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domingo, 1 de novembro de 2015

Com crescimento e juros menores, bancos europeus cortam despesas

Para os bancos europeus em busca de cortar custos, nenhuma despesa é pequena demais.

As janelas de 2.300 filiais do Banco de Sabadell AS, da Espanha, estão sendo limpas seis vezes por ano em vez de 12. O Banco Comercial Português SA apaga as luzes dos escritórios às 19h para economizar na conta de energia. O Caixabank SA reduziu o número de impressoras e cestas de lixo na sede em Barcelona para desencorajar o consumo de papel.

Alguns empregados do Lloyds Banking Group PLC recentemente receberam um memorando chamado "Wet-Wipe Wednesday" ("Quarta da Limpeza", em tradução livre), implorando para que eles limpem com um pano úmido suas próprias mesas todas as semanas. Os bancos alemães cortaram o pagamento de regalias para os funcionários, como esportes depois do trabalho.

O corte agressivo de despesas é um fato para as instituições financeiras que enfrentam uma mistura de crescimento econômico anêmico, juros baixos e custos regulatórios maiores.

Às vezes algum pássaro deixa uma marca na janela, diz Albert Cool, diretor de política institucional e relações com o mercado do Sabadell. "Mas temos orgulho que se trata de um corte nos custos."

Os bancos americanos estão cortando custos também. O J.P. Morgan Chase & Co. chegou a pedir para alguns empregados pagarem [a conta] de seus próprios smartphones. Mas os bancos europeus começaram mais tarde a reestruturação e estão agora no meio de uma forte retração que os deixou atrás de seus rivais transatlânticos. Os bancos europeus tiveram em média um retorno de 3,95% sobre o patrimônio no primeiro semestre, ante 8,54% nos Estados Unidos, segundo dados do FactSet.

Mais de 100 mil empregos em bancos foram cortados na União Europeia desde 2012, segundo dados da Federação Europeia de Bancos. Apenas o Reino Unido eliminou 40 mil empregos no setor desde 2011, de acordo com um relatório do mês passado da Associação Britânica de Bancos.

Mais cortes irão ocorrer. O diretor-presidente do Credit Suisse Group AG, Tidjane Thiam, disse na semana passada que cerca de 1.800 empregos em Londres devem migrar para localidades com salários menores, como Polônia e Índia. Em outubro, o HSBC Holdings PLC cortou o valor pago por dia a centenas de funcionários terceirizados britânicos em 10% pelo segundo ano consecutivo. O Deutsche Bank acabou de anunciar que vai demitir 35 mil pessoas, entre funcionários próprios e terceirizados, e fechar operações em vários países.

"Os grandes bancos estão sendo podados, cortados ou picados", diz Bill Michael, diretor global de bancos e mercados de capital da KPMG. "Eles estão procurando por custos em todos os lugares porque a verdade é que o retorno sobre o patrimônio está muito baixo."

Alguns executivos de bancos e operadores com remunerações elevadas estão agora sendo forçados a enfrentar reduções salariais, de acordo com executivos do setor e recrutadores. Outras medidas incluem redução de espaços nos escritórios, simplificação de estruturas corporativas e fim dos patrocínios esportivos.

Este ano, o Barclays PLC decidiu não renovar um patrocínio de 40 milhões de libras por ano (US$ 61,1 milhões) com a Premier League, o campeonato de futebol da Inglaterra. O Novo Banco, antigo Banco Espírito Santo AS, que agora é controlado pelo banco central português, encerrou o patrocínio com o jogador Cristiano Ronaldo, do Real Madrid.

O Barclays também vai economizar centenas de milhares de dólares dissolvendo cerca de 250 empresas legais usadas por clientes para direcionar negócios bancários para as Ilhas Cayman e outros lugares remotos.

Os bancos estão espremendo os funcionários restantes em poucos edifícios. O Barclays está alugando o espaço vago em seus escritórios em Nova York que não é mais necessário com a redução do banco de investimento. A suíte executiva que já foi a luxuosa da sede do Royal Bank of Scotland Group PLC em Edimburgo, onde o ex-diretor-presidente Fred Goodwin trabalhava antes do socorro financeiro de 46 bilhões de libras do governo, em 2008, virou um espaço de escritórios para pequenas "startups".

O banco controlado pelo governo planeja praticamente dobrar o número de pessoas que trabalha em sua sede escocesa, com o fechamento dos outros escritórios em Edimburgo.

Os empregados menos qualificados não são os únicos que estão na mira. O Sabadell ordenou aos executivos que voam de Barcelona para Londres para participar de reuniões do recém-adquirido banco britânico TSB Banking Group PLC para fazerem reservas nos voos de baixo custo que decolam do aeroporto de Gatwick em vez dos voos mais caros de Heathrow. De lá, eles geralmente têm que pegar um trem que custa 20 libras em vez de pagar o triplo por um táxi até o centro da cidade.


Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/valor-online/2015/11/01/com-crescimento-e-juros-menores-bancos-europeus-cortam-despesas.htm

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