Há meses, Henry Markram e equipe vêm alimentando um
supercomputador com dados. São quatro caixas pretas do tamanho de máquinas de
venda automática rodando em silêncio no porão da Escola Politécnica Federal de
Lausanne, Suíça.
As caixas abrigam milhares de microchips, todos programados
para atuar como uma célula cerebral. Cabos levam sinais de microchip para
microchip, exatamente como fazem os neurônios num cérebro de verdade.
Em 2006, Markram apertou o botão. O Blue Brain, uma teia
intricada de quase dez mil neurônios virtuais, crepitou para a vida. Enquanto
milhões de sinais corriam pelos cabos, surgia a atividade elétrica parecida com
ondas cerebrais verdadeiras.
"Aquele foi um momento incrível", ele falou,
comparando a simulação com o que acontece no tecido cerebral real. "A
combinação não era perfeita, mas era boa. Como biólogo, eu fiquei
impressionado."
Após decidir que simular o cérebro inteiro num
supercomputador seria possível durante o curso de sua vida, Markram, agora com
50 anos, se determinou a prová-lo.
Não se trata de um feito pequeno. O cérebro contém quase cem
bilhões de neurônios organizados em redes com u, total de cem trilhões de
conexões, todas disparando descargas elétricas de frações de segundos num caldo
de moléculas biológicas complexas em fluxo constante.
Em 2009, Markram concebeu o Projeto Cérebro Humano, uma
iniciativa abrangente e polêmica envolvendo mais de 150 instituições do mundo
inteiro a qual, ele espera, reunirá os cientistas para realizar seu sonho.
Em janeiro, a União Europeia aumentou as apostas concedendo
ao projeto um financiamento de dez anos de até US$ 1,3 bilhão – quantia inédita
na neurociência.
Segundo Markram escreveu na revista "Scientific
American", "uma cópia virtual minuciosa do cérebro humano permitiria
a pesquisa em células e circuitos cerebrais ou testes de drogas baseadas em
computação".
Fonte:
http://nytsyn.br.msn.com/cienciaetecnologia/dando-vida-a-um-c%C3%A9rebro-virtual#page=1
Nenhum comentário:
Postar um comentário