PARTILHA DO PÃO
UMA LIÇÃO DE
ORGANIZAÇÃO DE VALORES
O maior case de
solidariedade
A partilha do pão é algo
que incomoda o mundo global. Incomoda aos que buscam este benefício bem como
aos que dele tiram proveito. A incompetência de administrá-la é que transforma
em corruptos uma massa de irresponsáveis. Para gerir o produto, resultado dessa
onda que engole capitais e nada resolvem, as ONGs, governos, organizações
religiosas e políticas, todos navegam num mar de turbulências, tiram proveitos
pessoais e o mundo continua na miséria porque são poucos os que realmente
trabalham com seriedade para sanar a fome. Usam-na constantemente para proveito
próprio em nome de Jesus, mas na realidade estão defendendo o seu bolso.
Esta reflexão busca colocar no terreno fértil do marketing de valores
uma pequena semente de mostarda, esperando poder um dia, com esta semente, contribuir
para a redenção da fome no mundo.
Nossa reflexão se faz em cima do Milagre da Multiplicação, importantíssima
para revermos conceitos, padrões e valores nas ações que permeiam o assunto e
buscam soluções eficazes.
12.Ora, o dia começava
a declinar...
O entardecer é uma constante no
Evangelho. E o que representa este “entardecer”? Podemos dizer que ele é tempo de mudança. Mas não é somente isso.
Todos sabemos que ao ocaso procede a um novo amanhecer. E nesta mudança tudo
pode acontecer. É tempo então de uma nova visão. Com o ocaso virá o anoitecer e
a escuridão representando momentos difíceis e sombrios. É neste contexto e
neste cenário que a sabedoria do Evangelho foca seus acontecimentos. É preciso
coragem para reconhecer este tempo de mudança e acreditar que depois do ocaso
brota um novo amanhecer cheio de esperanças. Sempre! Se focarmos nossas
mudanças e administrarmos com competência não mais serão esperanças que teremos
no novo dia, mas sim realizações que nos farão mais fortes.
Um
case: O Plano Real.
... os Doze foram
dizer-lhe...
Os doze são os apóstolos mais próximos de Jesus que na
realidade não eram 12 e sim 3 os mais próximos. Então, certamente, foram os
três que comentaram. Mas os 12 ali estavam presentes e foram escolhidos por
Jesus para dar continuidade ao seu projeto depois de sua morte. Eram os
melhores daquele tempo? Não! Eram pessoas simples, sem instrução, com muitos
defeitos, poucos valores éticos e morais e como diz no Evangelho, pecadores,
que é a mesmíssima coisa. Hoje seriam representados pelo pior que existe na
nossa força de trabalho. Mas Jesus queria exatamente aqueles que poderiam ser
moldados e que tinham no seu caráter resiliencia e sensibilidade para descobrir
os valores. Estes homens, resilientes, sensíveis foram bem treinados e ajudaram
a eternizar a Igreja de Jesus. Sensibilidade e resiliencia são, pois, requisitos
imprescindíveis quando se trata de treinamento.
Outro detalhe
interessante. Eram doze! Então já podemos daí destacar a importância que este número
tinha para o povo Judeu.
No Gênesis, até o sexto
dia tudo foi criado (múltiplo de doze).
Doze eram as tribos
patriarcais do antigo povo de Israel que se originaram dos doze filhos de Jacó,
neto de Abraão.
Maria foi visitar sua
prima Isabel no sexto mês de gravidez.
Este número quer dizer
então o necessário e o suficiente para se organizar, os grupos e o tempo.
Importante que para Jesus
em primeiro lugar estavam seus colaboradores e para os seus clientes sempre
tinha que ser oferecido o melhor.
Um case para reflexão:
número de Ministros que compõe o Governo Federal.
...os Doze foram
dizer-lhe: Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança
e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto.
Existia uma multidão naquele sitio deserto esperando ouvir
Jesus, esperando por mais um milagre. Certamente tinham cegos, aleijados,
hansenianos, tuberculosos e muitos, esperando sua palavra. Os de mais posses
tinham com certeza levado suas provisões de alimento. Os mais pobres esperavam
pela caridade daqueles.
O dinheiro que o grupo de
Jesus tinha era pouco para alimentar os necessitados; eles também era pobres. É
bom lembrar que na Igreja original todos trabalhavam para se sustentar
inclusive o grupo de Jesus, mas os cristãos eram miseravelmente pobres.
O lugar deserto tem a
mesma conotação do ocaso apresentado no versículo 12. É um local de passagem
nunca de repouso ou acolhida. E era uma realidade para aquele povo. Fazia parte
do seu dia a dia.
