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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

EUA: Redes de roupas para adolescentes vão sofrer porque shoppings estão perdendo o atrativo


Bloomberg
Lauren Coleman-Lochner
06/01/201515h55

6 de janeiro (Bloomberg)

É possível que a decadência dos shoppings americanos cause mais vítimas no varejo em 2015: as lojas que dependem do tráfego de clientes em shopping centers estão percebendo que estão cada vez mais distanciadas dos consumidores.

As redes de roupas para adolescentes receberam um golpe particularmente duro com a queda da quantidade de frequentadores dos shoppings. Os consumidores mais jovens estão recorrendo à internet para encontrar inspirações no mundo da moda. E, embora a melhoria do mercado de trabalho e o preço mais baixo da gasolina tenham contribuído para aumentar os gastos dos consumidores americanos, essa recuperação não está lotando os estacionamentos dos shoppings.

Durante a temporada de férias, duas redes de roupas - Deb Shops e Delia's Inc. - já entraram com pedido de falência, sendo que a segunda anunciou depois que pretende fechar completamente as portas. A Wet Seal Inc. e a Body Central Corp., por outro lado, advertiram os investidores de que sua capacidade para continuar em funcionamento é incerta, pois os suprimentos de numerário estão definhando. Outros comerciantes também estão sofrendo. A RadioShack Corp., rede de produtos eletrônicos que tem quase 100 anos, disse que a possibilidade de sua continuidade está em xeque.

"A grande questão é quantos shoppings vai haver em cinco anos", disse Bradley Snyder, diretor executivo e administrativo da Tiger Capital Group, empresa de consultoria de Boston. "Com certeza esse é um motivo de preocupação para os proprietários de imóveis comerciais e todo o setor vai ser afetado".

Para as lojas de roupas, os desafios vêm crescendo há anos. Os sites de comércio eletrônico e as lojas de moda rápida, como a Hennes Mauritz AB, estão levando embora os consumidores. As famílias também estão gastando menos em roupas e usando uma parte maior do orçamento para pagar contas de celulares e outras despesas.

Contra a corrente

"Se você é fabricante de roupas, você está nadando contra a corrente", disse Craig Johnson, presidente da Customer Growth Partners LLC, empresa de consultoria com sede em New Canaan, Connecticut.

Tanto a Cache Inc. quanto a Bebe Stores Inc. registraram déficits em dois anos consecutivos, e a Aeropostale Inc. perdeu US$ 141,8 milhões no mais recente ano fiscal. Depois que os prejuízos se acumularam, o dinheiro da Body Central encolheu para apenas US$ 4,5 milhões até novembro. A Wet Seal disse na semana passada que um banco lhe mandou um aviso de inadimplência, mesmo depois de ter conseguido uma prorrogação até o fim deste mês.

As lojas que estão enfrentando uma crise de liquidez têm algumas opções, mas nenhuma delas é fácil. Elas podem cortar os custos, o que costuma ser feito fechando pontos de venda de baixo desempenho. Elas podem tentar transferir uma maior parte de seus negócios às lojas virtuais - ou estimular os compradores a fazerem o pedido pela web e retirá-los nas lojas físicas. Ou elas podem entrar com um pedido de falência e tentar uma reorganização.

Os problemas poderiam provocar o fechamento de milhares de lojas no próximo ano, de acordo com Snyder. As redes já estão fechando centenas de lojas na tentativa de lidar com os reveses econômicos.

Redução da base

A Delia's fechará 92 lojas como parte de sua liquidação, ao passo que a Aeropostale fechará 240 pontos de venda de sua marca principal e todos os 125 pontos da rede infantil P.S. A Sears Holdings Corp. também continua reduzindo sua base de lojas e fechou 235 pontos de venda em 2014. A RadioShack opera mais de 4.000 lojas e está tentando fechar 1.100. Se a companhia entrar com o pedido de proteção contra falência, esse número poderá ser ainda maior.

As lojas para adolescentes, conhecidas como "As" - American Eagle Outfitters Inc., Aeropostale e Abercrombie Fitch Co. -, estão reduzindo a quantidade de pontos de venda. As empresas pretendem fechar de 14 por cento a 28 por cento da base de lojas em 2015, de acordo com Jeffrey Langbaum, analista da Bloomberg Intelligence.

Uma luta

No ano 2000, os gastos em roupas equivaleram a 5 por cento do orçamento de uma família comum dos EUA, disse Johnson. Agora, eles são de aproximadamente 2,8 por cento, disse ele.

"Nos últimos anos, o setor de vestimentas foi uma luta", disse Brian Yarbrough, analista do varejo da Edward Jones Co., em St. Louis. "O setor enfrentou tempos difíceis".


Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2015/01/06/eua-redes-de-roupas-para-adolescentes-vao-sofrer-porque-shoppings-estao-perdendo-o-atrativo.htm

Título em inglês: Teen-Apparel Chains Poised for Pain as Malls Lose Luster: Retail

Para entrar em contato com o repórter: Lauren Coleman-Lochner, em Nova York, llochner@bloomberg.net

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