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quarta-feira, 25 de março de 2015

Influência da China está prestes a aumentar em meio a oposição dos EUA a novo banco


Bloomberg
Bloomberg News
25/03/201512h47

(Bloomberg) -- Sete décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial, a arquitetura econômica internacional criada pelos EUA enfrenta seu maior abalo, com a China estabelecendo novos canais de influência para conciliar suas ambições.

Três instituições credoras com pelo menos US$ 190 bilhões estão ganhando forma sob a liderança da China, uma delas informalmente chamada de Plano Marshall -- em referência ao programa dos EUA no pós-guerra para reconstruir uma Europa empobrecida --. Também neste ano, o yuan da China poderá ganhar a bênção do FMI como uma moeda oficial de reserva, um reconhecimento ao seu uso crescente no comércio e nas finanças.

A influência da China vem se expandindo há décadas. O rápido crescimento permitiu que o país abocanhasse uma fatia cada vez maior dos recursos mundiais, suas exportações penetraram os mercados globais e seus enormes ativos financeiros lhe deram poder para realizar grandes investimentos e aquisições individuais. Agora, a criação de instituições internacionais de crédito está catapultando essa influência econômica para mais perto das arenas política e diplomática, em um momento em que os aliados dos EUA desafiam o país a apoiar a iniciativa da China.

"Este é o início de uma importância maior da China na cena global", disse Jim O'Neill, ex-economista-chefe do Goldman Sachs Group Inc. no Reino Unido que cunhou o termo Bric em 2001 para ressaltar o poder econômico crescente do Brasil, Rússia, Índia e China.

Visão de poder

A visão do presidente chinês, Xi Jinping, de alcançar o mesmo status de grande potência dos EUA recebeu um grande impulso neste mês quando o Reino Unido, a Alemanha, a França e a Itália aderiram ao Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês). O banco terá um capital autorizado de US$ 100 bilhões e fundo inicial de cerca de US$ 50 bilhões.

O Canadá está pensando em entrar, o que deixaria os EUA e o Japão como os únicos recalcitrantes do Grupo dos Sete, porque os dois países questionam os padrões de governança e ambientais da instituição. O gabinete do primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, também aprovou as negociações de ingresso, segundo um membro do governo que pediu anonimato porque a decisão não foi tornada pública.

As novas instituições financiadas pela China -- o banco de infraestrutura, um banco de desenvolvimento de US$ 50 bilhões em conjunto com os países Brics e um fundo de US$ 40 bilhões para reativar a antiga Rota da Seda -- estão sendo criadas após anos de tentativas frustradas da China e de outros países emergentes para reformular as instituições financeiras internacionais existentes para que refletissem melhor o formato da economia global.

US$ 4 tri

Em relação ao novo banco de infraestrutura, o secretário do Tesouro dos EUA, Jacob J. Lew, disse a parlamentares americanos, na semana passada, que a preocupação do governo é que a instituição não respeite os mesmos padrões de outras instituições financeiras internacionais.

Parte do impulso de desenvolvimento internacional da China tem origem em seus próprios interesses econômicos. Com a maior parte dos quase US$ 4 trilhões em reservas estrangeiras do país rendendo pouco, "eles enxergam isso como uma oportunidade de melhorar sua taxa de retorno em relação aos títulos do Tesouro", disse Nicholas Lardy, que estudou a China por mais de três décadas e é pesquisador sênior do Peterson Institute for International Economics em Washington.

Fazer as instituições funcionarem de forma bem-sucedida será mais difícil do que criá-las, disse George Magnus, assessor econômico independente sênior do UBS Group AG em Londres. Auditorias recentes de vários empreendimentos chineses no exterior "exibiram um catálogo de distribuição ruim, desperdício, má administração e padrões comerciais e retornos frágeis", disse ele.

Lardy, do instituto Peterson, disse que essas preocupações são exageradas e que a China provavelmente praticará padrões elevados. "Eles querem ter sucesso nisso", disse ele. "Eles não querem jogar US$ 50 bilhões de suas reservas pelo ralo financiando projetos com um alto grau de corrupção".

Título em inglês: China's Influence Set to Climb as U.S. Thwarted on New Bank

Para entrar em contato com a equipe da Bloomberg News: Kevin Hamlin, em Pequim, khamlin@bloomberg.net.


Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2015/03/25/influencia-da-china-esta-prestes-a-aumentar-em-meio-a-oposicao-dos-eua-a-novo-banco.htm

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