A turba representa os
clientes a quem Jesus oferece o melhor produto. Estes vinham de longe para
ouvi-lo porque o conheciam ou, principalmente, tinha ouvido falar dele. Estes
clientes estavam se servindo do seu fornecedor enquanto o produto lhes
interessava, já que na hora da condenação de Jesus por Pilatos, nenhum deles estava
presente para dar seu testemunho de fé. Neste momento só estavam os seguidores
de Barrabas, condenado político que se opunha a opressão de Roma. O Reino de
Deus era algo muito distante da compreensão daqueles.
Esta falta de fidelidade
repete-se da mesma forma hoje e sempre.
Um case para reflexão: promoção
no magazineluiza.
...Não temos mais do
que cinco pães e dois peixes...
Temos novamente os números guiando os valores da época. Cinco
pães e dois peixes é simplesmente um valor simbólico. Principalmente porque naquela
época costumava-se falar por metáfora, era uma forma de fugir à violência e
Jesus e os seus eram muito bom nisso. Era uma forma a confundir os opressores.
Os cristãos eram muito perseguidos, principalmente por Saulo, perseguidor feroz
do cristianismo e que certamente estava presente. Os 12 precisavam comentar com
Jesus que ali havia cristãos sim, mas em pequeno número em relação à multidão
existente.
Mas o que nos interessa no
momento é exatamente desvendar esta metáfora representada pelos números 5, 2 e
7 que é a soma.
No quinto dia Deus cria os
peixes e as aves. Povoa a água e o céu e manda-os serem reprodutivos. O peixe
era o símbolo dos cristãos e a ave o símbolo do Espírito Santo conforme
aconteceu no batismo de Jesus. Daí pode-se deduzir que a frase que continha as
palavras pão e peixe tinha a ver com a presença de cristãos batizados. E que
pelo número apresentado eram poucos entre a turba ali existente. O cinco ligado
ao pão, alimento imprescindível na mesa do judeu, representava a pequena
quantidade dos crentes e um valor material, tangível.
O 5 somado ao 2 dá um
resultado 7 que era o número de Igrejas cristãs na época e com isso os
apóstolos queriam dizer que todas estavam representadas naquele momento. O 2
ligado ao peixe, símbolo da igreja original queria dizer que eles, da
comunidade, acreditavam na presença de Deus Pai e Deus Espírito Santo que ali
estava junto ao Deus Filho Jesus. Era um valor intangível. Crer era a coisa
mais importante para os cristãos da época, pois esta era a vontade de Deus.
Um case para reflexão:
simbologia e cabala judaica.
.14.(Pois eram quase
cinco mil homens.) Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em
grupos de cinqüenta.
A multidão de 5.000 homens é exatamente
esta turba representada pelo número cinco e o número 50, serve para informar
que existiam vários outros grupos, além das 7 igrejas, dispostos a serem
batizados, vindos de todas as partes. Jesus manda organizá-los por grupos de
procedência. Assim ficaria mais fácil a identificação, o comando e os
resultados de acordo com as necessidades de cada grupo.
Um
case para reflexão: grandes multidões que se formam em comícios, eventos
religiosos, etc.
16.Então Jesus tomou
os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os,
partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo.
Como
disse a turba era composta de cristãos batizados e não batizados principalmente.
Portanto nem todos ainda estavam preparados para participar do grande momento
que haveria de acontecer.
Para
prepará-los Jesus fez sua pregação e finalizou levantando os olhos ao céu, para
em comunhão com o Pai e o Espírito Santo, através da Benção com imposição de
mãos, batizá-los com o Espírito Santo é foi exatamente ai que o grande milagre
aconteceu.
O
milagre da CARIDADE através da SOLIDARIEDADE.
Foi
com o batismo no Espírito Santo que toda aquela turba acendeu para a CARIDADE e
solidarizando-se uns com os outros, trocaram seus alimentos e como diz
finalmente o Evangelho:
17.E todos comeram e
ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.
Este ato final da
multiplicação confere-nos dizer que Jesus nos mostra como organizar multidões e
poder cuidar delas permitindo que todos possam se sentir saciados.
Um case: a fome no mundo.
TRECHO REFERENTE A
MULTIPLICAÇÃO DOS PÃE TRANSCRITO DA BIBLIA:
LUCAS 9
12.Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe:
Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem
alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto.13.Jesus
replicou-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. Retrucaram eles: Não temos mais do
que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos
mantimentos para todo este povo.14.(Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus
disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.15.Assim
o fizeram e todos se assentaram.16.Então Jesus tomou os cinco pães e os dois
peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus
discípulos, para que os servissem ao povo.17.E todos comeram e ficaram fartos.
Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.
Alvaro Oliveira
15/01/2011
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