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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Laços comerciais do Brasil com a China ampliam problemas de uma economia em dificuldades

  • A presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang
    A presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang
(Bloomberg) -- A dependência do Brasil em relação à China está piorando a perspectiva para a maior economia da América Latina.
O real liderou as perdas entre as principais moedas e o índice acionário do país, o Ibovespa, tocou o nível mais baixo em cinco meses na terça-feira, depois que a desvalorização surpresa do yuan impulsionou as apostas de que a demanda pelo minério de ferro, pela soja e pelo frango do Brasil na China irá diminuir em um momento em que seu principal parceiro comercial busca reforçar as exportações. A medida mostrou como as autoridades chinesas estão preocupadas em relação à desaceleração econômica mais profunda do país desde 1990.
A crescente inquietação em relação à China não poderia vir em pior momento para o Brasil, que viu sua classificação de crédito ser reduzida na terça-feira pela Moody's Investors Service em meio ao maior déficit fiscal em pelo menos uma década e a um escândalo de corrupção que envolveu algumas das maiores empresas do país. Qualquer queda na demanda chinesa por commodities pode prejudicar as produtoras de matérias-primas, que respondem por um quarto do Ibovespa.
"As pessoas começam a pensar que se a China está adotando uma medida assim, pode ser porque a desaceleração econômica por lá está pior do que pensamos", disse Pablo Spyer, diretor da unidade Brasil da Mirae Asset Financial Group, de São Paulo.
A Vale SA, que obtém um terço de suas receitas na China, se uniu à corrida para venda na terça-feira, estendendo a queda deste ano para 24%. O MSCI Brazil/Materials Index mergulhou ao nível mais baixo em uma semana e está em baixa de 32% neste ano. O declínio de 24% do real desde dezembro é o pior entre as 16 principais moedas.
O Brasil exportou US$ 41 bilhões para a China no ano passado, contra US$ 27 bilhões para os EUA, seu segundo maior mercado.
A desvalorização da China impulsionará a volatilidade nos mercados cambiais e poderá levar a taxas de juros mais elevadas no Brasil em um momento em que o Comitê de Política Monetária do Banco Central busca conter a inflação, segundo Thais Zara, economista-chefe da Rosenberg Consultores Associados, uma firma de consultoria de São Paulo. Isso colocaria um peso adicional sobre uma economia para a qual já se prevê a maior contração em 25 anos.
"Se o cenário internacional continuar afetando o real, o BC poderá ter que agir", disse ela.


Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2015/08/12/lacos-comerciais-do-brasil-com-a-china-ampliam-problemas-de-uma-economia-em-dificuldades.htm

Ney Hayashi e Mário Sérgio Lima
12/08/201515h59
Pedro Ladeira - 19.mai.2015/Folhapress

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