rendimento como apostas com melhores chances de sucesso em 2016. E é preciso ser especialmente cuidadoso no que diz respeito aos bonds de altos rendimentos em vez de confiar em um fundo de índice, diz ele. "Está bastante claro que o yield alto tem o melhor valor em relação às ações, mas há muito mais dispersão nesse segmento".

Saiba quais ações monitorar

Thomas J. Lee, sócio-gerente da Fundstrat Global Advisors:

"As ações vão se sair realmente bem em 2016, especialmente bancos e empresas blue-chip. Os bancos vão se beneficiar com o aperto do Fed e aumentarão seus retornos sobre ações à medida que a economia se expandir. E quanto às blue chips, elas terão a capacidade de gerar retornos mais fortes à medida que a economia acelerar".

A UE enfrenta seu maior desafio

Rebecca Patterson, diretora de investimento da Bessemer Trust, que gerencia mais de US$ 100 bilhões em ativos:

O maior risco para a Europa no ano? "É a crise dos refugiados", diz Patterson. "Eu acredito que esse é o maior desafio já enfrentado pela União Europeia. Os terríveis ataques terroristas em Paris aumentaram o risco de a crise dos refugiados resultar em uma mudança política ou nas políticas ou simplesmente levar os consumidores a alterarem seus padrões de gastos. Isso também poderia pesar sobre o sentimento em torno do crescimento europeu e dos lucros corporativos". Patterson está em alerta para qualquer mudança, mas continua overweight em relação às ações europeias e posicionada para um euro mais fraco, diz ela. "Os ataques em Paris infelizmente lançaram luz sobre a crise europeia dos refugiados; eu presumo que hoje mais investidores, em todo o mundo, estão pensando mais no que os milhões de imigrantes podem significar para uma economia e para os respectivos mercados. Contudo, eu ainda não tenho certeza de que os investidores, globalmente, tenham refletido adequadamente sobre quais repercussões a crise europeia dos refugiados poderá desencadear ao longo do ano que vem".

Espere uma alta

Jim Caron, diretor-gerente do Morgan Stanley Investment Management:

"Eu acredito que os prêmios de risco de inflação retornarão aos mercados. Isso deveria oferecer uma subida nos yields de 30 anos do Tesouro, possivelmente em direção a 3,75 por cento. Os mercados também poderão ser surpreendidos com a lentidão com que o Fed elevará suas taxas em face do que pensamos que será uma melhora no clima econômico".

Os unicórnios terão seu momento -- ou não

Alan Patricof, um dos fundadores da Greycroft Partners:

"Estou preocupado com a prodigalidade excessiva no financiamento às startups. Há muitas no momento, simplesmente, e não há dinheiro suficiente para sustentá-las. Acho que inevitavelmente veremos mais desses unicórnios" -- startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão -- "testando o mercado público e isso, no fim das contas, nos dirá se elas conseguem se segurar. Por outro lado, não acredito que exista dinheiro suficiente para sustentar todas elas. Nós descobriremos quais unicórnios terão sucesso".

A procura por yields se intensificará

Russ Koesterich, estrategista-chefe global da BlackRock, maior gestora de recursos do mundo:

"O Fed será menos importante em 2016", diz Koesterich, que espera que Janet Yellen e companhia elevem as taxas de juros de forma gradual. Ele prevê que o crescimento global permanecerá lento, aumentando a sede por ativos com yields elevados. Os investidores que confiaram em bonds de cupons elevados comprados antes da crise financeira estão ficando sem esses títulos, diz ele -- e há poucos para substituí-los que representem ganhos certos. "Não será possível encontrar renda sem risco. Classes de ativos como [sociedades limitadas negociadas em bolsa] e bonds de alto rendimento têm seus próprios riscos -- e nenhum deles é barato. Você terá que contar com uma aposta de yield diversificado e de múltiplas classes de ativos".

Energize as coisas

Barbara Byrne, vice-presidente de investment banking do Barclays Capital:

"Começaremos a ver uma recuperação nos preços dos recursos naturais, em grande parte por motivos políticos -- e bastante importantes. Estamos começando a ver os fundos soberanos de investimento caírem -- Noruega, Arábia Saudita. Acho que veremos uma reversão disso; os países não conseguirão arcar com as flutuações em suas reservas. Provavelmente nos moveremos para um preço mais estável para o petróleo, que eu diria que é de US$ 60 o barril. E eu acho que os ativos de energia que estão investindo em sustentabilidade ao mesmo tempo que estão focando em cumprir as necessidades das demandas atuais provavelmente se sairão bem".

