O dado melhor que o esperado da atividade industrial nos Estados Unidos e o indicador mais fraco que o previsto do setor de serviços na China sustentaram hoje a valorização do dólar frente às principais divisas, especialmente aquelas de países exportadores de commodities. O mercado local, acompanhou esse movimento, com a valorização da moeda americana sendo mais acentuada diante de preocupações dos investidores com a capacidade do governo em promover o ajuste da política fiscal, após o resultado fraco do governo central na última sexta-feira.
O dólar comercial subiu 0,87%, fechando a R$ 2,4988. Já o contrato futuro para dezembro avançava 1% para R$ 2,52.
Na China, o PMI do setor industrial medido pelo HSBC teve leve alta para 50,4 em outubro, ante 50,2 em setembro. No entanto, o PMI do setor de serviços cedeu para 53,8 no mês passado, contra 54 em setembro.
Os números contribuíram para o fortalecimento do dólar, em um cenário de recuperação da economia dos Estados Unidos e de desaceleração econômica na China, o que é desfavorável principalmente para as moedas de países exportadores de commodities, como o real.
A moeda americana subia 1,24% em relação ao dólar australiano, 0,35% diante do rand sul-africano e 0,92% em relação ao peso chileno.
Hoje o presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, que tem direito a voto no Comitê F ederal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano, disse que o comunicado do Fomc divulgado na semana passada abre espaço para a antecipação da alta da taxa de juros nos Estados Unidos se necessário, destacando a melhora da visão do banco central americano sobre o mercado de trabalho nos EUA.
No mercado local, os investidores aguardam o anúncio do novo ministro da Fazenda e de medidas que sinalizem uma mudança da atual política econômica, que tem sido criticada pelo maior intervencionismo na economia e pela c ondução na parte fiscal.
Entre os nomes cotados para o cargo estão o do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o ex-secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, e do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Há grande incerteza sobre a capacidade do governo em promover um ajuste da política fiscal que possa retomar a trajetória de queda da dívida pública e evitar um rebaixamento do rating do Brasil. "A volatilidade deve continuar firme no câmbio ainda por algum tem po. Se existe uma certeza é que o governo terá um longo trabalho para reconquistar a confiança dos empresários e do mercado, e nesse processo vamos ter solavancos", diz o operador de câmbio da Intercam Corretora Glauber Romano.
O BC seguiu com as atuações no câmbio e vendeu hoje todos os 4 mil contratos de swap cambial no leilão do programa de intervenção, cuja operação somou US$ 197,5 milhões.
Os investidores aguardam o anúncio do início da rolagem do lote de US$ 9,831 bilhões que vence no i nício de dezembro. No mês passado, a autoridade monetária rolou integralmente o lote de US$ 8,84 bilhões em swaps que venceu em 3 de novembro.
Fonte http://economia.uol.com.br/noticias/valor-online/2014/11/03/dolar-segue-movimento-no-exterior-e-volta-a-se-aproximar-de-r-250.htm
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