Estude a América Latina

Tulio Vera, estrategista-chefe de investimento global do J.P. Morgan Latin American Private Bank:

"Há um raio de sol na Argentina", diz Vera. "Isso é importante não apenas para o país, mas também para a região". Vera diz que o cenário para investimentos no Brasil permanece incerto, mas prevê que o México continuará se beneficiando com a recuperação econômica dos EUA, especialmente no setor automotivo. "Haverá alguns pontos de entrada bastante interessantes em ativos latino-americanos de agora até o fim do ano que vem", diz ele. "Estamos nos aproximando do momento de entrar novamente em alguns desses mercados".

O crescimento vai chegar... em 2017

Joseph LaVorgna, economista-chefe do Deutsche Bank para os EUA:

"Eu vejo o crescimento acelerando um pouco porque parece que há motivos para que a economia se saia melhor, mas é preocupante que 2010 tenha sido o melhor ano de crescimento desde antes da recessão. Quando olho para a frente, a mensagem é de 'mais do mesmo', talvez com algum otimismo entrando em 2017 porque aquele que for eleito presidente dos EUA buscará políticas de crescimento, já que a economia do país não tem se saído bem".

O investimento de impacto vai mirar o câncer

Mark Haefele, diretor de investimento global do UBS Wealth Management:

"As populações mundiais estão envelhecendo e a demanda por tratamentos contra o câncer só aumentará", diz Haefele. "Contudo, a oferta de capital para os estágios mais arriscados de desenvolvimento é limitada". As empresas de saúde tendem a focar em pesquisas para os estágios mais finais, oferecendo uma oportunidade para os investidores dos estágios iniciais de ganharem um retorno atraente a longo prazo -- e beneficiarem a sociedade. "Este tipo de prática" -- conhecida como investimento de impacto -- "provavelmente se tornará mais popular à medida que os investidores buscarem alinhar seus portfólios aos seus valores sociais, além de gerarem retorno", diz Haefele.

A China estará bem

Yang Zhao, economista-chefe para a China no Nomura Holdings, que reduziu suas projeções para o PIB de 2016 de 6,7 por cento para 5,8 por cento em 6 de outubro:

"Haverá alguma aterrissagem forçada na China? Acho que não. O mercado de trabalho continua em grande parte equilibrado; mesmo com um crescimento de 5,8 por cento do PIB a economia criará empregos, especialmente no setor de serviços, que demanda muita mão de obra. E é improvável que a indústria financeira da China caminhe para uma crise porque a maior parte das instituições do país é respaldada pelo governo. Se alguma instituição financeira sistematicamente importante apresentar algum problema, acreditamos que o governo dará um passo adiante para resgatá-la".

Pense como a geração Y

Katie Koch, diretora-gerente do Goldman Sachs Asset Management, que supervisiona quase US$ 100 bilhões em ações globais:

"A ascensão da geração Y terá implicações de longo prazo nos investimentos", diz Koch. "Sua trajetória de gastos está se tornando mais aguda e subindo na comparação com a da geração nascida após a Segunda Guerra Mundial, que está reduzindo seus gastos à medida que se aposenta". Em 2016, Koch estará especialmente interessada nos nomes Netflix, Nike, H&M e PChome Online, uma empresa taiwanesa de comércio eletrônico, porque priorizam a informação instantânea, o consumo rápido e a vida saudável -- tópicos que ecoam entre os 2 bilhões de pessoas em todo o mundo nascidos entre 1980 e 2000.

Um pouco mais de 'faremos o que for necessário' do BCE

Erik Nielsen, economista-chefe do UniCredit:

"Espero mais divergências entre o Fed e o BCE, com o primeiro subindo as taxas de juros algumas vezes no ano que vem e o segundo expandindo seu balanço mais do que o anunciado atualmente".

Título em inglês: What to Expect in 2016: Financial Predictions for the Year Ahead

Para entrar em contato com os autores: Michael Boyle, em Nova York, mboyle40@bloomberg.net;

Margaret Collins, em Nova York, mcollins45@bloomberg.net; Pia Gadkari, em Nova York, pgadkari@bloomberg.net;

Yoolim Lee, em Cingapura, yoolim@bloomberg.net.


Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2015/11/20/o-que-esperar-em-2016-previsoes-financeiras-para-o-ano-que-vem.htm

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